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sábado, 8 de setembro de 2012

TERÇA-FEIRA, 25 DE SETEMBRO DE 2012: "A RELATIVIZAÇÃO DA HONESTIDADE"

Eis a genialidade: repensar o óbvio em nova linguagem. Eis a mediocridade: anunciar o antigo como se fosse inédito. Suposta imparcialidade, intelectuais discutem por este Brasil afora o sexo dos anjos, pretendendo descobrir quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha. Menosprezando a alheia capacidade de discernimento, simulam-se esforços para encontrar a corrupção em tudo e em todos, menos onde ela sempre esteve, isto é, na cabeça de cada ser humano. Em messiânica e ao mesmo tempo quixotesca investida, pretensos pensadores de uma hipotética nova era dimensionam tragédias humanas sob a ótica reformista, tão própria aos doutrinadores. E toda veemência das causas cede lugar ao sensacionalismo das consequências. Mas... Lidar com os efeitos é, seguramente, apoiar os que só fazem colaborar com os motivos. Fala-se do futuro como se conjugá-lo fosse prece a deus pagão. E pouco se faz pelo presente. A cada dia, mais uma página virada na história do país. Denunciar, denunciar, denunciar -é o que temos aprendido a fazer. Inspirados na falsa credibilidade daqueles que por ofício têm a arte da acusação, convivemos com as mais disparatadas idéias acerca da verdade, a ponto mesmo de duvidarmos que ela exista. Aliás, fazer com que a mentira esteja sempre em evidência é desprezar demais valores, os positivos, principalmente. Vale, pois a reflexão: confundir é também um processo de dominação. Quando a noção de 'delito' já está proscrita, toma-se o conceito de 'pecado'; e vice-versa. Porém, em ambas as circunstâncias, jamais falta quem se autodenomine justo e ponderado, a prescrever ou a pena ou a penitência. Assim, novamente, as mentes são expropriadas, relegando-se a plano secundário a análise na identificação e no reconhecimento das causas de uma transgressão. 'Arbitrar' possui agora novo status: a 'honestidade' é relativizada, até nos convencermos de que tudo deva ser ilusório e provisoriamente eficaz. (Caos Markus)

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