Páginas

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

TERÇA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO DE 2011: "BEM-QUE-VI"

BEM-QUE-VI Minha terra tem bananeira onde muito pula um sagui Bem-que-vi! Na serra, fechada, mata inteira encanta sabiá de cá, tico-tico lá Tem muito mais fubá no patropi e também côco que coqueiro dá Tudo em se plantando, no Brasil, acima ou abaixo, é festa e folia Bem-que-vi! Até o pato alegre, sorridente, pia Mas só quem viver verá, viu?! Bem- te - vi!! (Caos Markus)

SEGUNDA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2011: "VÍSCERAS"

Sim, sou visceral, já o disse Bandeira alguma eu levanto senão a salvaguarda na radice caminho das utopias, o avanço Enquanto tanto o ranço, entretanto, ainda o manto a imaginar em simulacro do profano, do insano feito santo, quanto sacro, beato em nó desatado na forca, tamanha a força Assim, Federico, desatinado sonhando poder acordar Lorca e matar os pesadelos da tirania, assassina, alcova cruel da ufania (Caos Markus)

DOMINGO, 4 DE SETEMBRO DE 2011:"LÁ E CÁ"

Pai nosso (...) seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu (...)
Mas cá na terra a vontade não é a de Cesar?!
(Caos Markus)

SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2011: "CAMINHO DE ATALHO"

POR ONDE SE VAI AONDE FIGURANTES DA NOSSA PRÓPRIA HISTÓRIA, REFLETINDO INFLEXÕES ALHEIAS, ALEATORIAMENTE, POR DISCURSOS GUTURAIS, DAMOS POR SINÔNIMOS 'ISSO' E 'ISTO', 'ESSE' E 'ESTE'. ENTÃO, CAMINHO DE ATALHO, IDEALIZAMOS 'ACOLÁ' SEM UM PASSOS ALÉM 'DAQUI'.
(Caos Markus)

SEXTA-FEIRA, 2 DE SETEMBRO DE 2011: "ANTIQUÁRIO FILOSÓFICO"

A pretensão de sistematizar os níveis de certeza do conhecimento científico através de uma reflexão crítica acerca da própria ciência; suposição estabelecida, todavia, sobre um hipotético caráter igualmente científico; não faz outra coisa senão ressuscitar (sob o aspecto da pluralidade rigorosamente coordenada das áreas do saber) arcaico projeto filosófico.Trata-se de idealizar proposições e assertivas assentadas não somente nos critérios de toda imaginada "cientificidade", mas também da verdade em si, almejando consolidar o fundamento e o conceito de 'ciência', ou seja, um inaudito 'antiquário da filosofia'. Ora...! A verdade, quando confirmada, já prenuncia sua contínua e insólita mudança. (Caos Markus)

QUINTA-FEIRA, 1 DE SETEMBRO DE 2011: "PERSONALÍSSIMO"

O mundo sensível é apenas uma sombra do mundo das idéias. Porque tão-somente à sua sombra suportamos viver. São as idéias, contudo, que constituem o verdadeiro real, fornecendo-nos normas a orientarem nossa conduta. Não devemos acreditar, porém, que nesse mundo exista um tipo único de homem, a ser copiado por quem possua a natureza humana. De igual maneira, não podemos seguir idéias tão determinadas a ponto de esvaziarem qualquer iniciativa pessoal. Com efeito, as idéias encerram toda a possibilidade de escolha, ainda que esta jamais possa ser absolutamente impessoal. E é através das contínuas escolhas que delineamos um caráter diferente de qualquer outro. Afinal, reiteradamente, estamos diante de um ideal humano, impregnado de suas particulares essências e de seus típicos valores. Desse ideal cabe a cada um de nós reinventá-lo ou redescobrí-lo, todos os dias. Pois, cada uma das nossas opções nos abre a novas perspectivas, salvaguardada por princípio, sim, a concepção segundo a qual todo homem é aquilo que ele a si próprio faz. (Caos Markus)

domingo, 31 de julho de 2011

QUARTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2011: "AUTORIDADE: OS SEUS LUGARES"

