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sábado, 16 de fevereiro de 2013

TERÇA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2013: "O QUE VEM DEPOIS"




Você é tão esperto, tão inteligente, tem resposta pra tudo, sabe o valor das coisas, conhece a importância da amizade, não tem preconceito de raça, de cor, de credo, de tudo. Diga-me, pois, por que mais vale um pássaro na mão do que dois voando? É por que você se contenta com pouco, ou é por que o passarinho estava dando sopa mesmo e, já que não fez nenhum esforço para ter algum, então, tanto faz e tanto fez, mais vale qualquer um do que três ou quatro que daria muito mais trabalho para pegar? Hein?
Você que é politicamente mais que correto, é perfeito, não dá esmolas porque acredita que o melhor é não dar o peixe e sim ensinar a pescar, diga-me coisinha: e você, tem pescado bastante? E o quê e de quem? Olha que a mentira tem perna curta.  Nem tanto quanto a sua memória, mas com certeza tem.
Se promessa é dívida, já é chegada a hora de descretar a falência da confiança mútua, e, assim, confie desconfiando, com um pé na frente e o outro atrás; e sem muita conversa. porque desculpa de aleijado não é mutreta. Afinal, pra que mentir, se ninguém fala mesmo a verdade! Nem que a vaca tussa vão acreditar em santo de casa de ferreiro. Escute: falar é prata, calar é ouro. Depois da bonança vem a tempestade; aí, então, os últimos verão os primeiros rindo ainda melhor. É ver pra crer. Assim, meio São Tomé.
Quem entra na chuva é pra se molhar, não? Se você não quer entender as regras do jogo, não dance conforme a música, nem arrisque e nem petisque, cuspindo no prato que comeu. Ao contrário, lembre-se que hoje é dia da caça; amanhã e depois de amanhã também. Mas, desesperar jamais; nunca é tarde para começar, ainda que você tenha terminado. Começar de novo, sabendo que rir, se não é o melhor remédio, então, definitivamente, é sinal dos tempos de que muita gente ri da própria desgraça, porque pimenta nos olhos dos outros é igual a comer e coçar, só vai de começar.
Se arrependimento matasse, todos nós, em uníssono, diríamos em alto e bom som: mais um herói vivo do que dois coelhos mortos com uma só cajadada. Ou seria contrário? Mais vale um covarde vivo do que a luz no fim do túnel? Vivendo e aprendendo, assim como nada de um dia após o outro. Pois, se a pressa é inimiga, quem avisa, amigo, é da perfeição uma meta.
Nessa sua, nessa nossa infinita sabedoria, compramos galinha morta na atacado e arrotamos perú na varejo, dando murro em ponta de faca, convictos de que água mole em pedra dura é a salvação nacional, nesse horizonte perdido do céu pode esperar. Isso talvez porque a mãe gentil quer padecer no paraíso. Isso, certamente, porque é nos pequenos frascos que se encontram as amostras-grátis da grande panacéia pátria.
Proverbial, a nação imita Confúcio e Bruce Lee, em eternos minutos de sabedoria provinciana, expondo-se como nativa progressista na alemã Frankfurt. A nossa feira pra lá de Bagdá é peça de arqueologia da cultura contravencional, para o deleite do "homo-sapiens" da Europa, mesmo com o Velho Continente a caminho (quem diria!) do subdesenvolvimento .

No trem da Sorocabana, a gente faz de conta que viaja para Madagascar, Casablanca e Transilvânia, fazendo troça do Boitatá e fingindo medo do Conde Drácula. Afinal, ninguém pode dizer que "dessa água não beberei", pois, em terra de cego quem tem um olho, eu não sei, mas dizem os mudos que é rei.

