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quinta-feira, 11 de julho de 2013

SÁBADO, 13 DE JULHO DE 2013: "CONSTRUÇÕES SEM NEUTRALIDADE"

É de suma importância a dimensão social da 'construção do conhecimento', entendendo as relações entre os homens e a deles próprios com o mundo como fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem. Pois, isso significa enfatizar a 'construção de competências' voltadas à autonomia, destacando-se a emancipação das relações alienadas de trabalho, tendo por meta a compreensão do mundo, a sua transformação. Trata-se assim de alcançar a efetiva capacidade nos espaços produtivos, Entretanto, igualmente, sem relegar a plano inferior o desenvolvimento de princípios universalistas no mundo do trabalho e da cidadania, quais sejam, a igualdade de direitos, a justiça social, a solidariedade e a ética.
Trata-se ainda do desenvolvimento de uma formação integral e ampliada, articulando a dimensão profissional com a dimensão sócio-política.
É necessário ressaltar, a noção de 'competência' é expressivamente marcada pela noção da multiplicidade de sentidos reunidos em um só termo, tanto no mundo do trabalho quanto na esfera da educação.
Este conjunto tem origem nas diferentes visões teóricas  baseadas em pluralidade de matrizes e diversificada gama de graus de certezas do conhecimento científico, referindo-se a interesses, expectativas e aspirações dos distintos sujeitos coletivos, detentores de propostas e estratégias sociais diferenciadas, sempre tendentes a firmarem a hegemonia de seus projetos políticos.
Diante das várias 'concepções de competências', cabe enfatizar, as escolhas em educação não são neutras, e os conceitos manifestam as características e os interesses das forças sociais e dos grupos autores de cada conteúdo programático.
A noção de competência é, assim, uma 'construção social' e, por isso, alvo de disputas políticas em torno do seu significado social. Torna-se imprescindível enfrentar o desafio de propor alternativas ao modelo de educação profissional vigente, calcado na ideia de competências em suas noções não-críticas, que enfrentem e dêem respostas à dinâmica e às transformações do mundo do trabalho, na perspectiva dos interesses dos protagonistas sociais: os trabalhadores. A ressignificação do conceito de competências é, enfim, uma tarefa válida e urgente.

(Caos Markus)

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