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sábado, 25 de agosto de 2007

NATUREZA HUMANA

Um atalho para a nossa consciência,
encruzilhada do sentimento,
dúvida eterna da razão.
De quê precisamos!?
Pântano, lodo, charco, turfa... ...
Pisar firme!
Mares, rios, lagos, cachoeiras, veio d'água...
Esperança!
Solares, violetas, infra-vermelhos, laser;
raios e relâmpagos:
A trovoada acorda os mortais.
Sísmicos, emocionais;
abalos, cisma,
sacodem, afinal.
E ardem línguas de fogo:
cospem a ira em convulsão.
O vômito do passado enterra
a desamparada existência.
Relva, selvas, pomares, capim ...
Aflora a vida subsistente.
Agora e sempre precisamos de asas.
Pois, pássaros é o quê somos
e grades é o quê temos!!!
(Marcus Moreira Machado)

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

25/agosto/2007- DA VERDADE QUE NÃO É A NOSSA

Desde tempos imemoriais, a idéia da libertação política brota inapelavelmente na mente popular. A constância da dominação do homem pelo homem, no passar dos séculos, faz irromper o conceito da liberdade identificada no antagonismo, na dualidade dos opostos: 'licença' e 'tirania'.
Rebelar-se contra a escravidão dos subjugados, na busca do estabelecimento dessa 'liberdade' -a liberdade política- tem sido o moto-perpétuo de parcela da raça humana, sempre a combater o jugo do conquistador.
Não por outra razão, é a liberdade espiritual quase sempre confundida com a liberdade política, dando-se então às reformas morais poder que elas jamais possuiram.
Ao tempo do Cristo, no reino de Cesar, não foi diferente. Dois grupos adversários mantinham contrárias opiniões acerca do rei. Os Herodianos (sectários de um 'partido político') externavam respeito e submissão à Cesar e à autoridade romana (ainda que romanos não fossem eles próprios; porém, tal "amizade" buscava o fortalecimento da Casa de Herodes, no intuito de, uma vez sequazes da Roma pagã e do próprio Cesar, alcançarem também a majestade de um príncipe herodiano. Os Fariseus (igualmente prosélitos de um 'partido político'), alcançaram, à época, o apogeu do poder; e puritanos, respeitosos à lei judaica e obedientes aos seus costumes, negavam a supremacia da autoridade romana (teriam até tentado matar Herodes, pois que pretendiam o governo do mundo, sob o modelo da sua religião, defendida ardorosamente no 'partido').
As diferenças não impediram, entretanto, A SOMA DE FORÇAS DOS DOIS GRUPOS a fim de CONSPIRAREM CONTRA JESUS -numa demonstração do ódio que ambos os grupos nutriam por quem "ameaçava" (conforme assim acreditavam herodianos e fariseus) os seus objetivos (pobres) de "liberdade política", em misto de 'libertação' e 'opressão', simultaneamente.
JESUS já fôra tentado, no alto da montanha, a uma CARREIRA POLÍTICA. Em vão, obviamente. Porque 'o político deveria servir o Divino e não o Divino ao político'.
O Cristo, recusando ser aclamado rei, foi às montanhas.Contudo, nada disso foi suficiente para os dois partidos políticos. E, por demais notória a submissão dos herodianos ao governo de Roma, coube aos fariseus a missão de colocar em prática a trama contra Jesus, assim o fazendo não pessoalmente, mas através de alguns dos seus jovens discípulos -no objetivo de causarem impressão de disputa entre eles e os herodianos; confronto a ser "julgado", então, pelo Messias.
Sob o pretexto de que ao Nazareno restasse declarar se certo ou errado estavam os herodianos (concordantes em pagar tributo à Roma), perguntaram a Jesus quem tinha razão.
A resposta, imperativa: "-Seus hipócritas! Por que me tentais?"
O Mestre compreendera que qualquer das respostas somente serviria para colocá-lo CONTRA O POVO, ou passar a idéia de que concordava com o jugo do invasor coletor de impostos, ou de verdadeiro traidor de Cesar.
Ato contínuo, pediu-lhes fosse mostrada a moeda do tributo. Pergunta e resposta sucessivas, conhecidas, merecem ser relembradas.
"-De quem é esta imagem e esta inscrição?". À resposta "-É de Cesar", acrescentou: "-Dai, pois, a Cesar o quê é de Cesar, e a Deus o quê é de Deus".
Jesus, dessa maneira, novamente afirmava que a liberdade política NÃO ERA A ÚNICA LIBERDADE.
Aos herodianos, o "Dai a Deus"; aos fariseus, o "Dai a Cesar". Porque o Cristo viera para resgatar os direitos de Deus; pois, se todos os homens procurassem antes o Reino de Deus -e a sua Justiça!- o restante sobreviria como efeito dessa busca. A liberdade política, inclusive.
Por todas essas razões, Jesus não contestou a conjuntura política.
Afinal, a vontade humana não é traída de fora, jamais; porém, pode ser enganada de dentro, pela liberdade de uma decisão que, reproduzida, molda a corrente do costume.
Já decorridos mais de 2000 anos, NOVOS HERODIANOS e MODERNOS FARISEUS afirmam possuir (na mesma hipocrisia de outrora) na prometida liberdade política "A VERDADE (QUE) VOS TORNARÁ LIVRES".
Conspirando, também, SOMAM TENDÊNCIAS, provisoriamente -"trabalhando" em 'partido único', governados por sua própria tirania, apregoando reforma moral e olvidando a espiritual... chamando a Cesar o quê é de Deus!!!
Marcus Moreira Machado

