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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

SEXTA-FEIRA, 18 DE OUTUBRO DE 2013: "ALUNO, UM ELO FUNCIONAL"


Ao adotar-se o pressuposto de que todo e qualquer organismo pode ser conduzido a agir mediante condicionamento, esta conjectura torna-se facilmente assimilável por aqueles que vêem a educação como um arranjo de estímulos ambientais dispostos corretamente para reforçar respostas adequadas. Os educadores que enfatizam a importância dos meios instrucionais e do compromisso primordial com produtividade e eficiência, assumem tal inferência como valiosa contribuição para deixar de lado quaisquer considerações relativas a fenômenos subjetivos.
A rejeição da possibilidade de investigar o universo psicológico invisível e a ênfase no controle dos organismos humanos levam à visualização da possibilidade de se constituir uma ciência planificadora da ordem social, em cujas mãos estaria a potencialidade para reorganizar toda a cultura. É reconhecida, então, a concepção dogmática emergente de uma análise científica como desagradável à maioria dos indivíduos afetados pelas filosofias democráticas. 
De fato, a pretendida "planificação" tem sido fartamente utilizada por doutrinas educacionais fortalecedoras das instituições de ensino, tornando-as analisáveis enquanto estruturas organizacionais, mas que enxergam o indivíduo na condição de simples elo funcional numa cadeia de ações coordenadas com vistas à produtividade do sistema. No bojo das 'filosofias da eficiência' (onde a educação escolar torna-se uma área suscetível de previsão, intervenção e aperfeiçoamento, quando são necessários dados observáveis ou manifestos que possam indicar as direções a seguir e se as direções desejadas foram seguidas), delimita-se o ambiente do condicionamento, refletido, principalmente, nos currículos escolares, desde o ensino básico até o de graduação superior.
Transportada para o interior da instituição educacional, a ordem social e política converte-se em rigorosos e rígidos ordenamentos dos conteúdos a serem ensinados; a transmissão do conhecimento é mantida sob estrito controle; os valores morais presentes nos saberes ensinados são transformados em comportamentos observáveis, mensuráveis, objetivamente apreensíveis, como garantia de resultado do processo de aprendizagem. 


(Caos Markus)

terça-feira, 8 de outubro de 2013

QUINTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2013: "O BINÔMIO EVOLUÇÃO-PROGRESSO"


O currículo tradicional, baseado na divisão de disciplinas, adotado pela maioria das escolas, surgiu na década de 20, nos Estados Unidos. O número de publicações e os meios de divulgação de conhecimentos aumentou drasticamente. O resultado foi uma compressão absurda de informações, com sobrecarga do cognitivo e pulverização do conhecimento. Dois dos principais problemas desse método hoje clássico são a falta de integração entre as disciplinas, principalmente entre as básicas e as específicas, além da excessiva autonomia do docente frente à sua disciplina. As formas de controle desta autonomia raramente conseguem impedir os docentes de incorporarem, a cada ano, mais conteúdo, de forma indisciplinada e aleatória. As avaliações, acompanhando estes problemas, são muito frequentes, geralmente restritas à esfera cognitiva, coordenadas apenas pelo docente responsável por sua formulação, segundo seu próprio critério de importância.
Desde a década de 50, currículos alternativos têm sido propostos para controlar estes males, geralmente com pouco sucesso e vida mais ou menos efêmera. Há, hoje, um consenso entre os educadores: o aprendizado deveria ser mais centrado no aluno, dispondo então de maior carga horária destinada a atividades de pesquisa e de estudo.
A partir da década de 70, surgiu uma melhoria do conhecimento da psicologia do aprendizado,  mostrando a importância de sua participação ativa na incorporação do conhecimento, da sua experiência prévia e do uso desta experiência como elemento motivador ao aprendizado.
A fisiologia da memória e seu desenvolvimento recente favoreceu também a compreensão da importância da experiência prévia na aquisição de novos conhecimentos. 
A metodologia da aprendizagem se desenvolve, então, neste contexto, e  acompanhando suas mudanças. O  aluno é levado a definir objetivos de aprendizado cognitivo sobre os temas do currículo. Esse currículo terá por  objetivo apresentar seus conteúdos ao aluno de modo integrado e integrador de conhecimentos. 
O primeiro momento do currículo é a determinação de suas finalidades, do que se deseja: O currículo deve formar, no ensino médio, uma visão geral, um indivíduo preparado ao ingresso num curso de graduação? Um sujeito apto a iniciar uma carreira profissional? Ou uma mescla dessas finalidades? Quais habilidades o aluno deve apresentar ao fim do curso? Quanta ênfase deve ser dada a aspectos éticos e de comunicação com o aluno? 
Com base nestas definições prepara-se um elenco de situações para o aluno 'saber/dominar'.
Este elenco é analisado situação por situação, determinando-se que conhecimentos o aluno deverá possuir para cada uma delas. Este elenco constitui os 'temas de estudo', agrupados, por afinidades, em 'módulos temáticos'. Cada tema, quando se referir à esfera cognitiva, será transformado em um problema objeto de debate num grupo de monitores.
Estágios em serviços de graus variados de complexidade são programados para as várias fases do curso. 
Em um currículo no qual se pretenda uma visão geral, são consideradas as realidades mais prevalentes na região onde o aluno irá atuar, e nas 'práticas/habilidades' que deverá possuir. 
O currículo deve ser revisto permanentemente, a partir da retroalimentação feita a uma 'comissão de currículo', pelos monitores de estágio e pelas avaliações cognitivas e de habilidades.
O rodízio regular entre os demais membros da escola é indispensável nessa comissão. 
Geralmente, a substituição não será, de início, completa, mas parcial, de modo a, paulatinamente, toda a comissão ser, enfim, substituída. Isso a ela garantirá integrar indivíduos experientes convivendo com novos membros e, por efeito, o trabalho de revisão permanente do currículo terá continuidade. Pois, somente através da mobilidade é possível determinar o binômio 'evolução-progresso'.

