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terça-feira, 15 de novembro de 2011

TERÇA-FEIRA, 6 DE DEZEMBRO DE 2011: "MÚSICA, MORADA DO CONHECIMENTO, HABITAT DO AMOR"

A música, em princípio, é a arte das Musas, ou seja, é toda a atividade inspirada em uma das Musas. Estas, entidades da mitologia, são dotadas de extraordinariedade, muitas vezes superiores aos deuses, com cujo poder podem conceder aos homens a revelação de verdades e iluminações que, sozinhos, talvez jamais alcançariam. É justo então pensar que o universo das relações sonoras e rítmicas ao qual chamamos 'música' não é aquele exclusivo de suas influências. Pois, muito embora as atividades musicais "sonoras" estivessem no terreno sob o domínio das Musas, outras atividades aí podiam ser incluídas. Essas atividades já receberam denominações diversificadas: 'artes' ("technai", para os gregos), 'atividades artísticas' e 'técnicas'. No entanto, a própria filosofia foi referida como o exercício da "mais nobre música", em virtude de as Musas inspirarem todas a especializações, não se limitando a atividades específicas e determinadas. Por outro lado, é preciso lembrar que as Musas são todas filhas de Mnême, a 'Memória'. E este é um sinal de novo encontro da filosofia com a música, em sentido amplo, pois o saber filosófico implica em uma atividade onde a memória tem papel central. É por seu intermédio que a alma (a psique) está capacitada a sair da ignorância e se aperfeiçoar. O desejo de aprender, hoje por nós muitas vezes conhecido como 'curiosidade', era chamado de 'amor', sendo o efeito inicial da memória em todos nós, a nostalgia do conhecimento perdido. Assim, esse amor se confunde com a nossa noção de desejo, mas não de um desejo insatisfeito.Trata-se de desejo que insiste no prazer da busca incessante, sempre renovado; e, por isso, eterno. (Caos Markus)

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