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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

DOMINGO, 27 DE OUTUBRO DE 2013: "ORTODOXIA DIDÁTICA E HETERODOXIA PEDAGÓGICA"



ORTODOXIA DIDÁTICA E HETERODOXIA PEDAGÓGICA

Apesar de historicamente estar permeando programas específicos, não abrangendo, até então, o ensino generalizado, a Educação Permanente só recentemente alçou o ‘status’ de política pública. Esta nova perspectiva vem gerando um movimento inovador de construção de conhecimento, na meta de apoiar sua implementação e consolidação. Um aspecto que chama a atenção, nos documentos legais, é a ênfase na diferenciação entre Educação Permanente e Educação Continuada. 
Percebem-se, atualmente, muitas mudanças nas concepções e conceitos educacionais, paralelamente à contínua evolução em todas as ciências, mediante influência direta do momento sócio-econômico-político do país. Como etapa da pesquisa desta temática, é alcançada, na literatura, a compreensão da evolução do conceito e as possíveis diferenciações abordadas pelos estudiosos. 
O objetivo é evidenciar as possíveis aproximações e distanciamentos entre as expressões ‘Educação Continuada’ e ‘Educação Permanente’, através da revisão literária, utilizando a metodologia da análise documental. E como resultado preliminar, já é legítimo afirmar: é característico da ‘Educação Continuada’ o intuito de atualizar profissionais, possibilitando-lhes exercer suas funções com melhor desempenho. Neste sentido, primeiramente, define-se a Educação Continuada como um processo permanente iniciado após a formação básica, visando atualizar e melhorar a capacidade de uma pessoa ou grupo, frente à evolução técnico-científica e às necessidades sociais. Posteriormente, ela foi conceituada como um processo inclusivo das experiências posteriores à formação inicial, auxiliando extensa gama de graduados acadêmicos a aprender competências importantes para o seu trabalho. 
A ‘Educação Continuada’ também é compreendida como abordagem das atividades de ensino após cursos de graduação em geral, nos quais é mais restrita a aquisição de novas informações, por causa de rigidez na fixação de períodos, e face, ainda, ao uso habitual de metodologias tradicionais. A literatura a respeito desta modalidade de educação registra ampla variedade de expressões, sendo mais frequente o “treinamento em serviço”, a “educação no trabalho”, “educação em serviço”.
Estruturalmente, entretanto, chamada ‘Educação Continuada’ ou denominada ‘Educação Permanente’, são sistemas com significados onde a analogia os aproxima, sendo, por efeito, considerados como sinônimos, podendo ser atribuídos tanto aos programas pontuais de capacitação inicial para o trabalho ou atualização científica e tecnológica, logo transitórios. A transição, aqui, não se traduz em fragmentação, porém, expressa sucessão estável de alternância dos objetivos educacionais.
A concepção de ‘competência processual’, incluindo tanto as experiências de nível individual quanto coletiva, contribui para a ampliação das noções de Educação Permanente, orientada ao enriquecimento da essência humana e suas subjetividades, em qualquer estágio da existência de todos os seres humanos e não somente de trabalhadores. Assim, a terminologia ‘Educação Permanente’ é também justificativa a fim de integrar as múltiplas abordagens pretendidas.
Neste sentido abriga, além da educação em serviço, a compreensão no âmbito da formação técnica, de graduação e de pós-graduação; da organização do trabalho; da interação com as redes de gestão e de serviços e dos controles sociais setoriais. Dimensão essa que, indubitavelmente, questiona, até nos âmbitos semântico e semiológico, a hierarquização dos objetivos educacionais, introduzindo sério refletir sobre as imprecisões presentes na dissociação da ortodoxia didática e da heterodoxia pedagógica.
   
(Caos Markus)  

"COPARTICIPAÇÃO, A RECÍPROCA VERDADEIRA"



Compreendida enquanto processo de humanização, voltada a transformar o homem a partir da apropriação de conhecimentos científicos cuja produção tenha este propósito, a Educação deve ter por objetivo possibilitar ao indivíduo a superação de uma condição de inércia, em transposição ao estado de lúcida evolução. Precisará ser capaz de romper práticas alienantes de considerar a pluralidade de situações sociais, assumindo a práxis revolucionária de transcendência, garantindo, comunitariamente, profundas alterações no próprio inconsciente coletivo, através da constante e renovada reformulação das dimensões visualizadas na sistematização dos meios transmissores e receptores de informações comunicáveis.

