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quinta-feira, 30 de agosto de 2007

TRUÃO

Truão demissionário, sou emissário do rei; faço rir o hipócrita, rirá também o idiota. Se tenho imunidade, ela é filha da maldade da corja que me sustenta. O bobo da corte não é por motivo torpe que faz sua ladainha. Sua tarefa é eximir da culpa o adultério da rainha, o desfalque do tesoureiro, os crimes de todo o reino. A graça deste palhaço vive hoje no asco que habita todo o palácio. Enquanto riem do chistoso anão, há agora uma grande multidão. Alheia, não mais percebe a coroa que o cetro ainda é majestade, mas fora é forte a tempestade. Da revolta, no medo, um grito soa. É clamor, o brado ecoa: "-Liberdade!!" Marcus Moreira Machado

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