(Caos Markus)



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

SEGUNDA-FEIRA, 18 DE FEVEREIRO DE 2013: "O CONFORTO DA BOA-VONTADE"


A instabilidade a caracterizar o ser humano torna-o presa fácil dos seus instintos mais remotos, é de se notar. Mas, admitir essa fragilidade como ponto de partida para o auto-conhecimento não tem sido padrão para nenhum de nós. Muito pelo contrário, aparentar um equilíbrio sustentado por condutas supostamente mais de acordo com o "homem civilizado "é fingir seriedade repondendo a um modelo fundamentado na farsa e sua conseqüente inversão de valores. Dessa maneira garante-se credibilidade aos que de fato não a possuem, mas que projetam a imagem desejada pelo cinismo a que se resolveu intitular sobriedade.
Alguém que se proponha a sondar as águas escuras de sua mente haverá de rever os conceitos que tem e pratica a respeito de honestidade, de sucesso e de retidão. Pois nem mesmo um ermitão, distante das relações sociais mais básicas, consegue estar longe da sua própria maldade, uma vez que pensa, e que pensar já é uma conduta. Ou não? Se o contrário fosse, não viveríamos atormentados com tudo o que sinceramente podemos pensar a nosso próprio respeito.
Convém cuidar do pensamento com o algo às vezes muito mais longe do discernimento que julgamos possuir. Dessa forma, somente um imbecil poderá ter a certeza de que é constantemente norteado pelos princípios do Bem. E asseverar a relatividade é, por isso mesmo, prudente, evitando-se o egocentrismo tão típico dos nossos dias, quando muitos afirmam a sua idoneidade respaldados num "status" apenas compatível à supremacia da ignorância.
Cheios de 'boa-vontade', o nosso maior prazer, sem dúvida, é "cooperar" com o próximo, desde que isso não implique em mexer com os nossos bolsos. Dizer-se solidário, então, é sentir-se acima do que está sob a dependência, assegurando um 'conforto' para si mesmo. o que significa admitir que por maldade - e não mais que isso - o tormento do semelhante é o regozijo do seu benfeitor.
Afinal, o que é ser bom? O que é ser honesto? As respostas serão imediatamente condicionadas ao referencial de determinado grupo. Assim, dar esmolas, suportar resignado o sofrimento, são exemplos de bondade para quem crê na salvação pessoal através da caridade ao próximo; e não emitir um cheque com insuficiência de fundos é, muitas vezes, o que basta para que alguém creia ser honesto. No entanto, até mesmo para quem não é dado ao mínimo de reflexão, os limites de tal caridade ou honestidade são sempre maiores na medida em que a dor alheia seja considerada mais do que a própria, em que a necessidade de outrém possa justificar uma maior tolerância pelo seu credor.

(Caos Markus)



DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013: "BULÁRIO"



SOLIDÁRIO AO SUMO PONTÍFICE, BENTO XVI, DEUS ENTREGOU HOJE SUA CARTA DE DEMISSÃO. COM O APOIO DIVINO À SUA RENÚNCIA, JOSEPH ALOIS RATZINGER REDIGIU UMA BULA PAPAL DETERMINANDO A EXTINÇÃO DA IGREJA CATÓLICA.

(Caos Markus)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

SÁBADO, 16 DE FEVEREIRO DE 2013: "VORACIDADE"