(Caos Markus)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

QUARTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2013: "CURRÍCULOS, OS PARADIGMAS DE UMA SOCIEDADE"


Com exceção, é claro, das disciplinas estritamente metodológicas, todos os saberes que contribuem para a formação dos professores pertencem, originalmente, a um terreno que se distingue da educação escolar. Ciências como a Sociologia e a Antropologia, por exemplo, possuem esferas próprias de estudo e reflexão, como é sabido, mas esperam-se delas contribuições para esclarecer problemas do âmbito educacional. Assim como se recorre à Filosofia para deslindar a tradição do pensamento ocidental, de modo a elucidar os fundamentos da prática pedagógica, almeja-se que sociólogos e historiadores, ao analisarem como as instituições sociais funcionam e se transformam ao longo das épocas, possam auxiliar no posicionamento da escola na sociedade e no planejamento de seu futuro. A meta principal, pois, é buscar entender como se dá a transposição dos conhecimentos de um determinado corpo científico para os limites da sala de aula, o fazendo através de paradigmas. E neste sentido, há que se entender a característica essencial de um 'paradigma', qual seja, ele contem realizações científicas reconhecidas durante algum tempo por alguma comunidade científica específica, proporcionando os fundamentos para sua prática posterior. 
Quando a Pedagogia tenta apossar-se dos conhecimentos científicos da Psicologia, pode fazê-lo sob a égide de orientações pedagógicas as mais diversas. Consequentemente, torna-se muito difícil, arriscado e, em alguns casos, leviano, vincular uma vertente do pensamento educacional a conceitos extraídos de uma teoria psicológica, como se algum saber desta área fosse responsável exclusivo pelas práticas contidas naquele.
O ofício de ensinar, no entanto, é aprendido em contexto totalmente diverso. Embora as ciências da educação estejam presentes na formação pedagógica, não há qualquer exigência de que o professor venha a tomar atitudes condizentes com este ou aquele paradigma científico dentro da sala de aula. A não ser excepcionalmente, não há qualquer semelhança entre os laços que unem o pesquisador aos seus pares, de um lado, e os vínculos que ligam o professor aos seus, de outro. Incoerências metodológicas, ecletismo e falta de solidez teórica são "defeitos" somente detectados quando o professor encontra-se submetido à análise crítica de seus gerenciadores científicos, dentre os quais incluem-se os cientistas incumbidos de avaliar o ensino com o intuito de contribuir para seu melhor funcionamento.
Os princípios integradores dessa pedagogia, embora possam apresentar-se discrepantes no campo de sua produção original (vale dizer, no campo em que foram produzidos enquanto 'paradigmas') servem para consagrar outros princípios, desta feita aqueles definidos pela visão elaborada pelos educadores quanto às finalidades educacionais. Assinala-se, qualquer proposta curricular comporta sempre um projeto social e cultural, uma visão do tipo de sociedade e de pessoa que se pretende promover com a escola.
Nessa perspectiva, deve-se romper os limites tradicionalmente estabelecidos entre os paradigmas psicológicos e suas aplicações à educação escolar , a fim de assimilar contribuições as mais variadas, todas elas dirigidas para a composição de uma proposta de currículo, o elemento decisivo da prática pedagógica.

