“Sem a justiça, os Estados não passam de
bandos organizados de ladrões”.
( Santo Agostinho)
O “markenting” está hoje incontestavelmente a serviço das ideologias ou mesmo da falta delas. É dessa maneira que instituem-se e extinguem-se órgãos, ministérios, secretárias ou conselhos conforme a conveniência em se “lançar no mercado” essa ou aquela maior ou menor estratégia de “consumo” de uma determinada idéia. Para que se adquira credibilidade junto aos “consumidores” cuida/se de definições com substrato legal, respaldadas num localizado contexto sócio-econômico. Sob o aspecto formal, os “produtores” propagam como legítimas, aspirações nem sempre estabelecidas na reciprocidade, porém unilaterais, mais fruto do condicionamento próprio às campanhas publicitárias, cujo o objetivo invariavelmente é o de estimular uma grande maioria passiva.
Há um dado momento, então, em que os requintes das abstrações contrastam veementemente com situações concretas, desprestigiando mesmo o direito, a justiça e a lei, e descaracterizando o sentido original da proposta inicial. Trata-se nesses casos da mais pura manipulação, em que elites buscam predomínio pela centralização, arvorando-se defensora de direitos que não são os seus, mais que elas crêem dever zelar, porque acreditam-se mais e melhor preparadas.
Pois, pretendendo o “monopólio” envolvida, bradando soluções exclusivas, “detentora” de “direitos autorais” sobre qualquer assunto, uma “casta” procura manobrar a lei quando essa não frutifica os resultados esperados a época da sua formulação.
Não por outro motivo, coerentes apenas com o seu “marketing político”, essa elite, tendo alardeado a necessidade dessa ou daquela instituição,não conseguindo, no entanto, a maioria que desejada na representação cobiçada, imediatamente faz ouvidos moucos ao reclamo popular. Tudo feito na trama da hipocrisia, oculta sob o manto do “aprimoramento”, adia, então, a execução de medidas pouco antes consideradas as eficazes na tutela de determinado segmento, desrespeitando a comunidade como um todo. E, o pior, com o débil argumento de que a lei precisa ser aperfeiçoada.
Ora, se o Brasil dependesse da perfeição definitiva da sua lei maior, a Constituição, não seria ainda, e não seria nunca, um país e uma Republica Federativa, visto que a “lei” está quase sempre a servir um grupo organizado em torno dos seus próprios interesses, apenas.
(Marcus Moreira Machado)
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