Comenta-se que os descalabros, os desmandos hoje (re) descobertos é fruto da democracia consolidade, que antes, na Ditadura Cívico-Militar do golpe de 64 era inexistente e por isso mesmo tudo a todos ocultava. Então, outrora as trevas e o silêncio, no presente a denúncia sistemática e a luz, a mágica luz dos pirilampos. Aliás, praga de gafanhotos não é raro acontecer, mas nuvens de vagalumes...
Pois quem e quando exatamente apagou a memória dos brasileiros? E é verdade que há alguém disposto e capacitado a reavê-la? A História do Brasil tem os seus maiores vultos e os seus grandes mitos todos desnudados e reduzidos a tamanha insignificância só comparada à rede de intriga e corrupção vista atualmente nos governos da representatividade democrática. Tudo leva a crer que reminiscência é algo tão fugaz quanto liberdade, algo assim como “uma calça jeans velha e desbotada”. E, se toda unanimidade é burra, pode nem existir a tal da “representatividade democrática”, sempre que a maioria vence a minoria apenas pela força do pluralismo, isto é, da multidão (re) organizada. De resto, haveria sim meia dúzia de argutos e exímios articuladores a manipularem a seu bel-prazer a (des) informação, carreando, enfim, a deliberação popular no respaldo das suas oblíquas decisões. Porque, uma vez engendrada, a política como que adquire personalidade jurídica de sociedade limitada, com cotação variáveis segundo regras de um mercado paralelo ao do real interesse público. O suporte dessa ficção é a própria “industrialização” da miséria, a exigir habilidade de “messias” nacionais que, “entronizados”, dela se alimentam, na voracidade do apetite assistencialista.
É sempre mais convincente uma grande mentira do que uma pequena verdade. Não por outro motivo a opinião popular, via de regra, reflete em uma maioria o cinismo de uma minoria. por isso o gosto pelo trágico, pelo infame, pelo vil; por isto a dualidade recusa - aceitação tão encontradiça nas urnas dos “referendos” eleitorais; por isso o (des) gosto pelos escândalos em compasso de rumbas, mambos, boleros, calípsos e milongas. Ser independente é algo que verdadeiramente poucos querem, pois exige, no mínimo, pensar. E pensar, ao que tudo indica, em muita gente causa dor.   

(Caos Markus) 

SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013: "TERRA DE NINGUÉM"



Perplexos, os "encarcerados" eleitores brasileiros, em regime semi-aberto, indignam-se com o exílio da justiça, e bradam pelo respeito conspurcado. Em vão, pois que os árbitros do Poder insistem em meios extraordinários para o fim proposto, isto é, atender às suas veleidades. Assim, transformados em heróis de pantomima, os guardiões dos postulados da intransigência proclamam a sua inocência comprovada através de feitos deixados para trás nos tempos idos, em débil demonstração de equilíbrio.

E clamam na masmorra do Legislativo: "Que país é esse?!". A resposta poderia ser imediata: o país de Alice, o país de Gulliver, a Terra dos Gigantes depois, muito depois de outros anões do Congresso.
Esse país não é propriamente um país, ficou no meio do caminho da Aldeia Global, assistindo pela TV toda sorte de holocaustos e a ruína econômica das potências a caminho do subdesenvolvimento, dominadas por corruptos iguais aos nossos, para entãoco-produzir a novela do deboche nacional.
Todos os que, diretamente ou não, se revoltam não o fazem sem razão. Afinal, o Brasil tem sido palco de verdadeiras tragédias que mais fazem rir as "hienas", ao invés de comover os raros legítimos cidadãos.
Este país não pode render-se ao capricho dos que querem vê-lo uma "terra de ninguém".
Nem pão nem circo, mas ao povo o que só ele mesmo pode construir: a  sua honradez.

(Caos Markus)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

QUINTA-FEIRA, 14: "O BARDO E O BRADO"