Não existe geração espontânea desta nova gama de saberes. Eles serão organizados metodicamente por meio de um currículo, e reproduzidos pela instituição escolar a partir de práticas de ensino revestidas de intencionalidade determinante, estruturadas por planejamentos e propostas de ação efetiva, na explícita meta de proporcionar ao educando a educação universalizante, integral.
O fazer pedagógico representa, nesta perspectiva, o principal instrumento na emancipação do educando, baseado nos objetivos educacionais cuja proposição o conduzirá à humanização por meio do trabalho. Por isso, ao se definir a intencionalidade da escola, há que se articular, conjuntamente,  sua prática interdisciplinar. 
Na contemporaneidade, a interdisciplinaridade é uma exigência para a prática humanizadora da educação, pois do trabalho interdisciplinar decorre a formação da cidadania universalizada, revestida de conteúdo integral. 
Não existem atalhos ao se pretender um ser humano verdadeiramente humanizado. Apenas a partir da apropriação da cultura e do trabalho o homem se humaniza. E nesse sentido, a escola se coloca como promotora na conquista da sua emancipação, ao realizar, com qualidade, o processo de Educação, cumprindo então o seu papel social: construir e transmitir a produção cultural da sociedade mais ampla, o fazendo no eixo da coparticipação, onde a recíproca é sempre verdadeira. 

(Caos Markus)


"MENSURANDO DISTÂNCIAS NO TEMPO"





Em meio ao oficial e o oficioso; e por isso, obrigatoriamente, separando o 'ideal' do 'concreto', o Brasil da contemporaneidade prevê como metas da Educação nacional: apoio técnico e financeiro voltados para a melhoria da gestão educacional, à formação de professores e de pessoal operacional e da melhoria da infraestrutura escolar; acompanhar e divulgar bianualmente os resultados do IDEB nos sistemas de ensino da União, Estados e Municípios; assistência técnica e financeira às escolas que não consigam atingir os respectivos IDEBs; aprimorar os instrumentos de avaliação da qualidade do ensino fundamental e médio, de forma a englobar o ensino de ciências nos exames aplicados nos anos finais do ensino fundamental e incorporar o exame nacional de ensino médio ao sistema de avaliação da educação básica; garantir o transporte gratuito para todos os estudante s da educação do campo na faixa etária da educação escolar obrigatória, mediante renovação da frota de veículos; selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para o ensino fundamental e médio, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas; fomentar tecnologias educacionais e inovações das práticas pedagógicas nos sistemas de ensino que assegurem a melhoria da aprendizagem do alunado; apoiar a gestão escolar mediante a transferência direta de recursos à escola; outras estratégias voltadas para a necessária infraestrutura material e humana que propicie atingir estes objetivos: atendimento ao estudante em todas as etapas da educação básica, aquisição de equipamentos e recursos tecnológicos às escolas, políticas de combate a violência, políticas de inclusão e permanência na escola; garantir o ensino da história e cultura afro-brasileira; ampliar a educação no campo, a quilombolas e indígenas; repasse de verbas aos Estados e Municípios que tenham aprovado leis específicas para instalação de conselhos escolares ou órgãos colegiados equivalentes nos quais participem as comunidades escolares; atendimento à saúde do alunado; confrontar os resultados do IDEB com o PISA para comparar o desempenho de nosso alunado com os das áreas afluentes do globo.
Resta a cada um de nós, individualmente, e a todos, coletivamente, a reflexão sobre algumas distâncias mensuráveis no tempo: do Brasil "que temos" para "o Brasil que queremos"... Seremos!!?
(Caos Markus)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

"DESPERTANDO A PERSONALIDADE EDUCATIVA"


