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domingo, 19 de julho de 2009

TERÇA-FEIRA, 4 DE AGOSTO DE 2009:"ADMISSÃO"

Em frenesi, franzi o cenho, buscando a senha dos contatos imediatos do terceiro grau na equação do primeiro. Porque aritmeticamente falando, não é fácil a compreensão de enigma fundamentalista com trajetória numérica em progressão geométrica muito além do duplo sentido. Saibam os incautos que todos o somos. Conheçam os sábios que o indubitável é sempre questionável, segundo o livre convencimento adquirido através de provas refutáveis. Afinal, ninguém pode afirmar um conceito sem antes ter uma tese. O que faz de todo tratadista um festejado preconceituoso. Por isso esse nó na garganta, essa eloquência sempre consentida, mas jamais admitida se o grito é de alerta. Aliás, não cabe mais qualquer ingenuidade no trato particular da coisa pública. Porque é público e notório o alto teor de fumaça no fogo das paixões, dessas que por si só arrasam sistemas econômicos inteiros, levando consigo ímpios governantes ao calor abrasador da purgação. Ora, dos pares sabe-se a contumaz troca de figurinhas! E terminado o álbum de família, restam as imagens pálidas em preto e branco extraídas no passado negativo de toda a presente história. Vã esperança! Vão os homens esperançosos lutando em vãos alcunhados lacunas, tão próprias às tréguas meditadas na pré-inflexão do túnel do tempo. Ide em paz nesta terra de gigantes,que a perfeição é uma meta na concepção de Davi, na aversão de Golias. Quem fica já foi num dia mais veloz, menos atroz. Que a nossa piedade é um outro gigante desumano fazendo-nos acreditar que de tudo podemos ser redimidos, ainda que tenhamos cometido falta grave contra os mais nobres sonhos ante os menores obstáculos. No dia-a-dia, tudo é noite impedindo a clareza de certeza visionária. Porque dos sentidos resta o tato adestrado do cego, muito além dos ouvidos moucos, mesmo aquém dos loucos. Varonis têm encantos femininos que não residem em genitália alguma E os seus desejos, não raro, são relativamente satisfeitos no regozijo do poder na polis. E não por outro motivo, se mil vidas alguém tivesse, nelas todas buscaria o prazer na dor, incapacitado à liberdade, apto à clemência,submisso à indulgência. Então, eis que, premeditada a dança, quem dança conforme a música canta desafinado,no bizarro jogo de cintura desproporcional ao real modelo do dominador. Porque a minha, a sua, a nossa consciência, não admitem plural, nesse tamanho sempre singular que cada um pode ter de si mesmo. 'Além fronteiras' é precisa ambição no desdém da pirataria mental.
(Marcus Moreira Machado)

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