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domingo, 29 de abril de 2012

QUARTA-FEIRA, 30 DE MAIO DE 2012: "CADA PARTE À PARTE"

Cada um é metade. Não uma metade 'assim' e outra que não se sabe. A gente pode até ser meio isso e meio aquilo. Ainda assim, tudo em uma só metade. Porque se fossemos de fato constantes em coerência, distantes de contradições, se acordássemos como nos deitamos para dormir - mantendo a bondade primacial ou conservando a crueldade original (uma coisa ou outra, não coisa e outra) - , só então seríamos um inteiro, íntegros, e não duas metades ora alternadas,
às vezes circunstancialmente mescladas. E por reduzidos que somos, é essa a nossa inteira parte: a metade de cada um. Nessa metade, o meio multiplica-se em quantos necessários: seja para firmar crença de que colaboramos sinceramente com o crescimento de um nosso semelhante, seja para reduzir ainda mais aquele que a nós já é pequeno o suficiente, deixando-nos de incomodar. Verdade, sim, temos por companhia a ausência da outra metade, a que imaginamos possuir, aquela na qual pretendemos ser o lado bom, quando esta outra é banda ruim. Porque cada um é protagonista de seu peculiar enredo. E a todos, a mera sugestão da história única, versão ímpar. Nem eu nem você, nenhum de nós quer ao menos se convencer do muito que somos todos, quando a simples existência dos demais deixa de ser mera figuração.
(Caos Markus)

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