Uma comprovação científica, quanto mais cedo as crianças entram em contato com o mundo das letras, maiores as possibilidades de se tornarem futuras leitoras. Publicações com poucas palavras ou frases soltas podem parecer mais adequadas às turmas ainda não alfabetizadas. Entretanto, um grande equívoco, são sugestivas da ideia, absolutamente falsa, a respeito da leitura, tratando-a como um processo sempre rápido e fácil. Ouvindo textos maiores e melhores, as crianças ampliam progressivamente a capacidade de ouvir e de se concentrar. Ao ter a oportunidade de conhecer a boa literatura, elas entendem, de fato, quais as vantagens de ler. As crianças não devem ser subestimadas, e sim compreendidas como leitores plenos, antes da sua alfabetização. 
Há casos de sucesso e de fracasso escolar nas diferentes organizações familiares. A existência de um núcleo tradicional (composto de 'pai, mãe e filhos') não é determinante de uma maior atenção, em casa, à Educação. Indicam as pesquisas, alunos têm melhor desempenho quando seus pais são dotados de discernimento a respeito do sistema escolar, conversam sobre leituras realizadas e nutrem maiores expectativas relacionadas à escolaridade de seus filhos. 
Essa dedicação pode ser garantida em diferentes estruturas familiares. Desde que previamente orientados, todos podem estimular a vida escolar dos filhos. 
Conhecendo o corpo discente na ótica do seu contexto social, cabe à instituição escolar auxiliar as famílias a valorizarem a assiduidade, garantindo um ambiente de aprendizado em casa. É mais importante avaliar em que aspectos a família pode contribuir com o aprendizado dos filhos do que a forma como ela está estruturada.
Há supostas diferenças no aprendizado entre homens e mulheres em diversas áreas. Entretanto, é necessário compreender, as diferenças são fruto de uma questão de gênero, e não biológica, ou inata. A divisão de papéis sociais entre meninos e meninas só estimula o desenvolvimento de capacidades facilitadoras do aprendizado dessa ou daquela disciplina. Na superação dessa realidade, o essencial é a oferta (tanto pela  família quanto pela escola) das mesmas oportunidades e desafios, a todos, sem distinções. 
Ter um desenvolvimento de boa qualidade na outrora denominada 'primeira infância' é um dos fatores mais influentes no sucesso escolar. 
A maior presença da mulher no mercado de trabalho tem ampliado a demanda por creches. Porém, a decisão de matricular os pequenos não deve ser feita apenas porque os pais trabalham e não há quem cuide deles. E nesse sentido, deve-se observar, a função de uma creche não se limita a cuidar da criança e alimentá-la. A ela também cabe proporcionar diferentes experiências de socialização da criança sob a sua guarda transitória.
O grande desafio, infere-se, é consolidar a etapa da Educação Infantil como 'momento educativo', potencializador de um processo através do qual a criança estabelece relações com os outros elementos da sociedade, tornando-se um membro atuante, sob o empenho destes destacados 'agentes sociais' (com suas respectivas significâncias) identificados na família e na escola, ambas voltadas ao despertar da personalidade pela Educação.

(Caos Markus)

"F A T O"


F A T O
No princípio era o Verbo...

E como ele não se fez a si próprio Substantivo,

preferiu criar Sujeitos...

E porque Subjetivo é algo individualizado,

não houve alguém, imagem e semelhança,

que ousasse recriar...

Então, desde sempre, era o Revérbero...

Luz mais intensa num espaço,

mas ausente Homem de fato.

(Caos Markus) 

"PROPOSIÇÕES NO AUTODISCIPLINAMENTO"





Os objetivos educacionais não são simplesmente uma lista de assuntos a serem abordados em um curso. Certamente, haverá certos aprendizados que os alunos deverão adquirir e com os quais deverão estar familiarizados até a conclusão do compêndio dos ensinamentos. Entretanto, se os objetivos buscados se encerrarem aí, corre-se o risco de desperdiçar muitas oportunidades de oferecer aos discentes uma experiência educacional mais produtiva. 
Os objetivos educacionais finalizam proporcionar aos alunos analisar e refletir sobre o que 'deverão saber' ou 'ser capazes de fazer' ao final do curso, considerando o quanto não eram  aptos a fazer antes do aprendizado. Esses propósitos precisam estar relacionados ao desempenho dos aprendizes. Boas metas educacionais não podem ser nem extremamente abstratas, específicas demais, nem restritas a habilidades cognitivas de nível inferior. 
Cada intento educacional individualizado deve apoiar o objetivo maior do processo, ou seja, o fio condutor a unir todos os assuntos alvos de abordagem e todas as habilidades então já adquiridas ao término do período letivo.
De maneira ideal, os objetivos no processo de educação-aprendizagem dependem de resultados mensuráveis, descritivos de padrões através dos quais os alunos possam demonstrar terem alcançado a pretensão do aprendizado.
Por isso, os métodos de avaliação necessitam da diversidade de critérios: provas (orais ou escritas), artigos, exposições, ou projetos em equipe. 
Nos sistemas de avaliação bem sucedidos deseja-se, pois, a compreensão, pelos próprios alunos, do que se espera deles, a fim de poderem, eles mesmos, usar seus inerentes procedimentos na identificação dos pontos cujos desempenhos ainda carecem de fortalecimento.
Confirma-se, assim, analogamente à multilateralidade disciplinar, é atributo dos objetivos educacionais a sua idealização através de segmentos situados num mesmo plano, comum tanto aos educadores quanto aos educandos. Algo semelhante a 'autodisciplinamento', enquanto consequência de prévias proposições sinalizadas à efetiva realização.
(Caos Markus)