O poeta judeu romeno Paul Celan (cujos pais foram assassinados a tiro pelos nazistas em 1941), que insistiu em escrever na língua dos nazistas assassinos, expressou, num de seus poemas curtos, a sua esperança em uma poesia capaz de cantar ainda, apesar de Auschwitz , alguma forma de sobrevivência. Celan desconfiava que a humanidade já se havia desumanizado suficientemente com a “fabricação de cadáveres”. Para ele, a poesia, “casa do Ser”, poderia pôr em questão um mundo cada vez mais dependente da técnica.
NÃO TE ESCREVAS
entre os mundos,
ergue-te contra
a variedade de sentidos,
confia no rasto das lágrimas
e aprende a viver.
(coydesk, Caos Markus)
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