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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

TERÇA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 2013: "CONCEITOS DA PERSONALIDADE"

A sabedoria da Grécia Antiga registrada nos escritos do médico Hipócrates (400 AC aproximadamente) propunha a visão de que o corpo humano contém quatro humores essenciais: flegma (água em grego), bile amarela, bile negra e sangue, secretados por diferentes órgãos, possuindo diferentes qualidades e variando de acordo com as estações do ano.
O conhecimento da personalidade humana teve real contribuição da teoria dos temperamentos. Fundamentava-se numa classificação quaternária do cosmos, que estabelecia quatro tipos de temperamentos, conforme a predominância no organismo de um dos quatro componentes desses temperamentos.
Esses quatro componentes, correspondentes a cada um dos temperamentos, guardariam uma correspondência com os quatro elementos físicos constitutivos da realidade (fogo, água, ar, terra), as estações do ano (verão, inverno, primavera, outono), as idades da vida (infância, juventude, maturidade, velhice), as horas do dia (a manhã, o meio dia, o entardecer e a noite).
E seriam os responsáveis pelo nível de equilíbrio do indivíduo e por sua constituição física.
Muito pouco foi acrescentado ao pensamento de Hipócrates, afirmando-se hoje que os indivíduos se encontram em quatro grupos de temperamentos: 'colérico' (ardente como uma chama – bile amarela), 'fleumático' (adaptável como a água; flegma, em grego), 'sanguíneo' (sangue movimento; inquieto como o ar), 'melancólico' (pesados e com 'pé no chão'; terra; bile negra).
Define-se também a 'personalidade' como uma organização interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos, criadora das padronizações do 'comportar-se', do 'pensar e do sentir' característicos de uma pessoa . Assim, conceitua-se:
1-Personalidade é uma organização e não uma aglomerado de partes soltas;
2-Personalidade é dinâmica e não estática:
3-Personalidade é um conceito psicológico, mas intimamente relacionado com o corpo e seus processos; e
4-Personalidade é uma força ativa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa com o mundo que a cerca.
Por complementação, 'personalidade' reúne as particularidades pessoais duradouras, não patológicas e relevantes para o comportamento de um indivíduo em uma determinada população.
Os traços de personalidade são relativamente estáveis no tempo.
As diferenças interpessoais são variações frequentes e normais; o estudo das variações anormais é objeto da psicologia clínica .
Para Sigmund Freud a estrutura da personalidade é dividida em três partes:'id', 'ego', e 'superego'. 
O 'id' contém tudo o que é herdado, que se acha presente no nascimento e está presente na constituição, acima de tudo os instintos que se originam da organização somática e encontram expressão psíquica sob formas desconhecidas. O 'id' é a estrutura da personalidade original, básica e central do ser humano, exposta tanto às exigências somáticas do corpo às exigências do ego e do superego.
O 'ego' é a parte do aparelho psíquico em contato com a realidade externa.Ele se desenvolve a partir do 'id', à medida que a pessoa vai tomando consciência de sua própria identidade, aprendendo a aplacar as constantes exigências do 'id'. Como a casca de uma árvore, o 'ego' protege o 'id', mas extrai dele a energia suficiente para suas realizações. Ele tem a tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade.
O 'superego', última estrutura da personalidade, se desenvolve a partir do 'ego'. O 'superego' atua como um juiz ou censor sobre as atividades e pensamentos do 'ego', é o depósito dos códigos morais, modelos de conduta e dos parâmetros que constituem as inibições da personalidade. Freud descreve três funções do 'superego': consciência, auto-observação e formação de ideais.

(Caos Markus)

SEGUNDA-FEIRA, 18 DE NOVEMBRO DE 2013: "RESPOSTAS DA ÉTICA"