Porque, assim, sem porquês do que e de quem, sabemos, nós os brasileiros, sofrer em estrofes, em rimas de pé quebrado. 
Porque o Brasil tem "esse coqueiro que dá coco", é esse um país "pra mim, Brasil...Brasil pra mim " e pra mais ninguém. Ainda que Barroso não se entenda por Almirante, e que os compositores não se confundam ou seja confundidos com fragata e patente dos milicianos interventores, veremos todos que, nessa "terra boa e gostosa", nenhum "filho teu não foge á luta", e por isso luta,  luta, luta nos guetos dos cortiços nos morros suspensos e sem jardins, nem de Nabucodonozor, nem de Max, o Burle, naturalmente; apenas vielas e beco das muitas favelas. E o bardo bem que avisara: "Quem se deixou escravizar/ E no abismo despenca/ De um amor qualquer...Nem chegou mesmo a perceber/ Que o mundo é sonho, fantasia, sofrimento, ironia...Nas asas brancas da ilusão/ Nossa imaginação/ pelo espaço vai, vai, vai/ Sem desconfiar/ Que mais tarde cai/ Para nunca mais voar".Porque o Brasil é brasileiro, de "mulato inzoneiro", é essa uma das razões de cada um de nós cantar em verso alheio o país "à merencória luz da lua". Sem dar conta de que por "inzonar" deve-se entender "vexar o espírito", o novo trovador, febril no "calor que provoca arrepio"  do "Rio 40 graus", lamenta a traição no amor à "cidade maravilhosa", berço da "terra de samba e pandeiro" e "da morena sestrosa", ou manhosa, ou astuta, ou ronhosa, ou maliciosa. E, já perplexo, o seresteiro não tem na exaltação a epígrafe da sua lírica, forçado à rendição da ufania pelo clamor beligerante das hordas "funks", nas atlânticas avenidas, dos corretores do tráfego internacional, do pó que tornou meninos de rua os meninos brozeados e parafinados da "cortina do passado", matando sede na morte de outras "fontes murmurantes". Porque essa é a "Terra de Nosso Senhor", "onde eu amarro minha rede", é nesta terra que entrou o pecado, "foram os moradores dela esquecendo-se de Deus, e deram entrada aos vícios e sucedeu-lhes o mesmo aos que viveram no tempo de Noé, como a Sodoma e Goma, foram abrasadas com fogo dos céus"; é nesta outra Babilônia que um outro fogo, de artilharia, mata um menino do Rio das ruas do Oiapoque ao Chuí; neste outro país continental, onde o Ministério da Justiça adverte para o perigo da ordem econômica injusta. É aqui onde se presta mais atenção "aos charlatães, aos intrujões e os bobos da rua" . É aqui, neste meu Brasil brasileiro que se "tira a mãe preta do cerrado" para devolvê-la à canga do senhor de escravos. Porque "no amor quem governa é o coração", é essa falta de governo, com tanto amor pra dar, e nada além disso, de um "Brasil Carinhoso", que faz uma enorme distância entre intenção e gesto. "Oh! Deus, como sou infeliz... Eu queria um minuto apenas, pra mostrar minhas penas", porque "sei que falam de mim, sei que zombam de mim, vivo à margem da vida, sem amparo e sem guarida...hoje sou folha morta, que a corrente transporta".
O bardo silencia o brado.

(Caos Markus)


QUARTA-FEIRA, 13 DE FEVEREIRO DE 2013: "FÉRETRO COM OVAÇÃO"



Inteligente e sensível, era pessoa de ótimo relacionamento, desfazendo-se facilmente dos bens da família se disso dependesse o sustento de suas nações irmãs, mais recentemente; não conseguiu suportar a crise econômica mundial que tem abalado seriamente a saúde financeira dos seus inúmeros amigos estrangeiros, submetendo-se, então, estoicamente a elevadas taxas de juros, na condição de fiador da formidável hipoteca internacional do século XX.
Deitado eternamente em berço esplêndido, Brasil está sendo velado no Palácio da Alvorada, aberto à visitação pública pelas inúmeras CPIs promovidas em moções de pesar, depois de devidamente embalsamado por exímios taxidermistas da política nacional. É incontável o número de flores enviadas ao local, representadas por raros exemplares exótica flora amazônica. Observa-se, também a presença de muitos chefes-de-estado, todos eles já agraciados com a amabilidade típica do caráter de Brasil.
Via, satélite, o mundo chora a perda daquele que soube incomparavelmente dividir as suas riquezas minerais e agropecuárias em prol de obras assistenciais, praticando o bem sem ver a quem, na inquebrantável crença dos espíritos elevados. Todos, em uníssono, já falam de Brasil com saudades, rendendo-lhe sinceras homenagens pelo verdadeiro altruísmo que pontificou a sua existência.
Comenta-se, a notícia do passamento de tão ilustre personalidade provocou até mesmo uma quebra na Bolsa de Valores, atingindo o dólar americano cotação nunca vista antes; no paralelo de Greenwich, o câmbio teria estourado em latitude e longitude insuperáveis.
O féretro, em cortejo, percorrerá todas as alamedas cívicas do país, sob a ovação do povo unido, sem medo de ser feliz, hasta la victoria siempre. 

