A pretensão de conferir um estatuto de cientificidade à epistemologia (que se ocupa em estudar o grau de certeza do conhecimento científico, generalizadamente) e, por efeito, com o intuito de convertê-la em 'ciência da ciência', é defendida por tantos quanto, de uma ou outra forma, tornam-se adeptos do 'positivismo' contemporâneo, apresentado como alternativa para elaborar uma 'ciência da organização do próprio trabalho científico'.
Em resumo, o objeto dessa 'ciência da ciência' seria constituído a partir de todos os aspectos dos caracteres de cada uma, considerados em conjunto, interativamente, de modo a indicar sugestiva melhor representação, quer do seu desenvolvimento, quer do seu funcionamento. E, ainda, de maneira a fornecer uma 'teoria geral das ciências'.
Neste sentido, contrapondo-se à vasta gama de 'especializações', e antagônica à 'compartimentalização' das disciplinas científicas, surge nova e possível 'integração e organização conceituais' das diversas ciências (em posicionamento contrário à multiplicação das 'especificidades' e de suas co-respectivas 'linguagens particulares'), pela compreensão não restrita a um inédito conceito do mundo (engendrado enquanto 'organismo ordenado'), mas também através de atualizada definição de 'ciência', gerada na condição de 'sistema'.
Da 'multidisplinaridade à interdisciplinaridade', já agora é perceptível (face a crescente agilização verificada nos meios de comunicação) outra exigência: a da transgressão no ordenamento dessas mesmas disciplinas. Faz-se imperioso admitir, a 'verdade' (ou o grau de certeza do conhecimento) é habitualmente muito mais veloz que os meios utilizados para encontrá-la. Por isto, a modernidade reclama a 'transdisciplinaridade', na convicção de que transgredir é progredir.
Afinal, "quid est veritas", se "revelar a verdade é fazer justiça" (Provérbios, 12-17) ? Pois, "olhamos para a verdade (...), não para aquilo que alguém tem imaginado", conforme sábias e remotas palavras Ulpiano.
(Caos Markus)
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