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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

SÁBADO, 23 DE AGOSTO DE 2014: "A IGNORÂNCIA GRADUADA"


Absurdamente, é admitida como correta uma abstração desprovida de justificado fundamento, atribuindo à palavra 'aluno' a noção de alguém 'sem luz', como se 'a' fosse prefixo de negação. A falha se apresenta pelo fato de 'a' ser um prefixo grego e não latino. Logo, essa explicação é um logro.
É indispensável verificar, grande parte das palavras na língua latina foram formadas por aglutinação de prefixos e sufixos (afixos) a um radical (raiz).
Em latim, o prefixo "a" indica 'movimento para', 'aproximação', 'na direção de' (abordar, apurar, arribar, arraigar, associar, assimilar). Por isso, ao se buscar outra explicação etimológica, fundada apenas na língua latina constata-se 'a' vinculado a "lumen", "luminis" (luz), ou seja, 'aquele que vai na direção da luz'. E como 'luz', metaforicamente, exprime 'conhecimento', aluno é o indivíduo a caminhar 'na' ou 'em' direção ao saber.
O pré-conceito ganhou vulto, desastroso, infelizmente, divulgado como vocábulo cuja acepção "não luz", ou "sem luz", foi forjado em etimologia levianamente ficcionada.
Ratificando-se, por derivação, é formado pelo prefixo 'a', significando 'negação', e pelo elemento 'lun', adulteração de 'lumen', 'luminis', manifestando 'luz'.
Trata-se, pois, de erro grosseiro, destituído de senso crítico e de espírito científico. Afinal, existente muito antes da era cristã,“alumnus” encerra, dentre outras concepções: ‘criança de peito’, ‘lactente’, ‘menino’; e, daí, ‘aluno’, ‘discípulo’.
Simplesmente, na correta etimologia, nota-se: "alumnus" deriva do verbo "alere", expressando 'alimentar', 'nutrir', 'crescer', 'desenvolver', 'animar', 'fomentar', 'criar', 'sustentar', 'produzir', 'fortalecer'.
Uma das consequências desse erro é a adoção da palavra ‘estudante’, em lugar de 'aluno', por professores universitários a quem igualmente o equivocado conceito foi "ensinado'.  
Passaram a crer nele, sem a devida pesquisa na fonte segura, isto é, em dicionários respeitáveis e confiáveis de língua portuguesa e de língua latina. E, assim, seguem-no e adotam-no em sala de aula ou em outras áreas universitárias. Mais ainda, os professores a difundirem tal heresia são considerados, não raramente, absolutamente respeitáveis, detentores dos títulos de pós-graduados, mestres e doutores.
Contudo, em muitos cursos de mestrado ou doutorado, também assim é transmitido pelos 'professores orientadores', ou seja, empregar a palavra ‘estudante’, em lugar de ‘aluno’. Vários deles são conceituados pedagogos, palestrantes, inclusive, em cursos de treinamento. 
Na própria língua portuguesa, a palavra ‘estudante’ não é sinônima perfeita da palavra 'aluno'. 
Elas sequer possuem exata equivalência, o mesmo emprego. Não são usadas nas mesmas situações ou estruturas de frase. Resgatar a seriedade, a responsabilidade e a confiabilidade esperada de uma escola superior é algo inadiável.
Sob pena de perder o respeito e a credibilidade, a Universidade, como sede do saber científico, não pode adotar nem divulgar erros, inverdades, falsos conceitos.
Atuando dessa maneira, deixa de ser a instituição pluridisciplinar responsável pela formação dos quadros de profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, a ela restando ministrar a ignorância graduada.

(Caos Markus)


SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2014: "O CONFRONTO DAS PREMISSAS"


