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sexta-feira, 2 de maio de 2014

SEGUNDA-FEIRA, 5 DE MAIO DE 2014: "INFINITIVO"



Nem ideologia nem crença, inverossímil, sim, o progresso em nossa evolução. O 'humano' confirma-se apenas enquanto substantivo precedido de um outro, o 'ser'. O pressuposto de respeito é dependente, todavia, de um verbo no infinitivo, a mesma grafia, mas diferente o sentido: 'ser'. A humana idade não se consuma, pois é ignorada essa conjugação. 

(Caos Markus)
 

DOMINGO, 4 DE MAIO DE 2014: "VISÃO SISTÊMICA DO ENVOLVIMENTO"



O aprendizado não é adquirido somente na escola, é construído pela criança em contato com o social, junto com sua família e nos ambientes a envolvê-la. À família é creditado o primeiro vínculo da criança,  inserindo-a no mundo cultural, simbólico, onde começará a construir seus saberes. Na realidade atual, as famílias estão despersonalizadas, situando-se em plano inferiorizado na sociedade, não sabendo lidar com situações novas: pais trabalhando, ausentes por tempo demasiado; ou em conflitos constantes nos escassos momentos de presença no lar; ou desempregados (além de, não raro, alheios e alienados face os vícios de natureza variada); ou com parca ou nenhuma alfabetização. Pela desagregação, transferem seus dilemas aos filhos, vitimados num processo permanente de diversificada gama de carências. No entanto, com muita frequência, toda a responsabilidade, e principalmente os efeitos deste conflito, são atribuídos à instituição escolar. Em decorrência, é crescente a quantidade de gerações cada vez mais dependentes, desviando a escola de suas reais funções para poder suprir outras competências, exteriores às suas originárias funções. Cabe aí ao psicopedagogo intervir junto às famílias desses alunos. A ação psicopedagógica ocorre por meio de uma entrevista focada na anammese, ou seja, trazendo à tona o histórico dos antecedentes, uma reaquisição da memória do núcleo familiar, adquirindo-se, então, informações sobre sua vida orgânica, cognitiva, social e emocional. 
Estar atento ao pensamento, seus anseios, seus objetivos e expectativas relacionadas ao desenvolvimento do filho é de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico provisório. Pois, essa análise comporta investigações compreendidas em solução de continuidade, sempre sujeitas a revisões, durante todo o trabalho na própria ingerência, preservando o objetivo de sistematicamente aferir o seu prosseguimento, a fim de corretamente acompanhar a evolução do sujeito discente. 
Quando o fracasso escolar não está associado a desordens neurológicas, na família são localizadas as suas causas. Na percepção dos problemas, verificam-se as razões da lentidão de raciocínio, da desatenção, do desinteresse. E tais aspectos precisam ser trabalhados para se obter rendimento intelectual. 
Familiares geralmente não querem enxergar nessa criança as suas dificuldades, que muitas vezes está silenciosamente clamando por socorro, manifestado num pedido de carinho, a fim de chamar atenção às suas carências. Este vínculo afetivo é decisivo para o seu progressivo crescimento de ordem moral e intelectual. Afinal, a criança só aprende se tem o desejo de aprender, anseio sempre dependente da efetiva  participação paterna nesse processo. 
É cobrado da criança o seu sucesso. Porém, quando isso não se realiza, surge a frustração e a ira, desvalorizando-a, num círculo vicioso. 
Por isso, a interferência psicopedagógica precisa incluir os pais na ocupação de um novo espaço no contexto do trabalho, opinando, participando de reuniões periódicas, de maneira a viabilizar assistência junto aos professores.
Nesta perspectiva, a Psicopedagogia contribui significativamente com todos os múltiplos envolvidos no processo de aprendizagem, exercendo seu trabalho de forma multidisciplinar numa visão sistêmica.
 
(Caos Markus)

SÁBADO, 3 DE MAIO DE 2014: "O SINGULAR NO PLURAL"



A constituição da relação dual estabelece a condição inaugural de um processo de globalização a partir da filosofia. Raciocinando sob determinado reducionismo, apenas para entender inicialmente esta estruturação cognitiva, pensemos no processo de significação como, por exemplo, o da linguagem, atividade que permite estabelecer e renovar as relações entre os indivíduos.
Por meio dela, o homem manifesta seus pensamentos e sentimentos, representando então, um sistema articulado de 
signos, instrumento da comunicação e, por consequência, manifestando-se em diversos segmentos da vida, tanto no campo verbal quanto no não-verbal. 
Deste modo, comunicar é uma forma de ação e manifestação das ideias 
através dos signos, tudo o que representa à manifestação simbólica do nosso plano mental.
Quando interagimos através da linguagem, temos sempre objetivos, fins a serem atingidos, e a relação que desejamos estabelecer é norteada por sentidos e marcas linguísticas. 
Neste sentido, a comunicação, por conseguinte, trata-se de uma ação pela qual, de maneira sine qua non, não existe interação sem a presença do outro, da parte de configuração do sistema de compartilhamento do fluxo de significação.
A palavra 'indivíduo' representa uma significativa estruturação deste conteúdo. 
Partindo esta expressão da seguinte forma  'in + divíduo', entende-se: cada pessoa, só tem representação diante do outro, a possibilitar esta soma entre os 'divíduos', divididos entre espaços e territórios.
O sentido das emissões situa-se em três instâncias.
A primeira reside na interação construída pelos interlocutores, como um processo de participação entre esses personagens do processo comunicacional.
A segunda carga fenomênica colaboradora da significação é o enunciado, as marcas linguísticas, ou o que se pode chamar de co-texto, ou, a própria a estrutura linguística.
Por último, por meio do ambiente físico, o conhecimento de mundo e outros fatores correspondentes a realidade do receptor.
A diferença primordial topológica entre interior e exterior (entre nós mesmos e não entre nós mesmos), em princípio, não tem sinalizações materiais sólidas. São apenas intencionalidades, possibilidades.
objetivação linguística a determinados fins representa, portanto, inicialmente, nada mais que uma comunicação intrapessoal antes de estabelecer a significação pelos 'divíduos'.
Assim, o outro é fundamental porque nos entendemos a partir do outro. E consequentemente, ainda que não alcancemos o entendimento do outro, somos compreendidos a partir do que imaginamos ser o semelhante. 
Deste modo, cada pessoa é singular e plural.
Assim, o que reside no interior é da ordem da permissão, da escolha. Somos desta ou de outra forma porque consentimos tal possibilidade de interação com o ambiente. 
 
(Caos Markus)
 

SEXTA-FEIRA, 2 DE MAIO DE 2014: "SUJEITOS CRÍTICOS"




A formação dos educadores e da sua própria condição de cidadãos é quesito imediato, quando se propõe uma escola a tratar das questões sociais na mais ampla perspectiva da cidadania. Pois, os professores somente implementarão essa prática com o desenvolvimento, em si mesmos, da consciência de que são profissionais inseridos na característica de sujeitos críticos, contextualizados na realidade em que estão situados. Com efeito, precisam se posicionar como 'educadores' e 'cidadãos'. E assim qualificando-se enquanto co-partícipes do processo de construção da cidadania, através da identificação e do reconhecimento de seus direitos e deveres, para então defender a máxima valorização profissional.

 
(Caos Markus)