(Caos Markus)

domingo, 6 de outubro de 2013

TERÇA-FEIRA, 15 DE OUTUBRO DE 2013: "ODE AO ANTRO TRÁGICO"



ODE AO ANTRO TRÁGICO

Eu insulto o país insepulto
de intelecto oculto, inculto.

No meu surto, o furto
do que ao lacaio subtraio.

Eu insulto, qual Mário,
não querendo, jamais, indulto.
Qual Andrade, apenas o Brasil adulto.

(Caos Markus)



SEGUNDA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2013: "QUEM, DÁ MAIS?"


SALÁRIOS DOS PROFESSORES: QUEM, DÁ MAIS?

O valor real dos salários dos professores das universidades públicas variam enormemente, é claro, e não só com a inflação, mas, hoje, mais do que nunca, com a irrevogável lei da oferta e procura, agora no contexto do 'valor de mercado'.
O relatório da subcomissão de financiamento da Comissão Nacional ( Comissão Presidencial estabelecida pelo governo José Sarney para avaliar e fazer sugestões para a reformulação do ensino) assinalava em 1985 que "os salários vigentes podem ser impeditivos para atrair professores efetivamente em tempo integral, não para recompensar aqueles que apenas dão aulas e não fazem pesquisa ou prestam serviços. O pagamento de 40 horas para que se cumpra apenas a carga de aulas usual implica uma remuneração acima dos preços de mercado. Dados de 1984 do IBGE (PNAD) já indicavam que os professores de ensino superior que trabalham 40 horas ou mais por semana na ocupação principal percebem rendimentos mensais que são, em média, ligeiramente superiores aos dos outros profissionais de nível superior (13,9 salários mínimos contra 12,3)". Esta situação tornou-se ainda mais "favorável" com os reajustes de meados de 1987.

(copydesk, Caos Markus)

DOMINGO, 13 DE OUTUBRO DE 2013: "EDUCAÇÃO, O DITADO DA DITADURA"



