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sábado, 5 de julho de 2014

DOMINGO, 20 DE JULHO DE 2014: "A MAIOR ALIENAÇÃO"


Os estudos da linguagem na aproximação sistêmico-funcional buscam entender o homem e o uso que ele faz da linguagem como prática social, uma vez que os textos que permeiam a sociedade são identificados quanto à construção, à intencionalidade e aos efeitos desejados nos momentos de produção e recepção. Grande diversidade de gêneros, e mesmo emergência de novos, têm sido observados, especialmente na mídia escrita.
A cada dia, em vista das grandes mudanças no cenário político brasileiro, avulta o número de apreciadores/leitores das colunas de opinião, especialmente aquelas que se ocupam em
analisar os fatos de importantes decisões tomadas em nível nacional e regional. Para isso, os jornais contam com destacados articulistas políticos.
Nessa perspectiva, algumas questões impõem-se: como esses críticos estabelecem relações com seus leitores? Que recursos discursivos e metadiscursivos os autores utilizam para manifestar seus fundamentos e valores?
São perguntas cujas respostas nos cabe investigar, sob pena de, impensadamente, reproduzirmos e propagarmos conceitos e juízos prematuramente idealizados, contribuindo, por efeito, tão-somente com a maior alienação.
 
(Caos Markus)

SÁBADO, 19 DE JULHO DE 2014: "PRÓXIMA DA VERDADE"


Conjunto de características componentes do ‘eu’, ou da ‘identidade social’ de alguém, o ethos envolve não apenas o discurso, mas também outras categorias, como o corpo.
Especialmente na alocução, manifesta-se através de um rol de atitudes variantes, prestando-se a registrar sua validade.
Sob essa abordagem, a utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, derivados dos integrantes de uma ou de outra esfera da atividade humana.
Tais premissas são portadoras de indicadores das condições de produção, das características dos participantes e dos objetivos comunicativos do emissor.
Daí a presença de recursos lexicais, fraseológicos, gramaticais e de construção das proposições.
Cada esfera de utilização do idioma elabora seus tipos relativamente estáveis de proposições, os denominados gêneros do discurso, constituídos de ações sociais e processos característicos. Portanto, significando práticas sociais próprias, ou classes de eventos comunicativos, envolvem membros com propósitos iguais.
Assim, conclui-se, a análise da mudança de objetivo interpessoal em muito contribui para revelar o ethos no diálogo entre os indivíduos, ou seja, expressa as pessoas revelando-se de maneira mais próxima da verdade.
 

(Caos Markus)

SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO DE 2014: "AUTO-FLAGELO"


Em resposta a estresses psicossociais, é sempre crescente o fenômeno psíquico da somatização.
Com efeito, de origem psicossocial explícita, são pouquíssimos os casos 
onde as reclamações não aparentam evidências. 
Experimenta-se, assim, o sofrimento somático, representando-o por manifestações físicas com lesões orgânicas, e através de sintomas físicos.
Originariamente sendo considerada a 'linguagem', a 'fala dos órgãos', a somatização traduz emoções várias.
O indivíduo contemporâneo, tendente a ser subjugado nas condições sócio-econômicas que persegue como referência de sucesso, mais comete do que é acometido dessa enfermidade, causada por sua rendição ao modelo excludente que, contraditoriamente, o conclama à participação.
A popularmente denominada "dor de cotovelo" é generalizada expressão dessas "lesões".
Da irreal 'inclusão social', advém então o auto-flagelo do próprio excluído. 

(Caos Markus)

QUINTA-FEIRA, 17 DE JULHO DE 2014: "QUANTAS"


O que !? Não, não entendi. Afinal de contas, a quantas perdura esta falta de diálogo!
Há quantas oportunidades para o perdurável? Uma só, não é?
Se persistir a irresignação diante de tamanha escassez, entenda, assim tem de ser.
Porque, fosse o caso, na descontinuidade sucumbiria a permanência.
Agora, sim, nos entendemos.

(Caos Markus)

QUARTA-FEIRA, 16 DE JULHO DE 2014: "PATAMAR"


Sabedoria é a própria simplicidade que, por sua natureza, perpassa o tempo, levada ao patamar da erudição. 

(Caos Markus)

TERÇA-FEIRA, 15 DE JULHO DE 2014: "HUMANO"


Há pessoas cuja idade é a dos valores determinados no tempo e lugar de sua geração. Nascidas propensas à certeza da imutabilidade, rejeitam o que mais temem: o novo.
Há outras habituadas ao transitório, à essência do efêmero, despontadas na atemporalidade.
Uma só a confirmação do caráter humano, nas primeiras: o medo perene.
Dois os primados a certificar o humano latente, nas demais: o constante temor, porém, tangente à contínua predisposição em desafiá-lo.