Os termos 'autoridade', 'força', 'poder', 'domínio', 'potência', 'influência', 'controle', apresentam sutis diferenças entre si. Por exemplo, destacando dois desses termos, 'força' e 'poder'. O significado de 'força' expressa que a 'autoridade' é noção associada a sabedoria, a obediência livre e voluntariamente oferecida a um poder aceito e reconhecido. Ao que tudo indica, pois, a definição da 'autoridade-poder' está integrada no mesmo contexto dos dois outros conceitos, ou seja: autoridade e poder associados à força; que neste nexo necessário entra com uma significação diversa daquela que se pode atribuir-lhe quando considerada separadamente. Apartada daquele nexo, cai na 'violência'. Lá, onde emana do 'poder-autoridade' está justificada, permitindo-se dizer 'legítima' e 'justa'. (Caos Markus)

TERÇA-FEIRA, 30 DE AGOSTO DE 2011: "O QUE SEI"

Eu sou radicalmente pós-conceituoso, superando mesmo o preconceito. Há entre um e outro constante alternância: são equidistantes, inclusive. Só sei que quando penso logo, nada existe de mistério na filosofia vã do reino podre entre o céu e a terra. Ou não.
(Caos Markus)

SEGUNDA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2011: "O SOM NO TOM DO MUNDO"

A atenção pressupõe um significado. Estar atento, prestar atenção, exige escutar, ouvir a vibração produzida pelo movimento, através do princípio do estímulo, pela própria alma. Pois tudo que existe tem som, é vibração, possui alma vibratória, integra a harmonia, podendo ser ouvido, uma vez que sejamos alertados ou treinados para isso. Na questão de se saber proferir a verdade com a mais absoluta certeza, ou na questão de se preferir a constatação da multiplicidade e do movimento de todas as coisas; tais questionamentos podem ser abordados como o problema da competição entre o inteligível (dotado de segurança e certeza, isto é, a pura afirmação do ser); e, o sensível, mutável, variado, arriscando o saber. Tanto outrora quanto para a nossa contemporânea ciência materialista, o mundo sensível é suscetível de conhecimento, de inteligibilidade. Neste ponto, temos somente que aprender o alfabeto adequado para lermos as coisas. De modo efêmero, estamos num mundo em constante e desde sempre em marcha. Muitas lacunas há para serem preenchidas: o que aprender, relembrar, redescobrir. E, sob este aspecto, o corpo, se é um entrave, também é o ponto de contato com o real, com as coisas a redescobrir. Trata-se, por conseguinte, de se dispor a saber qual é o 'som' de cada coisa, qual é o seu 'tom', significando, assim, conhecê-la. Entretanto, ao mesmo tempo, é ainda conhecer a sua 'cor', saber qual é a sua 'área'. Há uma sinonímia na identificação dos termos 'cor' (usual nas artes plásticas); 'tom' (pertencente tanto às artes plásticas como à acústica e à música; e 'superfície' ou 'área' (mais encontrados nos fundamentos da geometria). Os mesmo termos ígualmente indicam a pele, o revestimento vibrante do corpo, da mesma maneira que os variados instrumentos de percussão. São vocábulos compreendidos, em geral, restritivamente, assimilados apenas como o equivalente a cor. Todavia, se referem, antes, à tonalidade. E, por efeito, podem significar tanto a 'cor' (da pele, por exemplo) quanto o 'som' que lhe é característico (pela tensão que regula o grau de vibração, num atabaque, nos bongôs ou em diversas peças de uma bateria, por exemplo.Ora, não é difícil observar que a pele, tensionada (pressionada) tem sua cor alterada. A música, nestas considerações, concede aos homens a revelação de verdades e clareza que, sozinhos,talvez jamais alcançassem. É justo pensar então que o universo das relações sonoras e rítmicas ao qual chamamos 'música' não é exclusivo de suas influências; e muito embora as atividades musicais "sonoras" sempre aparentassem permanecer no terreno dominado por elas, a outras atividades podem ser acrescentadas. Atividades essas denominadas indiferentementes 'artes', 'atividades artísticas' e 'técnicas'. O exercício da música em toda a sua nobreza é a grande inspiração das demais especializações, não limitada às atividades artísticas enquanto gênero. É por intermédio da memória que a alma está capacitada a sair da ignorância e se capacitar. Não por outra razão, em sentido amplo, é a música meio e instrumento da própria memória, a conferir à alma a aptidão de aprender sempre mais, dando-lhe as disposições necessárias ao aperfeiçoamento em contínua evolução. (Caos Markus)