'Ética' é uma dimensão a permitir o questionamento sobre as práticas, atitudes, regras e ações humanas. Para realizar essa reflexão é necessário saber qual o critério utilizado nas observações do agir dos homens.
A regra mais condizente com esse propósito é a própria vida humana. Por principio, as sociedades existem com o objetivo de garantir a sobrevivência dos seres humanos e, mais, assegurar uma existência digna, com acesso a tudo compreendido como indispensável ao seu pleno desenvolvimento. A função social da moral é exatamente contribuir na obtenção dessa meta, normatizando as relações entre os seres humanos entre si, com a comunidade e com a natureza. Sendo assim, a vida deve ser o método de identificação do pragmatismo, tanto da sociedade quanto dos indivíduos. Além desse critério, são extremamente valiosas as transformações na própria ética, por meio mudanças de procedimentos. Hoje, mais do que nunca, a humanidade se dá conta de estar vivendo em um mundo globalizado, onde as ações de um, apenas um, repercutem diretamente na vida dos outros. Esta constatação é mais visível quando se pensa nos problemas ecológicos, no racismo e na guerra -todos problemas onde as respostas individuais ou grupais não conseguem resolvê-los. A única oportunidade será confirmada em uma resposta construída com a participação de todos os segmentos envolvidos. E isso exige a construção de uma ética fundada em princípios e valores aceitos por todos e, igualmente, válidos para todos, apesar das inúmeras diferenças entre uns e outros. Imprescindível, a ética deverá comportar não um exclusivo padrão de conduta, mas a pluralidade de respostas.
(Caos Markus)

DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2013: "PERSONALIDADE CARACTERIZADA"


A 'personalidade' é uma estrutura interna, formada por diversos fatores em interação. Não se reduz a um traço apenas (como a autodeterminação), ou a um valor moral. Conceito amplamente aceito, a 'personalidade' se desenvolve através da interação de disposições hereditárias e influências ambientais. Ela é constituída de 'herança biológica' e de' aquisição ambiental'.
Na primeira, estão reunidos os fatores biológicos determinados desde a concepção do sujeito: a estatura, cor dos olhos, da pele; o temperamento, os reflexos musculares. Exemplos da denominada herança genética.
Na segunda, somam-se os aspectos ambientais relacionados à cultura, hábitos familiares, grupos sociais, escola, responsabilidade, moral e ética. São experiências vividas pelo indivíduo ainda na infância.
A 'personalidade' é moldada durante as etapas do desenvolvimento, pelas quais passa a criança desde a gestação. São referenciais na formação tanto dos elementos biológicos herdados, como dos adquiridos do meio ambiente, no qual a criança está inserida.
Em linhas gerais, define-se 'personalidade' como o conjunto de elementos temperamentais -os recebidos dos ascendentes e os exteriores, formadores, ambos, do mundo interno psíquico de uma pessoa.
Ou, ainda, a definição freudiana: "personalidade é a organização dinâmica dos traços no interior do "eu", formados a partir dos genes particulares que herdamos, das existências singulares que suportamos e das percepções individuais que temos do mundo, capazes de tornar cada indivíduo único em sua maneira de ser e de desempenhar o seu papel social."
Por 'temperamento' compreende-se a índole, o feitio, a têmpera. Enfim, a cumulatividade dos traços psicofisiológicos individuais, responsáveis pelas reações emocionais, dos estados de humor, do 'caráter'. É 'um aspecto' inato, biológico 'da personalidade'. As qualidades relacionadas com o temperamento incluem: excitabilidade, irascibilidade, impulsividade, receptividade (sensibilidade), reserva, passividade, otimismo, pessimismo, vivacidade e letargia.
Há uma certa enumeração de características que diferenciam 'temperamento' de 'personalidade':
o 'temperamento' tem paradigma biológico; a 'personalidade' é produto do contexto social.
Distinções individuais permeadas de  características temperamentais (ansiedade, extroversão-introversão) também são observadas em animais ditos irracionais); a  personalidade é prerrogativa de seres humanos.
'Caráter' significa 'padrão de valores da personalidade'. É constituído de princípios morais e sociais. Adquire-se o 'caráter' na família, na escola e na sociedade em geral. Ele corresponde a aquisições influenciadas pelo meio ao qual o sujeito é submetido; incorpora-se à sua personalidade.
'Caráter' designa o aspecto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir peculiar a cada indivíduo.
'Caráter'  associa-se às  ações condizentes ou não aos padrões socialmente aceitos. E por isso, conseqüentemente, são julgados “certos” ou “errados".
Principalmente, no início da vida, as ações do meio desencadeiam pensamentos e sentimentos decisivos no discernimento pessoal, pressupostos das capacidades e restrições avaliadas pelo próprio sujeito. Este cria uma ideia de como é o mundo, além de idealizar a sua própria imagem nesse mundo. 
 Tais noções forjam o 'caráter', orientando suas  futuras escolhas.
O 'caráter' compõe-se das atitudes habituais correlacionadas ao padrão consistente de respostas para várias situações, incluídas as ações e valores conscientes, o estilo de comportamento (timidez, agressividade, por exemplo) e as atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e movimentação corporais). O 'caráter' é, com efeito, a forma da pessoa se mostrar ao mundo, a expressão da personalidade por meio dos seus gestos.  
Através do 'caráter' a 'personalidade'  se manifesta. Portanto, conhecer o 'caráter' de um indivíduo significa reconhecer os traços essenciais da agregação de seus atos.
Os possíveis comprometimentos porventura incorporados ao longo das etapas evolutivas, estabelecerão a forma de agir e reagir perante a vida, constituindo, assim, o 'caráter', haja vista este ser apenas sendo expressão do mundo interno.
Cada pessoa assumirá, então, uma forma definida de "funcionamento", padrão peculiar de procedimento frente às mais inusitadas situações. Alguns sujeitos, francamente abertos a mudanças; outros, refratários a qualquer mínima transformação, paralisados pelo temor do "desequilíbrio" de sua hipotética segurança.