(Caos Markus)

TERÇA-FEIRA, 12 DE FEVEREIRO DE 2013: "A NAÇÃO POPULARIZADA"



Esteriotipando, estigmatizando, o Estado confere acepção incorreta e inidônea às relações em sociedade, e trata o seu  virtual cidadão como um plebeu inferior que, embora com direito a voto, ainda vive sob o império da discriminação do “aparthaid social”. Assim é que, restrito ainda à figura do velho coronelismo colonial e republicano, a “res publica” aqui é “privatizada” , disfarçando-se à no nocivo hábito da mendicidade escamoteada. E já incapaz até mesmo de cumprir o lamentável papel de altruísta abnegado a distribuir brioches à multidão faminta, o Estado “confere” agora à iniciativa particular através do convênio de medicina privada, o “direito” de desproteger a saúde pública. O que se observa é a proliferação e a “proletarização” do suposto atendimento médico, em criação de uma sub espécie de “concessão” do serviço público.
Na pauta do dia , os órgãos de comunicação social alardeiam a derrocada da saúde no Brasil, enfatizando sempre o descaso com que as autoridades do setor administram o crucial problema a  afligir centenas de milhares de pessoas. O sistema descentralizado, forma adotada como maneira a proporcionar um bom atendimento em hospitais e clínicas conveniadas junto ao governo federal, está falido, dizem; afirmam, em uníssono, que as fraudes constantes provocaram o atual descalabro, pelo rombo nos cofres públicos. As afirmações, se não exclusivas, indubitavelmente têm procedência em fontes fidedignas. Porém, muito mais que uma lamentável constatação, deveriam refletir um alerta aos ardis do assistencialismo do Estado que, a partir do empobrecimento da nação, vitimada por administrações perdulárias, pratica uma atividade tão remota quanto a prostituição, ou seja, a “filantropia”, buscando confundi-la com um execrável e inapropriado sinônimo, a mendicância. Política social entre nós é socializar à iniciativa privada a coisa pública, popularizando a nação. Só isso, nada além disso.

(Caos Markus)

SEGUNDA-FEIRA, 11 DE FEVEREIRO DE 2013: "CONSTITUCIONALIZE"



Você tem o direito de ir e vir; você tem o direito de permanecer calado; você tem garantida, indistintamente e independentemente de sua cor, de sue credo, de sua consciência, de seu pensamento, e de sua convicção filosófica ou política, a sua liberdade, a sua propriedade, a sua expressão artística, intelectual ou científica.

Das duas uma, ou três: ou você tem direitos demais, porque além de todos aqueles outros ainda se acha no direito de não ter dever algum; ou você nem sabe o que é direito, e por isso segue o seu próprio, ainda que por causa disso outros como você façam o mesmo; ou você não deveria nem ir e nem vir, porque você, ficando sempre num lugar só, é um perigo menor, porque calado você diz menos besteira e, por conseqüência, evita o prejuízo maior de manifestar, sem distinção de qualquer natureza, "filosofias", "políticas" e "credos" tão inconscientes e inconsistentes.
Como para você "asilo" é muito mais um abrigo para os desvalidos e psicopatas, ou contrário de um lugar onde se protege a família, você acaba por discordar da inviolabilidade dos manicômios e dos albergues noturnos, propugnando pela liberdade do livre exercício do direito de resposta ainda não constituído aos loucos genericamente expurgados da sua convicção, da sua honra, da sua intimidade, da sua imagem e semelhança. E, para tanto, quer internações coletivas para assegurar o livre exercício dos cultos religiosos que, por serem assim tão "cultos" quanto você é, deverão professar as suas liturgias no claustro e no anonimato, sempre com o direito de resposta proporcional às entidades civis e militares.
Como sua pretensão é atender a função social, você e seus amigos-da-onça poderão reunir-se pacificamente para garantir a utilidade pública, decretando por pequena propriedade rural toda fazenda em que trabalhe a família dos seus colonos, admitindo, então, a pena de morte ou trabalhos forçados, conforme o caso, aos que não sejam condenados em caráter perpétuo à prestação alternativa.
Você tem até o direito de chamar a Constituição de "Constituinte", Porque, afinal, quem sabe não tem razão, pois se a lei fundamental, a magna carta, promulgada faz tempo, ainda hoje não foi o suficientemente  emendada, você também tem mais esse "direito" - confundir o substantivo feminino com o adjetivo. Assim sendo, e como você tem, a cada eleição ao Parlamento, delegado poderes a outrém para que constitucionalize vez por todas o que é de direito, sem que no entanto regulem-se definitivamente os direitos do cidadão, bem como os seus deveres em relação ao Estado; por que não ser você mesmo também um constituinte (dessa vez, no substantivo) e "redigir" o seu direito consuetudinário, nascido na tradição dos seus péssimos costumes e maus hábitos?