EDUCAÇÃO, O DITADO DA DITADURA

Uma educação pública de péssima qualidade, escolas sucateadas, professores despreparados e mal pagos,enfim, todo um sistema educacional falido, hoje a avaliação da má qualidade do ensino público se mantém, apesar dos recursos "garantidos" a partir da constituição de 88 e das leis editadas nos anos 90.
Os órgãos oficiais reproduzem o autoritarismo que tem caracterizado a implantação das políticas públicas no Brasil.
As características que hoje estão presentes na educação também foram conformadas pelo tipo de desenvolvimento histórico que o país conheceu. Entender a educação hoje, em sua função social, passa, necessariamente, pela compreensão da função histórica por ela cumprida, particularmente no momento em que a rede pública de ensino abriga um grande contingente de trabalhadores; momento em que sofre um processo de modernização conservadora: o período da ditadura militar.
A análise da educação ao longo dos 21 anos de ditadura militar deixa transparecer de forma bastante nítida uma das grandes contradições do regime: produzir mecanismos de desenvolvimento acelerado de acumulação de capital e garantir, simultaneamente, o acesso da população aos direitos de bem-estar social. Esse impasse não encontrou solução, e os direitos de bem-estar foram sacrificados em nome do desenvolvimento acelerado.
Grandes modificações foram feitas no setor educacional. Reformaram-se os três níveis de ensino (fundamental, médio e superior), expandiu-se a rede física e o número de vagas nos estabelecimentos escolares. Durante a ditadura o Brasil, começou a formar uma pequena, mas expressiva, elite universitária, desenvolvendo pesquisas de ponta; os resultados do surgimento dessa elite podem ser verificados hoje, através de pesquisas em áreas nas quais o Brasil ganhou destaque internacional, como é o caso da engenharia genética, valendo ao país a participação no projeto Genoma.
Enquanto se formava a pequena elite intelectual, milhões de brasileiros continuavam analfabetos e, a cada ano, milhares de crianças não conseguiam ter acesso à escolarização básica. Milhares de jovens deixavam a escola para ingressar no mercado de trabalho. Alguns outros, heroicamente, conseguiam frequentar as aulas no período noturno e alguns poucos conseguiam chegar à universidade.
A educação foi uma das grandes preocupações dos grupos que atuaram no âmbito do Estado após 1964, pois o regime necessitava, tanto de técnicos altamente qualificados quanto de mão-de-obra desqualificada. Mão-de-obra desqualificada e apascentada. A rede física foi expandida, um maior número de pessoas pôde frequentar a escola e nela aprendiam que o Brasil era um país democrático, católico e alinhado ao mundo Ocidental.
O investimento em educação, porém, não permitia que se absorvesse toda a demanda escolar. Os recursos para a educação foram minguando ao longo do período ditatorial, pois a prioridade do regime era o desenvolvimento acelerado.
O regime tencionava construir um sistema de ensino que fosse capaz de aplacar a pobreza no Brasil, diminuindo a desigualdade social. Como diminuir a desigualdade num modelo de desenvolvimento econômico que priorizava o enriquecimento da camada mais rica da população? Essa pergunta não encontrou resposta nos planejamentos educacionais desenvolvidos entre 1964 e 1985; a desigualdade social não diminuiu, ao contrário, aprofundou-se.
O setor educacional foi alvo constante dos ataques do governo. Qualquer forma de discordância era logo taxada de “subversiva” ou “comunista”, e seu autor era banido dos meios acadêmicos. O movimento estudantil sofreu muitas baixas, até que perdeu sua força, mantendo-se quase inerte nos anos mais truculentos da ditadura. Essa foi a outra forma de educar encontrada pelo regime: disseminando o terror, para desencorajar atitudes de apoio aos “subversivos” ou “comunistas”.
A educação funcionou durante a ditadura militar como uma estratégia de hegemonia. O regime procurou difundir seus ideais através da escola, buscando o apoio de setores da sociedade para seu projeto de desenvolvimento, simultaneamente ao alargamento controlado das possibilidades de acesso ao ensino pelas camadas mais pobres.
Após 21 anos de ditadura militar, restou ao Brasil um sistema educacional com graves problemas: uma estrutura física que, apesar de estendida, não foi suficiente para atender à demanda crescente; queda na qualidade dos níveis elementares de ensino e da formação dos profissionais de educação, além da depreciação das condições de trabalho desses profissionais.
As universidades federais estão assistindo à degeneração de seus espaços físicos e equipamentos, enquanto seus profissionais conseguem poucas conquistas após prolongados períodos de greve. Esses são alguns dos problemas que acometem a educação atual. Sem dúvida, muito do que se produziu durante a ditadura persiste na estrutura educacional brasileira. Atualmente, os meios de comunicação divulgam pronunciamentos governamentais acerca da melhoria da qualidade do ensino. Novamente, a ênfase recai no aumento do número de vagas nos estabelecimentos de ensino e na qualificação da mão-de-obra através dos programas profissionalizantes pós-médio. A educação ainda aparece, na fala governamental, como um mecanismo minimizador das desigualdades sociais.
O que mudou na sociedade brasileira, passados 38 anos da instalação da ditadura militar brasileira? Vivemos hoje muitos dos dilemas enfrentados durante os anos de chumbo. A análise das políticas educacionais brasileiras deixa claro que a má qualidade do ensino nos sistemas públicos não é fruto de algum equívoco ou distorção. O tipo de ensino que se desenvolveu no Brasil atende às demandas impostas pelo grande capital, que exigem mão-de-obra barata e, portanto, desqualificada. Nesse aspecto, sem dúvida, os sistemas de ensino têm logrado bastante êxito. O Brasil de hoje enfrenta uma grave situação social, com o desaparecimento de postos de trabalho, o empobrecimento da população e uma inserção subordinada ao sistema capitalista mundial. Seguindo esse compasso, a educação apresenta as mesmas distorções verificadas na sociedade e contribui para sua manutenção. O projeto educacional implementado durante a ditadura, assim como seu projeto global de desenvolvimento, teve papel decisivo no processo de exclusão social, cujos resultados, mesmo camuflados pelo populismo das contemporâneas oligarquias políticas, rendem agora seus onerosos dividendos. 
(Caos Markus)

