A praça é do povo como o povo é da polis
que não deveria ter dono
e ser sempre de ninguém para que na praça fôssemos
todos um só povo avançando
além da polis esbulhada pelos
donos que da praça ressucitaram o circo
a arena romana agora, como outrora, em mãos pagãs,
as de césares executivos do poder nomeado no título precário do voto,
da senha de números memorizados nos brioches dos Santos dos últimos dias.
Nem pompéia nem Herculano.
A odisséia, hoje, é do fulano
no sufrágio como suplício
de quem ainda (sempre) é beltrano.
Ou, quando muito, um cyrano.
De tal que, ciclano,
no círculo, na mandala(limite)
da praça do povo, é o zé.
(Marcus Moreira Machado)
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