I
Romperemos o mundo, encontrando o rumo da
verdade
hoje transportada, na viagem itinerante do olvidado.
II
Priscas datas, em concerto na remota memória,
forçam-nos ao
extracontemporâneo:
nem vanguarda nem tampouco novidadeiro.
Apenas -e isso mais que tudo- o oculto a sete chaves da
mente civil.
Pela atroz mentalidade espartana que induz
à devassidão da brusca e
contínua
queda de toda uma civilização.
Somos deveras comportados:
matamos, odiamos e imaginamos desejar
(a moda nesse tenebroso inverno);
hibernamos todos os sonhos lindos e loucos,
na sonolenta trajetória do vaivém.
III
Desdém ao presente do indicativo -nome da festa que
dá direito
ao paraíso da promiscuidade mais sã,
porque de auto e livre ilusão.
Dresden, do tenente imperativo:
a fome na testa que dói no peito
o castigo da ambiguidade titã!
IV
Ou a nossa própria decisão?
(Marcus Moreira Machado)
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