(Caos Markus)

SÁBADO, 16 DE NOVEMBRO DE 2013: "MEDIAÇÃO DOS SABERES"



O senso comum se mostra como uma forma de conhecimento efetivamente prático, elaborado a partir das ações do cotidiano. Com esse caráter, a sua imagem como modelo de pensamento carece de padronização, porém não desestruturada. O arcabouço sobre a qual se ergue o pensamento comum se caracteriza como suporte informal, isto é, uma espécie de alicerce semi-lógico e flexível, determinado pelo caráter espontâneo e prático por parte dos indivíduos no uso dos atos de fala e ações sociais no dia a dia.
Segundo tal perspectiva, o senso comum é espécie de pensamento em que as pessoas vulgas procurariam articular o conhecimento à sua vida sem pretensão de transcendência e sem necessitar de regras e convenções para pensar.
Seria um raciocínio livre, embora fortemente influenciado pela tradição e pelos estereótipos de linguagem. Assim considerado, o senso comum deve ser analisado como uma forma de percepção social a partir do conteúdo pelo qual ele representa conforme as necessidades práticas.
O conhecimento definido como comum é um produto do mundo moderno e se caracteriza pelo seu conteúdo de informalidade, opostamente estabelecido à ciência. Esse caráter informal produz um modelo de conhecimento simples e popular resultante da veiculação de informações elementares difundidas pelos meios mediáticos, em conjunto com os valores sociais da vida cotidiana. O 'pensamento comum' adquiriu status de realidade quando surgiu o 'pensamento formal'. Não houve um senso comum, enquanto tal, nas sociedades primitivas, pois a sua existência teve início a partir do surgimento do seu oposto, a ciência”.
Nesse contexto, se produziu no mundo moderno uma clara distinção entre a abordagem de um 'pensamento normatizado', produtor de um discurso científico e sistemático, ocupado em conduzir as explicações formais 'da' e 'para' a sociedade; e a configuração de um 'pensamento reprodutor' de uma racionalidade consequente do saber prático, condutor de um discernimento popular na sociedade.
Sendo assim, a percepção costumeira é uma ponderação pública, genérica, de primeira mão, base do critério na formulação de imagens e experiências práticas.
A representação concretizada no seu caráter de modelo de construção de outros juízos e de novos sentidos da realidade, exteriores ao do rigor formal, é assim reforçada.
'Pensamento representativo', peculiar ao sentido corrente e partilhado, e 'pensamento científico', diferem entre si pelas características essencais a um e outro.
O primeiro é formado por imagens e símbolos; possui validade consensual; questiona o "porquê"; é plural nos tipos de interferência; flexível nas sucessões dos atos mentais; possui várias 'formas sintáticas' disponíveis. O segundo constitui-se de conceitos e signos (códigos); detém validade empírica; indaga o "como"; apresenta padrões fixos de interferências; é limitado nas sequências de atos mentais; e oferece apenas algumas 'formas sistemáticas'.
Tomam parte da criação das representações sociais tanto o indivíduo, com todo o seu arsenal de experiências, quanto também sua relação com o meio social, incluindo afetividade, saber metodológico, ideologia e cultura.
As representações sociais não dizem respeito a cognições certas ou erradas de um objeto. Corretas ou equivocadas,a elaboração de 'conhecimentos do senso comum', por parte dos indivíduos, constitui um processo gerador de ações sociais sob a ótica de visões de mundo, concepções ideológicas e culturais presentes nas relações sociais da vida cotidiana.
Nem simples reflexos mecânicos nem cópias das impressões pessoais acerca da realidade, mas sim resultados da interação homem-sociedade e vice-versa (num constante reinventar de situações), a representação não pode ser reduzida a umarealidade externa ao sujeito.
Representar não significa somente selecionar, completar um ser objetivamente determinado com um suplemento de psiquê subjetiva. É ir mais além, edificar sistema facilitador da tarefa de decifrar, predizer ou antecipar os seus atos.
O 'pensamento representativo' só é inovador se utilizado como processo mediador de novos saberes, um instrumento gerador de ações nas relações sociais.

