A constituição da relação dual estabelece a condição inaugural de um processo de globalização a partir da filosofia. Raciocinando sob determinado reducionismo, apenas para entender inicialmente esta estruturação cognitiva, pensemos no processo de significação como, por exemplo, o da linguagem, atividade que permite estabelecer e renovar as relações entre os indivíduos.
Por meio dela, o homem manifesta seus pensamentos e sentimentos, representando então, um sistema articulado de
signos, instrumento da comunicação e, por consequência, manifestando-se em diversos segmentos da vida, tanto no campo verbal quanto no não-verbal.
Deste modo, comunicar é uma forma de ação e manifestação das ideias
através dos signos, tudo o que representa à manifestação simbólica do nosso plano mental.
Quando interagimos através da linguagem, temos sempre objetivos, fins a serem atingidos, e a relação que desejamos estabelecer é norteada por sentidos e marcas linguísticas.
Neste sentido, a comunicação, por conseguinte, trata-se de uma ação pela qual, de maneira sine qua non, não existe interação sem a presença do outro, da parte de configuração do sistema de compartilhamento do fluxo de significação.
A palavra 'indivíduo' representa uma significativa estruturação deste conteúdo.
Partindo esta expressão da seguinte forma 'in + divíduo', entende-se: cada pessoa, só tem representação diante do outro, a possibilitar esta soma entre os 'divíduos', divididos entre espaços e territórios.
O sentido das emissões situa-se em três instâncias.
A primeira reside na interação construída pelos interlocutores, como um processo de participação entre esses personagens do processo comunicacional.
A segunda carga fenomênica colaboradora da significação é o enunciado, as marcas linguísticas, ou o que se pode chamar de co-texto, ou, a própria a estrutura linguística.
Por último, por meio do ambiente físico, o conhecimento de mundo e outros fatores correspondentes a realidade do receptor.
A diferença primordial topológica entre interior e exterior (entre nós mesmos e não entre nós mesmos), em princípio, não tem sinalizações materiais sólidas. São apenas intencionalidades, possibilidades.
A objetivação linguística a determinados fins representa, portanto, inicialmente, nada mais que uma comunicação intrapessoal antes de estabelecer a significação pelos 'divíduos'.
Assim, o outro é fundamental porque nos entendemos a partir do outro. E consequentemente, ainda que não alcancemos o entendimento do outro, somos compreendidos a partir do que imaginamos ser o semelhante.
Deste modo, cada pessoa é singular e plural.
Assim, o que reside no interior é da ordem da permissão, da escolha. Somos desta ou de outra forma porque consentimos tal possibilidade de interação com o ambiente.
(Caos Markus)
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