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sábado, 15 de janeiro de 2011

QUINTA-FEIRA, 10 DE FEVEREIRO DE 2011: "PATRIMÔNIO"

Eis do clamor, do brado, a conclamação: capitanear o povo à marcha contra o latifúndio hereditário, pelo redescobrimento de um país, onde maior patrimônio seja o de um só proprietário -a nação brasileira!
(Caos Markus)

QUARTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO DE 2011: "SANHA"

Parnaso emerge dos subterrâneos em expressão de vanguarda intimista? Sim ao plausível, que refeito é a probabilidade do imaginado possível. Seccionada a psique, íntegra a alma é autopsiada viva: o 'anima' redivivo! Eis a sanha (façanha?) de Pablo Emmanuel em 'Os Interins do Intimo de Um Incubo Insone'. (Caos Markus)

TERÇA-FEIRA, 8 DE FEVEREIRO DE 2011: "NOBREZA"

A vida, órfã, nasce para adoção. Não é piedade nem determinação o que a leva ao materno acolhimento. Incapacitada a subsistir, a vida jaz então na sua única eternidade possível. E transformada em seu próprio epitáfio, ostenta da inscrição inconcebível nobreza: "Vieste ao meu encontro. Tua partida será, para todo o sempre, saudosa lembrança desta que te criou, eu, a morte." (Caos Markus)

SEGUNDA-FEIRA, 7 DE FEVEREIRO DE 2011: "SUPERVENIÊNCIAS"

"O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro." (Mário Quintana) E o futuro! O pressentimento de Quintana era mais que isso, nem premonição nem profecia, o bardo parece ter escavado, qual um arqueólogo, sítios de camadas sobrepostas. O inaudito, porém, é que escavou superveniências do tempo. E, 'de volta ao futuro', prognosticou o que agora mais se vê: macacos! Caos Markus

DOMINGO, 6 DE FEVEREIRO DE 2011: "CONJUGAÇÃO"

O quão difícil é crer em qualquer mero indício de mudança. O 'humano' tem sido substantivo precedido de um outro substantivo, o 'ser'. Essa imprescíndível humildade, como pressuposto de respeito, é dependente de um verbo no infinitivo, o 'ser', a confirmar, então, a humana idade. E, em qualquer tempo, não se tem visto essa conjugação verbal. (Caos Markus)

SÁBADO, 5 DE FEVEREIRO DE 2011: "IMPÉRIO"

A cada novo instante, mais submissos todos estamos, em severa subordinação à nossa surpreendente insignificância diante daquela que ainda hoje nos é de toda incompreensível -a mente humana. Buscando reduzir o assombro, projetamo-nos como deuses onipotentes, onipresentes e oniscientes, não percebendo que todo querer não é outra coisa senão a procura de compensação, um esforço visando sufocar o sentimento de inferioridade. E a sombra dessa projeção indica tão-somente o nosso reduzido tamanho e a nossa incapacidade para uma reflexão mais séria sobre a existência da humanidade e o seu destino a partir do livre arbítrio e suas nefastas conseqüências. Vivemos, sim, sob o império da insanidade, refugiados no asilo da tragédia universal. (Caos Markus)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

SEXTA-FEIRA, 4 DE FEVEREIRO DE 2011: "PROSAICO"

VERSOS SÃO CRÔNICA FOME A MATAR NO TEMPO O PROSAICO QUE AO POETA FAZ PONTE COM A LIBERDADE.
(Caos Markus)

QUINTA-FEIRA, 3 DE FEVEREIRO DE 2011: "RELEVÂNCIA"

No tempo, espaço agora é -de medieval idade- razão à praça, em escárnio ao suplício, espetáculo ignóbil para intensificar o riso amorfo das ignaras gentes. Ao tempo dos largos limites da ágora, a opinião não era pública, de maneira a educar no individual um pensar antecedente a intenção gestual. A tortura da sinonímia entre publicização e publicidade coletiviza unanimidades, alternando e alterando rotas por atalhos onde convexo é apenas efeito de força centrípeta, quando côncavo justifica poder centrífugo. Então, relevos e reentrâncias esculpem a dízima, periodicamente, servilismo do dízimo múltiplo divisor comum, sob brasão comunitário. Ora! Hora.
(Caos Markus)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

QUARTA-FEIRA, 2 DE FEVEREIRO DE 2011: "O DONO DO VENTO"

Você não enxerga o vento, mas vê a poeira que ele levanta, vê as folhas da árvore que ele balança. Assim como as folhas, o seu corpinho também é mexido por um tipo de vento. Esse vento sopra suave na sua infância; sopra forte na sua juventude; e sopra vagaroso quando você já está velhinho. às vezes, o Dono do Vento resolve levá-lo para um outro lugar. Quando isso acontece, ficamos parecidos com a poeira e com a folha arrancada da árvore. Dizem, nessas horas, que a folha morreu, que a poeira sumiu. Não foi nada disso; foi o Dono do Vento que mudou a nossa alma de lugar. (Caos Markus)