(Caos Markus)

terça-feira, 12 de novembro de 2013

SEXTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2013: "A ÉTICA DA JUSTIÇA REAL"



Ética é uma dimensão a permitir o questionamento sobre práticas, atitudes, regras e ações humanas. Para realizar essa reflexão é necessário saber qual o critério utilizado em observações das condutas dos seres humanos. A regra mais condizente com esse propósito é a própria vida humana. Por principio, as sociedades existem com o objetivo de garantir a sobrevivência dos seres humanos e, mais, assegurar uma existência digna, com acesso a tudo compreendido como indispensável ao seu pleno desenvolvimento. A função social da moral é exatamente contribuir na obtenção dessa meta, normatizando as relações entre os seres humanos entre si, com a comunidade e com a natureza. Sendo assim, a vida deve ser o método de identificação do pragmat ismo, tanto da sociedade quanto dos indivíduos. Além desse critério, considera-se extremamente valiosas as transformações na própria ética, por meio mudanças de procedimentos. Hoje, mais do que nunca, a humanidade se dá conta de estar vivendo em um mundo globalizado, onde as ações de um, apenas um, repercutem diretamente na vida dos outros.
Esta constatação é mais visível quando se pensa nos problemas ecológicos, no racismo e na guerra -todos problemas onde as respostas individuais ou grupais não conseguem resolvê-los. A única oportunidade será confirmada em uma resposta construída pela participação de todos os segmentos envolvidos. E isso exige a construção de uma ética fundada em princípios e valores aceitos por todos e, igualmente, válidos para todos, apesar das inúmeras diferenças entre uns e outros. Discutir 'o que é a moral' é primordial à compreensão abrangente da ética. Sobre as questões morais se debruçaram reconhecidos filósofos, produzindo teses significativas sobre este tema.Sem menosprezo às concepções filosóficas, é sobremaneira importante apresentar as posturas mais comuns adotadas pelas pessoas frente à questão moral. É claro, muitas delas podem refletir, em alguma medida, afinal, a influência das correntes filosóficas. Embora sejamos filhos da cultura ocidental, essa vinculação não é automática. As duas vertentes mais presentes em nosso comportamento moral são a moral essencialista (a ética de princípios), herdada das tradições greco-latinas e judaico-cristãs, e a moral subjetivista, fruto da cultura moderna.
Além dessas duas, uma terceira deve ser apreciada em seu mérito: a ética da responsabilidade, orientada não só pelos princípios, mas também pelo contexto e efeitos das ações. Distante do individualismo e do essencialismo está essa ética, a da responsabilidade. Nessa perspectiva, cada grupo social estabelece consensualmente os padrões de conduta a serem seguidos pelos indivíduos desse núcleo. Estes padrões não devem ser vistos como universais e imutáveis. Ao contrário, serão relativos a cada situação delimitada, e sempre sujeitos a alterações, caso a comunidade as julgue necessárias. As normas morais, assim como a sociedade, não são fruto de uma ordem transcendente; são uma criação dos próprios seres humanos. A sua finalidade é salvaguardar a sobrevivência de cada indivíduo, e só de acordo com esse preceito é justificável o seu cumprimento.
As normas não têm origem sagrada, e por isso não devem ficar sob o controle de uma minoria inclinada a determiná-las somente em defesa dos seus interesses, analogamente às regras do direito, expressivamente dirigidas, mesmo que subliminarmente, a beneficiar os mais poderosos. A fim de se evitar esse iminente risco, os membros da comunidade precisam ser partícipes da criação de regras que os afetam direta ou indiretamente. O ideal de participação e a busca de consenso são legitimados na certeza de que todos são dotados de razão, proporcionando-lhes análise acurada dos fatos e circunstâncias determinantes da validação de normas realmente justas. Justiça esta somente real quando adequada às múltiplas e individualizadas realidades sociais.
(Caos Markus)

QUARTA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2013: "METACOGNIÇÃO NO AUTOCONHECIMENTO"

