Ao contrário do que afirmam os contratualistas, o Estado não nasce pelo consentimento ou pelo pacto voluntário, mas sim como fenômeno social representado por conflitos étnicos e, principalmente, pela subjugação de um segmento mais forte sobre outro mais fraco, cuja dominação, a fim de se efetivar, necessita de uma organização.
Nessa forma de organização social (o Estado), cumpre-se seu objetivo através da disciplina do grupo dominado, defendendo-se a autoridade, a conquista e a exploração econômica pelo grupo dominador, algo que, sem dúvida, não se deixa de visualizar na história da humanidade, onde múltiplos são os espetáculos da violência criando impérios e Estados. De certo modo, é o que se nos apresenta na atualidade com a ideologia capitalista, na economia do neoliberalismo, contextualizada na globalização. Certamente, evidenciam-se a conquista e a exploração econômica, provocando um efeito de isolamento, já outrora designado "Estado-Popular-Nacional-de-Classe". Este se apresenta como verdadeira encarnação da vontade popular, 'povo-nação', sendo tal binômio entendido como um conjunto de cidadãos cuja unidade o Estado capitalista representa, e que possui precisamente como real substrato esse efeito de isolamento, consequência manifesta das suas típicas relações econômicas.
Não é então uma unidade, porém, potencialmente, uma unidade de luta de classes.
Não por outra razão, "aprendemos" a submissão, confundindo-a, não raro, como decorrência natural de uma autoridade supostamente indispensável a ficcionada harmonia social.
Não por outro motivo, temos, geralmente, o cativeiro por domicílio e o Estado por residência.
(Caos Markus)
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