De quem nasce e de quem renasce

"JAMAIS JURAR; NEM PELO CÉU, POIS ESTE É TRONO DE DEUS; NEM PELA TERRA; POIS NESTA ELE REPOUSA OS PÉS. MA QUE SE COMUNIQUE COM OS OUTROS, DIZENDO SIM, SIM; NÃO, NÃO; POIS O QUÊ A ISTO EXCEDER PROVIRÁ O MAL." Assim disse Jesus aos seus discípulos, em indicação de que enorme era o seu apreço ao Segundo Livro de Enoc; muito provavelmente, naquele tempo conhecido como "LIVRO DOS SEGREDOS DE ENOC". Porque, neste, eis que palavras muito semelhantes ao do Cristo se repetem: "Nenhuma jura faço, nem pelo céu nem pela terra (...) Se não existe verdade nos homens, que jurem pelas palavras -sim, sim; ou então, não, não".
A certeza de Jesus de que Deus era o seu pai está presente naquilo que aos seus imediatos seguidores -tal qual o fez Enoc- asseverou. E decorrência natural dessa convicção, ele mesmo proclamaria, adiante, "um novo dia", o do reinado de Deus sobre a terra; por isso, impressionado, orando: "-Venha a nós o vosso reino".
Ao rogar, o ungido, o Cristo, em verdade já sabia presente esse reino divino. Todavia, não ignorava que a 'pressão' desse reinado ocorreria gradualmente. Pois, certo de que para cá viera 'missionário' (a fim de, ensinando, agir em 'prol de seu pai'), o Homem da Galiléia logo percebera que nenhum grande amor pela humanidade seria consumado através da ira; razão porque em pouquíssimo tempo passou a enxergar os homens como inocentes crianças, a quem o melhor e didático exemplo seria O DA PAZ MANTIDA A QUALQUER PREÇO, mesmo se alto fosse o seu valor; ainda que o pagamento culminasse na sua própria crucificação.
Da manjedoura à cruz; do nascimento à paixão; o quê se confirma é ALGUÉM VENDO MUITO ALÉM DE NÓS MESMOS. É alguém de nome muito comum entre os judeus -"Jesus"; "Josué", no hebraico.
Trata-se de pessoa que, por acréscimo, fora chamada "Emanuel". E não sem razão. Afinal, algo mais que a divina presença (aquela que liberta e salva; não a de sentimento de 'dó', apenas) a piedade sentida por Jesus, ao ser inquirido por seus 'companheiros' sobre quem sentaria à direita e quem à esquerda dele, quando todos chegassem ao Reino!?
Pois foi nessa compreensão que Jesus olhou e ouviu A TOLICE DE PALAVRAS PRONUNCIADAS POR GENTE QUE AINDA POR MUITO TEMPO PROMETERIA EM VÃO, vivendo num mundo onde, "crianças", gastariam séculos e séculos no APRENDIZADO DE TÃO ELEVADA ESTATURA MORAL E MENTAL.
Por isso, como todo mestre que crê, que verdadeiramente professa; Jesus 'Cristo' se faz menino, sempre, para que nós outros -as suas 'crianças'- não esqueçamos tudo o quê já aprendemos; para que reiniciemos "um novo período letivo", na lição diária do reino que -de nós tão próximo- temos grande dificuldade em vê-lo perto de nós.
Marcus Moreira Machado

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

MÃE FULGURANTE

Pátria amada, mãe gentil...

os teus filhos ao solo,

à própria sorte!

Desafia a morte o braço forte.

Mas tu, ó! mãe adorada,

se do amor e da esperança

à terra desces;

vês que teus campos, teu bosques,

já são imagem de luz do céu profundo.

Que o brado neste instante é clamor de

"-Salve! Salve-me!!"

Pátria amada, mãe gentílica...

Nestes atribulados dias,

o quê mais tu queres?

Nada tens a ganhar,

pois nem teme nem te adora

aquele (impávido colosso) que do teu futuro

apaga a glória do passado.

Pátria amada, mãe dos gentios...

Ouves o som (teu povo heróico) de filhos teus

fulminando o sol do Mundo Novo !?

Ou é tu, ó! mãe, brasileira que foge à luta,

eternamente, entre outras mil ?

Será da tua própria natureza,

sem paz no futuro,

o espelho dessa grandeza?!

