Segundo a teoria piagetiana, não se deve temer o erro e, tampouco, o esquecimento. Assim, se diz que "o importante não é o esquecimento, e sim a incapacidade para restituir o conteúdo esquecido". Pois, somente pela compreensão do mecanismo de produção do conhecimento o mesmo pode ser restituído; mas, o contrário significará a absoluta sujeição do aprendiz à dependência de terceiros que possuam conhecimento.
A independência de qualquer pessoa está, portanto, diretamente vinculada àquela compreensão que, se admitida, torna o indivíduo um "criador" do conhecimento. No caso, o conflito cognitivo é premissa na atividade intelectual; uma restruturação, como base no progresso do conhecimento, exige sensibilidade às próprias contradições.
Uma nova ótica a enfocar a assimilação - não mais de fora para dentro, porém a conceber um indivíduo como produtor de conhecimento -, se faz necessário no sentido de romper-se o formidável caos proporcionado pela constante reiteração de uma experiência de fracasso, sempre em idênticas condições.
A esse tempo, já é possível entender a desigualdade social e econômica como fruto da falta de conhecimento, conseqüência imediata da desigual distribuição de oportunidades educacionais, quando resta para significativa parcela da população apenas ser "conduzida", limitada que está ao mero "reproduzir", tolhida na produção de conhecimento.
Oportunismo, argumenta Wittgenstein: "A palavra não tem significação quando nada lhe corresponde. É importante constatar que a palavra 'significação' é usada incorretamente, quando se de designa com ela a coisa que 'corresponde' à palavra. Isto é, confunda-se a significação de um nome com o 'portador' do nome". E suas "Investigações Filosóficas", o vienense Ludwig Wittgenstein, aluno de Bertrand Russel na Universidade de Cambridge, constribui em muito com a maior reflexão sobre a natureza do "conhecimento". Assim, para ele "haveria um paralelismo completo entre o mundo dos fatos reais e as estruturas de linguagem, ou seja, na medida em que uma proposição é uma figuração da realidade, deve haver nela tantos elementos a serem distinguidos quanto os que existem no estado de coisas afigurado".
Reduzidos, pois, pela alternativa do "individualismo" e a sua "mtafísica da liberdade natural peculiar ao indivíduo soberano", num instante, e do "socialismo" com seu aforisma da igualdade não somente do ponto de partida, como do ponto de chegada", em outro momento, temos, na Educação que conduz, um evidente elemento de opressão a configurar, pela imperfeita definição do homem, um Estado "revolucionista", ou pela utopia da superioridade do indivíduo, ou pelo asfixiante conceito de igualdade humana. Aquela se traduz pela máxima de que "o eleitor é soberano", este pelo entendimento do "Governo como representação da tirania". Em comum, num caso e outro, a constância na "reprodução" do "conhecimento", confundido-se, mais uma vez, a "significação de um nome com o portador do nome".(Marcus Moreira Machado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário