A negação e a afirmação absolutas nos conduziram a um só universo de reações concêntricas. Levaram-nos, contudo, porque a revolta foi perdida.
Não há porque negar a condição que oprime, se não for para afirmar o direito do oprimido. Não haverá qualquer sentido em afirmar o direito do oprimido, se não for negado o que oprime.
Ambos, o 'sim' e o 'não', reciprocamente, exigem um do outro; e, juntos, não matam.
A revolta como pensamento deseja o 'relativo'. Porque só nele poderemos construir uma regra moral; construí-la para o homem.
Em todos os seus efeitos, a 'revolta' colocou o 'relativo' como espera do homem. É a norma que dirige a ação revoltada. Restrita ao relativo, eis garantida a sua humanidade, a desejá-la magnífica e trágica. Tragédia e magnitude presentes no destino humano.
Essa 'filosofia revoltada' é complementada pela 'ação'. Sensibilidade e pensamento se lançam à concretização da revolta através de 'atos', a um só tempo as determinantes e as opções, sem o quê nenhum valor teria a concepção.
A especulação pode, então, se mostrar como verdade -a efetivação de suas conclusões favoráveis ao ser humano.
Não apenas o realizável no concreto da existência, porém, o real fático: eis um pensamento humanista.
A revolta é humanizada através da ação por ela mesma proporciona. Se a sua resolução não estivesse nesse agir, condenada restaria a revolta. E de resto, condenada a própria filosofia. Porque a verdade é demonstrada por sua capacidade de consumação.
Uma das dimensões da filosofia é, via de consequência, a 'ação'. Falsa a filosofia, onde a prática for exluída.
Revoltar-se pelo homem é valor supremo. A revolta é, por isso, ação de amor para o presente. E a resposta da filosofia é a prática, ou seja, ato de amor.
(Caos Markus)
Nenhum comentário:
Postar um comentário