A partir das contemporâneas investigações sobre a família institucional, compreendemos que a antiga 'autoridade familiar' perde sentido num espaço regulado pelo valor 'supremo' da competência (técnica) individual, condição em que os pais deixam de ser fontes seguras de orientação para se lidar com o mundo externo. São criadas, portanto, novas formas de 'consciência' e, por efeito, inéditas expressões psicopatológicas.
Uma outra 'força' superou a autoridade da família nuclear. No lugar da palavra dos pais, presente, hoje, o discurso 'fascinante' da "organização", qual seja, o Estado associado à grande empresa.
Ocorre que esse processo não é tão aparente, do ponto de vista institucional. E de pilar da sociedade, a família, nesse discurso, passa a ser o 'lugar' onde ela corre o risco frequente de se desfazer. O seu convencional padrão, substituído pela 'família liberal avançada', transforma-se em simples imagem, que -mesmo discursivamente apoiada em textos escolares, nas imprensa, pela Igreja- parece ser reflexo de inevitável morte do modelo.
O indivíduo, e não a individuação, ganha 'status' de superioridade, outorga que se lhe é concedida tão-somente em razão das conveniências do Estado, a quem de fato interessa a desagregação.
(Marcus Moreira Machado)
Um comentário:
Quando eu crescer, quero escrever assim!
Rs...
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