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sábado, 13 de setembro de 2008

SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2008: "A VIDA CONJUGADA"

Houve tempo em que, menino, eu nem imaginava que azia ainda seria tormenta no meu continente digestivo. Acento, ortografia, gramática -ausentes da minha pueril geografia-, nada afrontava meu resoluto ideal de crescer, prosseguir. A idéia era essa: o tempo passar. Porque tem dia todos os dias; então, natural tudo ir mudando, quisessem ou não as crases, as reticências; e até mesmo as reminiscências. E foi isso o que de fato aconteceu. De grave, só a voz da adolescente indo embora, com a adulta chegando. A era (anos pareciam eternidade!) ficara para trás; em seu lugar, todos os lugares tão velozmente visitados, a cada meio-tempo. E o inteiro engano sobre a certeza futura. Passado o presente a limpo, ainda creio que na Ásia, ou na América, europeu ou africano, viver pode ser redundância. Ou relutância do hesitante. Ou hesitação de arrogante. Ou, quem sabe, temporal indigesto, amenizado a bicarbonato,na queimação de terceiro grau que sempre dá ao perseguir a luz eterna do santo graal. Porque, sem dúvida, são ácidos os homens que tornaram a vida "aziática".(Marcus Moreira Machado)

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