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TERÇA-FEIRA, 25 DE SETEMBRO DE 2012: "A RELATIVIZAÇÃO DA HONESTIDADE"

Eis a genialidade: repensar o óbvio em nova linguagem. Eis a mediocridade: anunciar o antigo como se fosse inédito. Suposta imparcialidade, intelectuais discutem por este Brasil afora o sexo dos anjos, pretendendo descobrir quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha. Menosprezando a alheia capacidade de discernimento, simulam-se esforços para encontrar a corrupção em tudo e em todos, menos onde ela sempre esteve, isto é, na cabeça de cada ser humano. Em messiânica e ao mesmo tempo quixotesca investida, pretensos pensadores de uma hipotética nova era dimensionam tragédias humanas sob a ótica reformista, tão própria aos doutrinadores. E toda veemência das causas cede lugar ao sensacionalismo das consequências. Mas... Lidar com os efeitos é, seguramente, apoiar os que só fazem colaborar com os motivos. Fala-se do futuro como se conjugá-lo fosse prece a deus pagão. E pouco se faz pelo presente. A cada dia, mais uma página virada na história do país. Denunciar, denunciar, denunciar -é o que temos aprendido a fazer. Inspirados na falsa credibilidade daqueles que por ofício têm a arte da acusação, convivemos com as mais disparatadas idéias acerca da verdade, a ponto mesmo de duvidarmos que ela exista. Aliás, fazer com que a mentira esteja sempre em evidência é desprezar demais valores, os positivos, principalmente. Vale, pois a reflexão: confundir é também um processo de dominação. Quando a noção de 'delito' já está proscrita, toma-se o conceito de 'pecado'; e vice-versa. Porém, em ambas as circunstâncias, jamais falta quem se autodenomine justo e ponderado, a prescrever ou a pena ou a penitência. Assim, novamente, as mentes são expropriadas, relegando-se a plano secundário a análise na identificação e no reconhecimento das causas de uma transgressão. 'Arbitrar' possui agora novo status: a 'honestidade' é relativizada, até nos convencermos de que tudo deva ser ilusório e provisoriamente eficaz. (Caos Markus)

TERÇA-FEIRA,25 DE SETEMBRO DE 2012: "MORAL REFERENCIAL"

Não só na história da civilização como também na sua literatura, está presente o longo vigor do 'imoral' e do 'amoral'. No seu decurso, muitas são as mensagens a respeito, em referências várias acerca de pretendidas 'virtudes' da comunidade, numa ou noutra época. Percebe-se, assim, que a concepção de caráter ao modo do século XIX, face a sua hipocrisia, parece não ter atingido a História. O senso moral desse caráter é regressivo e repressor, sentimental e fundamentalmente equivocado, porque cruéis embaraços da moralidade pós-nazista, do nacional-socialismo, são encobertos por suas boas intenções. A partir do exemplo que do caráter emerge a ética, não como virtude ou defeito, porém, enquanto particularidade e distinção de cada personalidade. Cada uma traz a sua própria bagagem de valores e características, tanto quanto carrega a força duradoura do que, mesmo perdurando, pode não se prestar a outra coisa senão a prejudicar muitos indivíduos. Abrangendo o caráter não só o bem mas igualmente o mal, ele mesmo está além do bem e do mal. A sua integridade, pois, é tão-somente o padrão de suas partes entrelaçadas, mesmo este sendo seja pleno de tensões e duplicidade, em sugestiva ignominiosa contradição. Por isso, a ideia moral da personalidade a impede ser vista de fato. A moral, esta sim é notada. Nesta compreensão.inegável, a moral é questão de foro íntimo. O caráter a abrigá-la, ele mesmo não possui transparência necessária para afastar quaisquer dúvidas suscitadas, e possibilitar então evidências insofismáveis. (Caos Markus)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE SETEMBRO DE 2012: "EVIDÊNCIA"

Os gênios têm essa peculiar característica: trazem o óbvio à evidência, imprimindo clareza às mentes já habituadas à penumbra.

(Caos Markus)

domingo, 2 de setembro de 2012

DOMINGO, 23 DE SETEMBRO DE 2012: "INDETERMINAÇÃO"

Com o propósito de possibilitar a cada espírito humano, através de sua própria iniciativa, elevar a consciência universal a um plano mais elevado, é necessário deixá-lo livre. Nessa condição se desenvolverá a sua personalidade, sempre levando em conta que é indispensável às consciências individuais apoiarem-se umas nas outras, todas a um só tempo, no objetivo da construção coletiva, tanto em seus trabalhos essencialmente materiais quanto nas suas produções intelectuais e místicas. A maior quantidade de instrumentos mais poderosos de padronização, os meios hoje presentes na mídia, exigem, em contrapartida, o encontro de um estado de equilíbrio, pois não está isolada a a mera palavra. Se estas ferramentas a serviço do condicionamento obrigatoriamente se transformassem em meios de coação imediata das consciências, na humanidade em geral, o resultado seria nefasto. A demanda é viabilizar ambiente onde o 'pessoal' diferencie o 'individual', pela personalização da cada consciência humana, superando a resignação passiva, indo além da aceitação impensada, alcançando então o consentimento idealista e deveras construtivo. (Caos Markus)