(Caos Markus)

SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014: "CALO"


Há coisas que quando eu as entendo fogem-me à compreensão.
Sim, porque, apreensivo, evito a facilidade das admissões.
Negar não é meu único propósito, mas, inegável, o exagero na quantidade de afirmações indica o quanto muito há de ser reduzido.
Minimizar as reiterações de identidades, isso me parece mais próximo do difuso, pois a profusão do sub-reptício regride a obviedades.
Nas inconstâncias é possível exatidões abertas ao passível, onde às sujeições somos os sujeitos do confinamento.
Então, do meu entendimento eu compreendo o reticente das sucintas consciências.
E me calo.

(Caos Markus)

quinta-feira, 3 de julho de 2014

DOMINGO, 13 DE JULHO DE 2014: "O HUMANO ESSENCIAL"


Exortado em suas origens como afirmação da autonomia individual dos cidadãos e de sua liberdade social, o espírito supostamente emancipador atribuído às novas ciências, foi engendrado  -com o desenvolvimento capitalista-  em formas engenhosas de instituições absolutas, identificadas tanto no conhecimento pelo conhecimento, e consequente progresso científico, quanto pela técnica como um fim em si mesma.
Ao invés de se fortalecerem perante a natureza e  -mediante uma razão forjada no binômio instrumentalidade-experimentalidade-  romperem com a tradição e a religião, os sujeitos desta concepção (com o advento e a consolidação da sociedade industrial) foram induzidos a desfrutar de uma falsa iniciativa, porque, norteadas pela lógica do capital, monopolizadora e totalizante, ciência e técnica os distanciaram do caráter, de maneira quase irreversível.
Historicamente, não logrando conciliar experiência científica, expansão tecnológica e liberdade social, esse mesmo raciocínio pretensamente erudito e o senso superveniente (valorizados a partir da Revolução Industrial) revelaram-se, com o tempo, incapazes de neutralizar a angústia da humanidade. 
Ao contrário, tal "progresso" comprometeu a independência, posto que o preço desse juízo foi fragilizar os homens ante as instituições políticas e econômicas, ao invés de promover o humano essencial.
 
(Caos Markus)

SÁBADO, 12 DE JULHO DE 2014: "O ESTEREÓTIPO NA GENERALIZAÇÃO"



Os indivíduos possuem traços distintivos prevalentes em determinadas situações, ressaltando-se por isso a importância do contexto social no qual estão inseridos, principalmente porque, ainda, alguns aspectos na singularidade do caráter são considerados positivos ou negativos, conforme o seu grupo social. Nota-se, as próprias idiossincrasias psicológicas de cada um podem ser modificadas e desenvolvidas, sob influência do meio.
É generalizada uma conjetura subjacente a respeito da personalidade humana, isto é, um elenco de crenças e inferências acerca de alguém. Comumente, a partir de um único aspecto atribuído, são meramente deduzidos muitos outros, sem qualquer prévia informação. Por exemplo, ao concluir-se que uma pessoa é 'inteligente', possivelmente vários atributos, como 'competente', 'criativo', 'eficiente' (e outros sinais não necessariamente co-relacionados entre si) a ela também serão creditados.
Essa teoria implícita da personalidade pode ser constatada através de ideias amplamente compartilhadas entre segmentos identificados, não obstante, por
diversificadas particularidades.Trata-se de supergeneralização de um indício para toda uma classe ou aglomerado de pessoas, provavelmente vinculada aos sistemas de crenças e valores dominantes: o estereótipo. Este se constitui em uma grande fonte de erros na percepção social, utilizado equivocadamente como discernimento verdadeiro na pluralidade, pois, excludente, apenas padroniza  pensamentos, sentimentos e atitudes.
 
(Caos Markus)

SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014: "CARCARÁ BLUES"