Ao se falar em auto crítica, importante é verificar, antes, o que não é autoavaliação. Não se trata de pedir para que a pessoa, estudante, funcionário etc., atribua-se uma nota seja por escrito ou oralmente, porque isto é autonotação. A autoavaliação trata-se de um processo onde é preciso desencadear resultados internos, tendentes a modificar estruturas na mente de quem a realiza. Futuramente, com o passar do tempo, ou ao mesmo tempo, a autoavaliação poderá contribuir com a alteração do olhar e do agir de quem agora se autoavalia. A autoavaliação é um olhar profundo e sério sobre seus atos e posturas. Na escola, nas empresas onde quer que esse procedimento seja praticado, deve ser orientado e assistido, pois não temos bem desenvolvida essa cultura autoavaliativa. Sempre fomos bastante examinados, testados e provados pelos outros, mas pouco fomos avaliados e, por efeito, quase nunca usamos da autoavaliação. Os bons processos de autoavaliação são construídos de maneira participativa e devem ser elaborados com vistas a objetivos bem definidos. Ao pedirmos para pensarmos sobre nossas rotinas, nossas ações e omissões, nossas potencialidades e fragilidades dentro de um contexto, estamos iniciando um processo de autoavaliação. Se oralmente ou por escrito, irá depender do propósito e do estágio das pessoas e da organização com o objetivo da realizá-la. O cuidado ético daquele que lida com pessoas em processos de autoavaliação pode fazer toda a diferença. Se os resultados forem canalizados para a exposição e ou punição, perde-se a iniciativa e e a oportunidade de prosseguimento, pelos os colaboradores, com a sinceridade imprescindível em autoavaliação. Na escola ela deve ser assistida e encorajada, se oralmente ou por escrito vai depender da idade, clima e cultura da organização. O mesmo vale para as demais organizações. O maior ganho do desenvolvimento da autoavaliação, seja no processo pedagógico ou da gestão de pessoas é, sem dúvida, o desenvolvimento da cidadania autônoma e responsável. Autoavaliar-se pode levar o indivíduo a outro processo, chamado de metacognição. Na transcendência desse 'conhecer', há todo um sistema, contingente da sentença: quando penso 'no que fiz', 'no que aprendi', 'como fiz' e 'como cheguei ao que fiz e aprendi', então, verdadeiramente aprendi. Autoavaliar-se não se resume a apontar os defeitos próprios, tampouco em ser narcisista, principalmente em detrimento dos demais membros do grupo. A autoavaliação nos remete ao sentido da verdadeira máxima socrática: "Conhece-te a ti mesmo".

(Caos Markus)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

QUINTA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2013: " GRAFANDO O ELITISMO"

Muitas pessoas afirmam que a aplicação da norma-padrão ou culta da língua é algo elitista, destinado a poucos. Isso não é elitismo. Possuir um jatinho ou viajar a turismo, frequentemente, visitando todos os quadrantes da terra, por exemplo, isso sim é ‘elitismo’. A tão execrada norma nada mais é do que a gramática contida nos livros de português. Normativa ou descritiva, qualquer um pode assimilar a concordância verbo-nominal para falar adequadamente, entender as classes morfológicas, escrever corretamente, entre outros aspectos técnicos da língua. Não é crível que um professor ensine a articular ou a redigir: “nóis tem um pobrema”; “a gente queremo dois pastel”. Ora, se todos possuem acesso ao correto linguajar, como o uso da norma pode ser elitista? Não, não é. A língua é um patrimônio de todos, um legado inestimável.
Há muita discussão sobre o que é correto ou não em nosso idioma; há um abismo entre o que seja a validação linguística e a legitimidade do idioma. Na primeira, tudo é permitido na comunicação, até falar ou escrever inapropriadamente. Na segunda, é imperativo o uso da sintaxe e da ortografia corretas. Uma atende a um grupo específico de falantes enquanto a outra estabelece a 'coesão nacional'. A comunicação verbal antecede a escrita na história humana, porém, é a escrita que preserva o conhecimento adquirido. Se cada um arbitrasse o próprio linguajar ou grafia, seria impossível qualquer mínimo diálogo, envolvidos os indivíduos em meio a registros de línguas mortas, reduzidos a sons meramente guturais, desprovidos de fonemas e expressão. Por essa razão, a alfabetização existe em todos os países. Ou ao menos deveria existir. Não por outros motivos, no Brasil, a torre de babel do analfabetismo funcional é mantida como norma do nosso léxico, regra da gramática pátria. É a condição garantidora do ‘elitismo’ oligárquico-corporativista.

(Caos Markus)