(Caos Markus)

DOMINGO, 10 DE FEVEREIRO DE 2013: "A CATEQUESE DO ASSISTENCIALISMO"



Assim como o regime instituído pelos jesuítas catequistas para arrancar a população indígena à barbárie reduziu a consciência da própria personalidade dos nativos, tornando-os irresponsáveis que se julgavam felizes, também não é raro, na atualidade, deparamos no continente americano, notadamente no Brasil, novos "selvagens incomparavelmente "mais felizes" sob o jugo de uma nova "catequese" do que sob tirania violenta mais explícita e até do que na liberdade do seu próprio meio.
Seria mesmo lícito admitir o pressuposto da igualdade absoluta e da comunidade de bens, quando parece estar a espécie humana dividida em duas criaturas - aquelas feitas para dirigir e as outras para obedecer? O que já foi denominado "servidão deliciosa" não seria, ainda, um mau hábito entre muitos de nós, acostumados à tutela?
Se assim é, se assim for, a cautela já não é tardia. Hoje vivemos mal sob um "assistencialismo" reducionista, e não damos conta de que um dia, ausente a tutela dos assistencialistas, miseráveis que somos, entregaremos nossos pescoços - e sem protesto algum! - a tiranos mais modernos. Outros "caudilhos" têm assumido a tarefa de preparação estratégica da submissão fatal. Agora, em nome de uma hipotética e desarrazoada "igualdade", homens que se tornaram públicos solapando o Poder dividem entre si, através de coligações e coalisões partidárias, o terreno da demagogia, uns e outros procurando igualmente o mesmo:
"homogeneizar" o seu rebanho, condenado ao expurgo os que relutam à "pacificação" pretendida.
Hoje, como ontem, paga-se com o martírio a caridade. Hoje, como ontem, não se pode negar a dificuldade que os povos deste continente têm em se reerguer da regressão sofrida para um dia alcançar integração histórica e uma "intensidade de vida coletiva". Hoje, como ontem, estamos restritos a um período inferior ao que se interpõe entre o selvagem e o homem culto.

(Caos Markus)

SÁBADO, 9 DE FEVEREIRO DE 2013: "RECUSA"



No niilismo, a negação total é

 recusar tudo o que

 institucionalmente impede a

 confirmação da

 existência individual e coletiva no

 mundo, 'aqui' e 'agora'.


(Caos Markus)

SEXTA-FEIRA, 8 DE FEVEREIRO DE 2013: "SUBTRAÍDO"





No trabalho globalizado, o

capitalismo financeiro maximizou a


mais-valia, superando o subtraído


do trabalhador pela maximização


global do lucro.


(Caos Markus)






QUINTA-FEIRA, 7 DE FEVEREIRO DE 2013: "EXPIAÇÃO ELEITORAL"



Carente de um mínimo pragmatismo a conferir veracidade aos múltiplos conceitos estruturados em supostas ideologias, observa-se pelo Brasil afora a difusão de exclusivismos, afastados de necessária praticidade. Olvida-se que a verdade é comprovada através de sua capacidade de realização.

