A universidade tem uma história. Antes, direcionada pelo Estado; agora, pelo mercado econômico/social em constante mudança. O Estado exerce, por longo tempo, o papel de provedor dos direitos universais, porém, entrega o seu comando institucional a forças externas. E a instituição superior, para manter-se numa sociedade em movimento, deve estar, assim, no centro das transformações, mover-se por si só. Nesse fluxo, a experiência inovadora toma assento e pode apresentar propostas desafiadoras e valorosas aos protagonistas universitários.
Na Educação brasileira, as mudanças se acentuaram no contexto histórico-social dos anos 1960.
Desde os anos de 1920, contudo, essas alterações se aperfeiçoam, através, quase exclusivamente, dos teóricos da Escola Nova. Mas, são reformas mais típicas à educação básica, e não propriamente afetas ao ensino universitário.
Os educadores, influenciados pela revolução urbana e industrial, desejosos de uma sociedade em desenvolvimento e economicamente forte, anunciavam uma nova proposta pedagógica: acesso universal ao ensino básico.
Hoje, os ingressantes à universidade atentam à qualidade profissional, passível de contemplar a demanda do mercado econômico/social.
Em breve abordagem à História da Educação, é possível compreender as tentativas de renovação. Em 1958, a 'escolanovista' oferece à sociedade a educação de classes experimentais, preparando os ingressantes para a profissão; primando, no antigo ensino 'secundário', a 'qualidade educacional' e, no outrora 'primário', a 'quantidade da educação para todos'. Em 1960, nota-se uma restauração no
ensino superior: preocupação, muito provavelmente, com a 'produtividade' e com a 'eficiência' da Universidade, traduzidas por manifestação acentuada na despolitização dos conteúdos e dos conhecimentos, atribuindo-se relevância à educação tecnicista.
Inovação educacional é, neste aspecto, sinônimo de 'economização' para o Estado, para o país. Pois, as políticas públicas são reguladas pelo mercado, as decisões são previamente definidas e formatadas pelos mecanismos exteriores. O Estado abre seu papel regulador, deixando à exterior relação 'oferta/procura' essa tradicional função. No Brasil, até mesmo as universidades públicas vêm sofrendo a questão mercadológica. Nesse contexto, estão a 'pesquisa', a 'extensão' e o 'ensino superior', destacando-se a 'produtividade' como "atributo" às demandas.
Por isso, dinfunde-se, atualmente, a crença no discente ativo, participativo, conhecedor das necessidades e com disposição de atender as demandas externas à instituição. Ele é o profissional para quem é absolutamente verdadeira a metáfora 'aprender é como conversar'.
Assim, deveras notório, o estudo das alterações universitárias requer alguns cuidados, especialmente, os de natureza conceitual. A divisão e a fragmentação do conhecimento estão presentes no ensino superior. Esse ensino pode e deve ir para além da junção necessária, onde há, sim, a possibilidade de vincular disciplinas, produzindo, por efeito, conhecimento entre áreas diversas, através de atividades realizadas no conjunto, tornando-se mais produtivas sem deixar de apontar para a formação do professor.
A divisão do conhecimento em 'especialidades' já está construída pela compreensão positivista da ciência. O 'projeto político' completou esta dimensão com a divisão da estrutura de poder, fracionando o quê tão reduzida capacidade tem se habilitado a reunir: teoria e prática; conhecimento pedagógico e saber científico; ensino e pesquisa. Esse fracionamento na formação dos professores agrava-se sob a consideração de que o terreno político da nova ordem econômica está a sofrer profundas modificações. Abordagem vital, a transitar pela formação universitária e por possíveis mudanças ascendentes ao ensino superior, eis confirmada a necessidade de uma revisão acadêmica. Pois, as universidades brasileiras postulam investigar reformas curriculares apenas, na meta da evolução institucional. Que essas investigações possam então resultar em revisões na formação e na produção do conhecimento, vindo ao encontro de exigências típicas à realidade econômico/social, partindo, contudo, da confluência das disciplinas, de maneira a corrigir tantas atípicas distorções, comprovando definitivamente o quanto a história é outra.
(Caos Markus)
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