Nos anarquistas, a primeira condição para ser 'dono', ser 'proprietário', é a de o homem saber mandar nos seus próprios sentidos, abstendo-se dos prazeres fáceis. O trabalho é então elevado à altura de "dogma religioso". Assim compreendido, o socialismo é uma questão moral , na idéia de apresentar ao mundo uma nova maneira de julgar todos os atos humanos; uma nova evolução de todos os valores. E nessa ótica não há espaço para o oculto, não cabe o clandestino -tão próprios do 'totalitarismo'; e sob esse 'julgamento' -a partir da admissão da constância na evolução humana- a 'lei' é em si mesma subversiva, a exemplo de qualquer Constituição que, quando promulgada, rompe com a norma anterior, subvertendo-a. Os anarquistas, nota-se, da clássica noção de 'democracia', vinculada ao conceito de 'liberdade' (a individual e a coletiva), têm visão acima da interpretação mais coloquial; e sem nenhuma erudição de enciclopédia , crêem em 'sociedade organizada' somente a partir deste valor hoje relegado à inferioridade -o trabalho. Com efeito, é irrefutável, a "assimilação" de pressupostos anarquistas, como premissa do 'democrático', tão-somente tem servido de mote para a manutenção de enrustidos 'sistemas de governo', qualificados, em sua essência, pelo maior ou menor autoritarismo, presentes em 'oligarquias' dominantes na organização da sociedade humana.(Marcus Moreira Machado)
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