Portugal, em 2 de novembro de 1807, à noite.
Enfrentando chuva torrencial que desabava sobre a entristecida Lisboa, a família real, depois de um acordo com os ingleses, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, partia para a sua colônia, o Brasil, que até então servira como o seu "quarto de despejo".
Entre vários acontecimentos desagradáveis, ressaltou-se o escândalo provocado pela rainha louca, Dona Maria I, que teve uma crise aguda de desespero.
Fazendo coro aos brados da soberana, o povo vaiava estrepitosamente os fujões, isto é, a nata da aristocracia lusitana, que, chefiada pelo Príncipe Regente, esvaziara os cofres públicos, abandonando a pátria aviltada, empobrecida e desguarnecida.
Era a "Noite da Covardia", assim chamada pelos súditos deixados à própria sorte.
Esse legado, o da covardia, ao que parece, foi mesmo incorporado no inconsciente do Brasil, perdurando até os nossos dias a prática de fugir da raia!
(Marcus Moreira Machado)
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