A seleção do que queremos ser nos parece irracional, injustificada, alheia a qualquer conhecimento. Afinal, a existência é sempre vivida e não pensada. Contudo, apesar disso, cada um de nós responde pela própria escolha, que é fidedigna tradução de nós mesmos. E, por isso, a angústia no temor face uma má opção. Cada um de nós também responde por um irrestrito e desmedido desejo de existência, a alimentar sentimento de auto-punição no indivíduo que almejou ser Deus. Ora, libertado da obsessão de Deus, então, sim, o homem pode encontrar em si a sua efetiva densidade -uma forma, sem dúvida, de humanismo. É assim que, opondo-se a Deus e a normas apriorísticas de procedimento moral, atuam existencialistas e comunistas, ambos livres em suas escolhas, por saberem que o homem, sozinho, jamais chegará à existência; cientes de que ninguém existe senão em outro; cônscios do que -meio- é caminho.(Marcus Moreira Machado)
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