SEXTA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO DE 2013: "RESISTÊNCIA E TENDÊNCIAS"


Analisando-se a sociedade atual, observam-se transformações que incitam mudanças profundas na vida humana individual e associada. O indivíduo nasce, educa-se, trabalha e passa a vida ligado a organizações, e estas, na realidade, são responsáveis pela consistência
do destino social. A dinâmica e a velocidade cada vez maior das mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais da sociedade moderna caracterizam o que se convencionou chamar de 'novo milênio'. 
No passado as mudanças significativas na vida humana exigiriam no mínimo o tempo correspondente a uma geração para ocorrer. Gradativamente passaram a ser imprevisíveis. Trata-se da 'era da incerteza', ou, ainda, da 'era de descontinuidade'.
O sentido de 'novo milênio' identifica-se, assim, com as transformações globais que caracterizam o mundo moderno. Informatização, globalização e sociedade do conhecimento são alguns fatores que estão pressionando o status quo da vida atual. Como decorrência, tem-se a consolidação da 'sociedade do conhecimento'. Sobretudo mudanças profundas de valores e crenças pessoais e culturais marcam a sociedade atual.
Ocorrem, portanto, mudanças na sociedade, e mudam com isto as formas de comunicação. Emerge o oportunismo dos meios de comunicação como a principal instituição socializadora dos tempos atuais, dado que por eles é controlado todo o funcionamento social. Com as mudanças na maneira de obtenção de informação, muda a necessidade de produção, comercialização e, por conseguinte, a oferta no mercado de trabalho. 
Isto denota o caráter flexível a ser exigido também das instituições de ensino superior, que no Brasil enfrentam dificuldades devido à rigidez da estrutura. Os estudantes necessitam de instituições que atendam a sua necessidade de formação sintonizada com a nova configuração do mercado de trabalho.
Via de regra,  é do caráter do ser humano a sua resistência a mudanças.
Há, entretanto, estudos voltados ao desenvolvimento da habilidade na construção de modelos de processos que despertam a atenção para certo tipo de variáveis dependentes, somente, de ser conceitualizadas e observadas.
Assim considerado,  também um novo contexto educacional é enfatizado quando se observa que as tendências ou correntes ligadas ao ensino na educação superior são grandemente influenciadas pela importância da interatividade no processo de aprendizagem. Tais requerimentos tendem a promover uma mudança de regras, transformando o professor de ‘sábio’ em ‘guia’, gerando, com isso, a necessidade de desenvolver habilidades ou competências para a gestão do conhecimento e para o trabalho em grupo. 
Tais especificidades propiciam a chamada aprendizagem cooperativa. Portanto, a mudança tenderá a ocorrer também por meio da experiência do professor ou instrutor.
Nesse caso, o professor torna-se um condutor, desbravador de conhecimentos.
Associado a esse novo papel exige-se a configuração de novas tendências ou correntes pedagógicas, que efetivamente representem transformações similares, não só nos alunos, ou aprendizes, como se quer hoje.
Ocorrem mudanças na sociedade, transformam-se os meios de comunicação, obtenção de informações, os métodos de produção, comercialização, e, por consequência, muda a oferta no mercado de trabalho. Nesse contexto, o jovem que deseja qualificar-se profissionalmente tem dificuldades, pois a estrutura da formação em nível superior do País é rígida. 
Este jovem necessita, assim, de uma instituição que ofereça formação compatível com a nova configuração do mercado de trabalho, pelas mudanças solicitadas por um meio ambiente cada vez mais agressivo, devendo buscar manter sob controle as resistências à sua implantação, de forma a privilegiar abordagens que se aproximam à do ensino colaborativo.

(Caos Markus)