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domingo, 5 de agosto de 2012

SEXTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2012: "A IGUALDADE DO INSURRECTO"

Da própria condição humana origina-se a opressão. Da circunstância onde morte e dor co-existem. Opor-se ao opressor é opor-se a estes dois fatos. Daí,porém, a pergunta: defrontar-se com o opressor baseado em quê? O oprimido afirma um valor frente ao opressor: aqueles limites que não podem ser ultrapassados. O insubmisso transcendente afirmará um princípio de justiça, o direito a uma unidade feliz. Sob o sentimento de frustração, o sublevado transcende porque tem consciência de sua dignidade e das exigências que emanam de seu ser. A sua lucidez indica que a criação não corresponde ao que ele é. E ele decepciona-se pela confrontação entre o que é exigência sua e o que é realidade. A ordem que obriga é a da vida e a da felicidade. Para afirmá-las, vê-se compelido a negar uma realidade a que contrapõem-se sofrimento e morte. Eis a sua missão: não aceitar o injusto, recusar a criação, contestá-la sempre; afirmar o homem, confirmar o direito. Ele compreende que repelir uma determinação não implica na rejeição da existência de um ordenador. Esse homem é, sobretudo, alguém que na heresia constrói o seu cotidiano. Porque ele não aceita, porque recusa a inumanidade da ordem. Então, mais do que negar a existência de um criador, a insubordinação institui um processo de julgamento. E todo julgamento nivela: nenhuma superioridade pode ser reconhecida naquele que é réu. Ao julgar, o insurrecto se proclama, definitivamente, 'igual'. (Caos Markus)

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