Com velocidade espetacular, as universidades parecem transformar-se em escolas profissionais com o exclusivo objetivo de produzir 'funcionários' robotizados; técnicos de todos os níveis. Esquece de sua missão primordial: formar a inteligência. Quer, isto sim, formatá-la! Não assume a iniciativa de promover, inventar ou reinventar a cultura num mundo que se desfaz e refaz.
A universidade precisa ser entendida como um lugar de comunidade e comunicação, e não como um aglomerado de saberes justapostos, onde seus especialistas se ignoram reciprocamente, criando um círculo em que cada um dá as costas aos demais, em nítida traição à exigência que os congregou, qual seja, uma comunidade de saber que se afirma na unidade das disciplinas e do processo educativo.
A universidade não deve e não pode ser um mero depósito central da cultura. Não é dela a função de distribuir um estoque de saber em pequenas porções aos educandos.
Ensino e pesquisa não podem ser dissociados quando se busca o conhecimento. Contudo, a teoria, ou a força e o poder do conhecimento e da reflexão, deverá estar desvinculada das aderências políticas, administrativas e ideológicas.
Não é papel do educador ser um transmissor de conhecimentos já realizados. É função do educador manter desperto no aluno o princípio da cultura continuada, jamais restrita e isolada na própria escola.
Não cabe ao educador a adequação do conteúdo e da forma de seu ensino aos ditames do mercado de trabalho, às regras da produtividade, do rendimento.
O educador, desvirtuando o real valor do ensino, se contentará em fabricar em série diplomados de todas as espécies, incapacitando-os à elaboração de uma teoria geral da cultura, apta a integrar os saberes no conjunto amplo do espírito e no sentido da totalidade humana.
Um 'alquimista', esse educador possui uma falha de caráter que o "habilita" a fazer o que não é educação: ele não duvida de si mesmo, não questiona o seu próprio saber, pois que está 'protegido' pelas táticas didáticas cujo segredo mantém consigo nos rituais de suas técnicas pedagógicas.
(Caos Markus)
Um comentário:
As escolas deveriam ensinar a pensar por si, a raciocinar e refletir e a ter espírito crítico. (Aliás, alguns acreditam que espírito crítico é o animus de "jogar pedra" em tudo, a esmo; ou que seria um fantasma turrão...) As faculdades de hoje realmente são muito mercantilistas. Mas, de todo modo, como diz meu pai "quem faz a faculdade é o aluno e não o contrário".
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