Há em uma sala de aula variada gama de universos, sob o ponto de vista pessoal e subjetivo. Cada um possui características personalíssimas, sua história, seu quadro de valores, expectativas e ansiedades, potencial intelectual, suas situações afetivas (remotas e recentes), ideias e crenças, visão de mundo, sua classe social, tipo físico, sua participação em grupos exclusivos.
O processo de alienação e objetivação transforma todas estas diferenças em elementos de competitividade e oclusão. E as desigualdades, mesmo entre os considerados “iguais”, como os alunos, transformam-se em verdadeiros abismos entre uns e outros. Acrescenta-se a este mundo um elemento, o professor (cuja função se destaca, diferenciando-se por sua própria dinâmica), e mais ainda se nota a forte discriminação.
Esta alienação, uma terra deserta , delimita dois distintos redutos.
Demarcação que não segrega apenas os indivíduos uns dos outros, mas também dissocia uma pessoa de si própria. E tudo ocorre como se em seus destinos ninguém pudesse ter qualquer interferência, já determinados por uma trama inconsciente, alheia à vontade de seus participantes. 
Com efeito, os alunos estão nessa sala de aula porque a família (sem qualquer fundamento em valores humanistas, porém, sob as influências culturais de uma concepção financeira, de manutenção ou de ascensão de status) assim determinou. Já o professor, quais descaminhos o conduziram à sala de aula, onde predominam o desânimo, a passividade, a falta de estímulos? São quase inexistentes os impulsos conscientes que motivam o indivíduo a compor a sala de aula, seja aluno ou professor.
Eles estão lá, contudo, contra a vontade, submetidos a uma engrenagem absoluta e incompreensível. Este processo autômato da alienação torna passiva a participação, tanto do docente quanto do aprendiz.   
O desmembramento e a inércia são processos objetivos oriundos do organismo social. As pessoas isoladamente não são culpadas, a culpa encontra-se na relação social, a estruturá-las sob a violência objetivada.
Não percebendo o sistema de desvario e materialização enquanto resultado de um processo social, o professor sucumbe. E passa a ver nos alunos a culpa, ao invés de compreendê-los como vítimas iguais a ele, todos entorpecidos.
A partir daí, aquele a quem se atribuia a habilidade de transmitir conhecimentos, o educador, também ele é imerso nesta inconsciência coletiva, não distinguindo liberdade e desrespeito coletivo, perdendo o interesse no estímulo dos educandos, na falta de sensibilidade para aprofundar o que é de interesse geral, perdido em minúcias ou interesses particulares.
Educar, todavia, é romper essa cadeia de alienação, ativando  corpo e mente; é desenvolver todas as potências lógicas e afetivas, pôr em funcionamento a multiplicidade de verdadeiras oficinas de criatividade.
Ora, se a culpa é da relação entre os indivíduos isolados, ela deve ser a prioridade no questionamento sobre como educar.
É necessário quebrar os muros do bloqueio, unir os homens num universo criador; resgatar a humanidade perdida.
Se a culpa é da relação social, deve-se transformá-la, na escola e na sala de aula, criando um nexo educacional entre os agentes da comunidade. O vínculo vai gerar novos homens. À participação absorta e passiva deve-se opor a coletiva e ativa.
O aspecto comum da cooperação há de ser visto não como despersonalizador, e sim enquanto o principal instrumento da construção de individualidades. 
Se a realização da humanidade acontece quando as pessoas se percebem coordenadoras na construção de uma felicidade jamais admitida como bem individual, então, este é o meio mais eficaz de ser formar individualmente co-partícipes responsavelmente atuantes.
Para cumprir esses propósitos, impõe-se ao professor ouvir e se fazer ouvir, oferecendo espaços onde os alunos não só compreenderão as ideias vinculadas pelos autores, mas também se posicionarão diante delas, iniciando o confronto das premissas evidenciadas.
Confirma-se, a partir da dinâmica interna da sala de aula, do relacionamento 'professor-aluno', é possível identificar formas de influenciar o movimento externo, a fim de modificá-lo, não se limitando a constatar a sua realidade, entretanto, reconhecendo o âmbito, em suas razões, do qual uma mensagem é transmitida.

(Caos Markus)

terça-feira, 29 de julho de 2014

QUINTA-FEIRA, 21 DE AGOSTO DE 2014: "NAÇÃO"


O destino da nação que não assume seu dever de se educar e de se tornar autônoma é viver permanentemente na ignorância, ameaçada pela violência, submissa à lei do mais forte, na subserviência explícita ou implícita, frustrada a sua incapacidade de ser melhor, menosprezada por sua irrefletida passividade. Sem perspectivas futuras, esta nação prosseguirá a esmo ao longo de tempo, enquanto corre rumo ao nada, no vácuo do conhecimento,à espera de alguém hipoteticamente habilitado a elevar o seu status, cuja promoção, porém, só a ela mesma é possível: tornar-se de fato uma nação.

 

(Caos Markus)

QUARTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2014: "FAZER A DIFERENÇA"


Existe uma linha tênue entre a responsabilidade e a importância de cada um na formação de futuros profissionais. A busca do conhecimento precisa estar presente em toda a cadeia envolvendo a Educação.

Métodos corretos de sua aquisição, mais a gestão de todas essas informações, confirmam a influência da História sobre os profissionais, a responsabilidade individual em fazer a diferença e colocar em prática, de maneira objetiva e eficaz, o saber.

Nesta direção, é inegável a necessidade do “querer aprender”, onde docentes e professores demonstrem, através de efetivo enleio no processo dessa construção, seu real interesse, a se refletir na permuta das suas experiências.

 

(Caos Markus)

TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2014: "H D"


Há no virtual farta mostra de virtuosidades, onde a excelência de atributos é inspiração padronizada, como possível fosse eternizar a eficácia.
Só a morte, em sua evidência, sem excesso de ânimo, traz em si a latência cuja realidade é mesmo o resultado esperado.
Virtuose algum a justificará responsabilizando a lentidão da Net, problemas no HD.
No disco rígido, a memória permanente da morte não salvará informações do seu usuário, preservando, quando muito, as aplicações próprias do sistema operativo. 
Ressalvada a sua memória secundária, não volátil, ao menos nela a certeza do paradoxo: a um só tempo analógica, expressando-se, porém, em alta definição.

(Caos Markus)

domingo, 27 de julho de 2014

SEGUNDA-FEIRA, 18 DE AGOSTO DE 2014: "PROCURA"


Ainda daremos ao afeto o tempo que ele mesmo há muito nos pede, prenunciando a felicidade que, a um só tempo, procuramos e adiamos.

(Caos Markus)

DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014: "MEDO"


Não há amargura alguma em mim.
Apenas eu creio que nunca o ser humano estará apto, no seu livro arbítrio, a conviver com o bem.
Há uma explicação para isso: o medo.
Pois, sendo mau, parece-lhe possível afugentar a "maldade" do medo.

(Caos Markus)









SÁBADO, 16 DE AGOSTO DE 2014: "SE"


Se o antônimo de "antônimo" é "sinônimo", o anverso não é do verso o avesso no reverso?
 
(Caos Markus)