Marcus Moreira Machado

terça-feira, 21 de agosto de 2007

ESTIBORDO E BOMBORDO

Scaneie e sacaneie,
manipulando mouses
na ratoeira dos
jogos de guerra
(Theo, o "nome de Deus"
navega
quase submerso
em codinomes
filhos do Homem)
Criador e criatura,
a sapiência e
o aprendizado;
ego e alterego.
A razão -consciência, e
id da psique homo-sapiens.
Eros e repressão
no eterno
vigiar e punir
das entrelaçadas
mãos cibernéticas
de Marcuse e Foucault !
Que exclamo, no clamor
da contida ira de aldeão global
- que não me chamo John
e de Mac só conheço
o pato que sou
noutras mãos de Disney.
Chips clones
de neurônios
monitorados por Proust:
"Deus é um ator que representa
para uma platéia que tem medo de rir".

OLHO

Há céu
e montanhas existem.
À noite, sabemos todos
que o dia houve ...
Desta magnífica existência,
o quê atrás dos montes
não enxergamos,
ainda lá está.
E se fosse o nosso lugar,
também daríamos por certo
tudo acima ou à frente
de nós próprios.
Mas nós mesmos somos muito mais
que a nossa pouca crença...!
Talvez por isso tenhamos
outros olhos que, mal sabemos,
vêem cada um destes
que de fato conhecemos.
No outro olhar,
a visão de quem nos convida
ao horizonte infinito,
da viagem sem fim,
no encontro dos tempos,
aquém e além dos espaços:
O olhar abençoado
de quem nos protege
em todas as direções
de todos os sentidos.
Marcus Moreira Machado

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

VERBO MIGRANTE

A Igreja somente poderá ser "eclesias" se for 'nômade' e, nessa condição, igreja 'peregrina'. Com discípulos arregimentados então pelo caminhar eterno do Ungido.
Porque acreditar na volta do Cristo ou PREGAR SEDENTARIAMENTE, isso é apenas INSTITUCIONALIZAR A FÉ -o que se faz por dogmas, e na distância longíngua do caminho; pelo ATALHO DA CONSCIÊNCIA APARTADA DO VERBO CRIADOR; sem algum vínculo com o permanente porvir.
Homens pretensos de humanidade, ainda hoje em plena infância... Em suas pueris palavras a VÃ DOUTRINA DA DISSIDÊNCIA SUBLIMADA, a ocultar intenções maiores que os próprios gestos...!
Eis o quê vemos: em nome do amor, o atroz embuste, no efeito impiedoso da alheia dor.
Daí, já (des) 'religados', clamam ,todos, no deserto das suas almas um "RITO-ESPÍRITO" de vínculo, a que chamam "religião".
Esses "religiosos" ignoram, contudo, que NENHUM DE NÓS PODERÁ CONJUGAR EM QUALQUER PESSOA SENÃO NO INFINITIVO que não ousa o simples (sempre mais real); muito além de outro tempo qualquer; sempre mais sincero, se comparado no atemporal confundido com o secular -que, nem laico nem acadêmico- declara-se , no entanto, mensageiro.
Certamente, diriam: "-Blasfemo!".
Ao que eu nada responderia, pois que ao certo, por maior heresia, tão-somente diriam, no tempo incerto de quem jamais fará. Igualmente como ainda hoje apenas prometem! Porque 'o fazer' será (indefinidamente) infinitivo, tanto quanto.
Do lado de fora, enquanto isso, aquém das muralhas mal alcunhadas "templos", MIGRANTE É A ALMA em estreito e tênue laço com o espírito; ambos a divagarem no insólito percurso de distante viagem; ainda que no concurso essencial ao 'eclesiástico', às assembléias dos povos alguns insistam imprimir característica indistinta, inexata entre 'discriminar' e 'segregar'; mesmo se -por desprezo ao âmago- seja eleita a superfície como mais lídima tradução do cerne.
Afora, grassa a intenção salutar de brotar das entranhas o CLAMOR VOCACIONAL DE REDENÇÃO, pleiteada em nome coletivo por quem resta reduzido, todavia, a significados de intérpretes versados em tão vorazmente reescrever sua obra -de fato, nunca identificados na expressão do anônimo conteúdo; descuidados, tornam apócrifos os capítulos e, contraditoriamente, assumem a autoria nos prefácios de todas os livros (desde o Gênesis, ultrapassando os Testamentos, na superação dos círculos celestiais, encerrando, à imagem de Édipo, a semelhança ao Criador).
"Mater et Magister"! OS TEUS FILHOS RECUSAM ESCOLA ONDE NÃO POSSAM SER ELES MESMOS OS MESTRES !!
Agem, contudo, em teu venerável nome, pretendendo-te AVALISTA GLORIOSA DO IMPÉRIO SEM SENTIDO na direção do reino de Cesar ao Reino de Deus!!!
Marcus Moreira Machado