Exatamente o contrário dessa concepção filosófica é a constatação da tosca política nacional, onde a multiplicidade de interpretações despreza a importância da efetiva transformação. A retórica populista substitui entre nós a praxis inovadora. E, dessa forma, a verdade, de tão relativa, assume caráter de instrumento de manipulação.
No Brasil, mente-se por minuto. Entretanto, a pretensão é a de se fazer acreditar em tudo o tempo todo. A pluralidade de partidos oferta não a garantia de participação e sim a certeza de alienação.
Tudo indica que o desvario político procura, na incoerência, afastar-se do processo onde a imaginação não é um delírio permanente, e merece mais do que ser deixada por conta de uma patologia do erro ou de uma psicologia de associação. Exatamente o oposto, o erro está incorporado ao nosso imaginário, nele encontrado absurdas referências para esquivar-se de um maior comprometimento com a realidade possível.
Sendo o esquecimento uma das formas da memória, o seu porão, a "intelectualidade" das elites políticas do país apostam em que o "porão" da nossa história deva ser sobrecarregado, considerando-o o melhor lugar para sepultar as idéias mais genuínas.
Assim, perde-se qualquer elo de ligação entre passado, presente e futuro, pois, não se percebe, quando um estado intelectual foi acompanhado por um sentimento vivo, um estado semelhante ou análogo tende a suscitar o mesmo sentimento; e quando estados intelectuais coexistiram, o sentimento ligado ao estado inicial, se vivo é, tende a se transferir para outros.
Forjados num frio "racionalismo", os homens públicos supostamente dirigentes dessa nação, via de regra, têm muita "filosofia", porém invariavelmente desprovida de sentido, desconsiderando mesmo que as certezas da sensibilidade são conquistas definitivas. E em nome do povo, é o próprio povo oferecido em sacrifício aos deuses desse Panteão 
ficticiamente considerado "Representação Popular". Mais grave, a auto-imolação tem sido usual, forma de expiação dos nossos "pecados" eleitorais.

(Caos Markus)

domingo, 10 de fevereiro de 2013

QUARTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2013: "NEO-ESQUERDISTAS NO DIVÃ"


Quando ateus, os neo-esquerdistas, repentinamente, convertem-se ao cristianismo, proclamando em cânticos que Deus abomina os ricos, que está ao lado dos pobres, exortando então os fiéis mais ao ódio do que ao amor, uma reverência ao remaker do socialismo endeusado.
Certamente, Leonardo Boff ao negar a Igreja enquanto instituição não pretendia recriá-la como tal; mas os neo-esquerdistas, mestres na articulação de confudir a opinião pública, buscam também obscurecer a própria fé, imiscuindo-se em assuntos que não lhes dizem respeito, e desprezando o ensinamento cristão "Dai à César o que é de César". Talvez, para essa neo-esquerda presunçosa o "Meu reino não é deste mundo” seja entendido como "O meu reino é todo o mundo", motivo pelo qual creia ser ela mesma o mundo todo.
Não obstante em confronto contumaz com a Justiça, militam em tropa os neo-esquerdistas, em contínua estratégia de ocupação do Parlamento e do Executivo. Nem evolução ainda conseguiram, e alardeiam a vitória do que alcunham "revolução".
Ingênuos? Não. Arrogantes. E como insolência é qualidade do ignorante, a frustração de não ter para si absolutamente tudo o que ao outro pertença faz desses malogrados neo-esquerdistas habituais amotinados no Poder, insistindo no fragor como ensurdecedora maneira de não dar ouvido à razão.
Talvez Freud explique que estado inconsciente é esse a manifestar-se em tão rudimentar conduta. Talvez, o divã do psiquiatra seja o lugar mais indicado no tratamento dessas obsessões, sintomas de peculiar moléstia. 
Pois, não foi Lenin quem disse - "Esquerdismo, a doença infantil do comunismo"?

(Caos Markus)