"Pensar? Pensar! É perder o fio", disse Paul Valéry. E David Mamet: "Escrever é a única coisa que pára o pensamento."
Por essas tão bem justificadas razões, não podemos satisfazer-nos com aquilo que é evidente; ou até mesmo com o que evidencia.
Porque as idéias são, elas próprias, forças que tomam conta da mente e não a libertam, até dedicarmos a todas elas algum tempo.
De fato, a mente se nos afigura um sistema de órgãos de computação, desenhado pela seleção natural, a fim de resolver os tipos de problemas que nossos ancestrais saqueadores enfrentavam por causa do seu modo de vida.
Assim, a mente é o que o cérebro faz. Então, o cérebro processa informação. E por isso 'pensar' é uma espécie de computação.
Ora, as diversas dificuldades dos nossos ancestrais eram subtarefas de um único grande problema para os 'genes' deles: maximizar o número de exemplares que conseguiriam chegar à geração seguinte.
Um processo, enfim, comparável ao que já foi chamado um "deus ex machina", afastado da concepção de que somos peças complexas da biotecnologia. A confirmação de que, não representando, todos nós, modernos "chips", qualquer confinamento no 'cativeiro da evidência' é sujeição do próprio refém ao condicionamento por ele admitido.
(Marcus Moreira Machado)
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