Lamento, feliz, a angústia do meu pranto... Canto!
Eu canto toda a pieguice da dor que inventei. E morro a cada instante, no solo gutural das cordas distorcidas.
Vivo, estou no contraponto da gaita maliciosa. E, subitamente, o frenesi: mais volume nos sentidos, vivos todos.
Eu sou far-west e Mississipi; Nordeste tropical, nesta canção triste. Sam e Jesuíno cavalgam o mesmo jegue no oeste do jequitinhonha sem lei. Carcará faz ninho no algodão do escravo negro.
Fui ouvir cítara na Índia, só para saber do Shankar o que o Harrison ouvia depois de Zubin Metha. Então, voltei para as querelas do Brasil, no fim do túnel do saco sem fundo do mágico coelho da cartola.
André Cristóvam deu uma canja pro gringo blueseiro. E ficou melhor que ele, todo enciumado do tupiniquim ousar e usar guitarra tão bem quanto arco e flecha.
Ouvindo, chorei longos acordes na concha da minha harmônica, tornando-me o que já realmente sou: meio Buda, um faquir, um tanto cristão, dolente. Afoxé, eu sou o africano.
Blues da minha alma, abro-te o meu peito livre de comoção, repleto de tesão. Lá longe, minha amada me pede socorro; ela quer do meu amor eu inteiro. Eu dela só quero que ela me queira.
Gritando, sou Quixote, um pixote do Sancho a salvar princesa que não existe, prisioneira do meu castelo sem teto. São meus os dragões-demônios: sonho e pesadelo, morte e vida severina dos confins do eterno regresso. Assim mesmo, Nietzsche e Padim Ciço.
Canto, canto, canto... Beija-flor cantando as belas palavras de quem nem canta, só quer viver, como prova de que existe. Eu, passarinho cantando, beijo a flor, canto a flor, disparando: amo! amo! amo!
Se a Maria Bonita, mulher e cangaceira, é também a mulher rendeira, por que tábua-de-lavar-roupa (assim, cheinha de hífens) não pode entoar um jazz no wash-board à beira do rio?!
Tudo pode, pode tudo. Tudo é possível quando poder é querer, ainda que não provável o pretender. E se quem canta os seus males espanta, estou deveras espantado com essa melodia maledicente tão frequente nos pueris corais (teimosia, confunde-se um órfão com um orfeão). Pois, que enorme diferença entre um blues no Harllen e uma ladainha no flagelo da ruas metropolitanas da latina América!
Tudo pode, pode tudo!! Por isso o gosto lusitano de enfado modernista mesclado à sanfona separatista... Por isso esse libertango alternado com salsa, arrebentando os corações dos tantos quantos "soy loco por ti, América". Por isso eu, você, nós todos já demos "gracias a la vida" que, entretanto, não mais há dado tanto.
Pode tudo, tudo pode !!! Exclamar, exclamar, exclamar... também pode. Ansiar, ansiar, ansiar... pode também.
Arrebento, infeliz, a cor do meu encanto. Tanto mais quando unido estou pela neoortografia a me fazer um novo ser, genuinamente gramatical. Angola e Guiné Bissau, Madeira e Açores... Ai!Esta terra ainda vai tornar-se um imenso Portugal, mesmo que do Porto a próxima escala seja Washington D.C., com destino à naftalina mercosul na guerra da secessão.
Sempre o mocinho, eu faço blues com repente, no fox-trot do mote-trote, galopando o meu marchador puro sangue, porque lavo a égua quando não sei mais onde estou nem aonde vou.

(Caos Markus)

QUINTA-FEIRA, 10 DE JULHO DE 2014: "HÁBITOS NO APRENDIZADO"


Como a qualidade do processo aprendizagem passa, por um lado, pela construção de uma relação pedagógica, com base na aceitação e compreensão da pessoa do aluno e, por outro, pelo pressuposto de que o aluno contém em si potencialidades na aptidão do aprender, e como tal possui a motivação para o fazer; o papel do professor será, assim, o de estimular e desenvolver as capacidades do discente e, simultaneamente, manter o incentivo necessário à sua evolução, cuja meta é o seu progresso pessoal.
Desta maneira, escola e professores estão vinculados em relevante cumplicidade na identificação dos interesses dos aprendizes, cultivando hábitos de pesquisa a lhes permitir a preservação do impulso para, por si próprios, dar continuidade ao permanente aprendizado, buscando métodos de estudo adequados às suas individuais necessidades. Não é suficiente, contudo, formular estes princípios como fundamentos teóricos, apenas porque são sugestivos de coerência. Pois tão só a sua efetiva execução os validará. E esta práxis exige do educador um perfil diligente, sempre esperado de quem verdadeiramente educa. 

(Caos Markus)

segunda-feira, 30 de junho de 2014

QUARTA-FEIRA, 9 DE JULHO DE 2014: "O IDIOMA DO DOMÍNIO"




O homem constrói a realidade através de processos semióticos diversos, com destaque à linguagem. Enquanto código, o linguajar é aspecto e recurso na construção da experiência humana. Essa visão de incitamento da realidade, no uso dialético cifrado, reflete a estrutura da sociedade, elaborada para manter estratificações. Assim, o indivíduo formatado na subalternidade, ao tomar para si locução de alguém socialmente superior, é co-partícipe (pelo sistema da obediência induzida e assimilada) das duas condições, ou seja, a sua própria inferiorização e o obtuso respeito ao status alheio, simultaneamente reforçando a ordem social hierárquica. Então, não se percebe dominado, porque sequer observa o idioma do domínio.

(Caos Markus)