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sábado, 3 de julho de 2010

SEXTA-FEIRA, 23 DE JULHO DE 2010:"LEILÃO"

Eu fui criado nos preceitos da T. F. P. - a Tradição, Família e Propriedade. Agora a propriedade acabou, a família acabou, a festa acabou... E agora José? O que fazer? Somente restou a Tradição e esse meu nome escrito em sangue azul. Pois, vendo o meu nome para algum novo rico que precise justificar a propriedade com a tradição que ele não tem. Quem dá mais? Eu ouvi 10.000?! Quem dá mais? Alguém disse 25.000! É pouco. Observem que não é um nominho qualquer, descende de Fernão Dias, é nome de logradouros, de ruas, avenidas e marginais nesse beco sem saída da minha vida inteira. Eu ouvi 50.000? Quem dá mais? É nome com estirpe, dos fundadores da cidade, ou quase isso. Quem adquirir esse nome o terá garantido em certidão pública, com direito a criar nova dinastia. Ah! Raimundo... Mundo, vasto mundo... Se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, mas não uma solução! Vocês querem dinheiro?! Vocês querem dinheiro?! Então cuidado, porque não existe bicho papão, mas existe papa-tudo na telinha da TV, baú "vem que aqui tem".
(Marcus Moreira Machado)

QUINTA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2010: "PAPAGAIADA"

Entre nós, ao ouvirmos a palavra "Não vim trazer a paz à terra mas a luta. Quem não for por mim, será contra mim", a atribuimos a algum cântico gregoriano-petista, nessa que insiste em ser a nossa vocação para imitar Victor Hugo, em "Os Miseráveis". Imitar é muita lisonja, mais corretamente deveríamos entender "papagaiar". Mas, tudo bem, dizem sempre que o Brasil é um país de contrastes pela sua enorme extensão territorial, um país continental, enfim. E isso, convenhamos, não é mentira, pois num mesmo telejornal marinho, durante quarenta minutos gritam "Brazzziiilll!!", enquanto em cinco minutos murmuram o aumento de quinze por cento na mortalidade infantil brasileira. Ou melhor, "brasssiiillleeeiiira" ...
(Marcus Moreira Machado)

QUARTA-FEIRA, 21 DE JULHO DE 2010: "ILUSÃO DE ÓTICA"

Pelo jeito, muita gente anda se vendendo em baixa na cotação da auto-estima. Uma subespécie de inflação, é o que parece; o valor nominal da dignidade individual está defasado, e valor real nem se cogita. É dessa forma que órgão público virou entidade filantrópica, assistência social, caridade a que se agradece como o faz o mendigo por um prato de comida. Por isso esse péssimo hábito de se fazer de coitado para merecer o resto de comida; por isso essa coisa idiota de chamar de "doutor' qualquer um que esteja de traje esporte fino, na esperança de sobrar algum. A miséria da república lotérica conseguiu fazer da outrora pirâmide social duas retas paralelas entre si, dando a impressão, própria à ilusão de ótica, de que nobreza e vassalagem caminham agora definitivamente juntas, encontrando-se ao final num só ponto de convergência. No caso, seria mais prudente olhar as múltiplas facetas do poliedro ao invés de apenas observar os dois lados da mesma moeda. Porque, cara ou coroa, a moeda ainda é do rei, tanto faz, tanto fez.
(Marcus Moreira Machado)

TERÇA-FEIRA, 20 DE JULHO DE 2010:"PROLIXO"

Eis, talvez, o maior pecado das elites neste país: generalizar . Porque temos um único idioma em tão vasta extensão territorial que é a nossa, não separados por dialetos regionais nem divididos sustancialmente por disputas étnicas, a falsa idéia de um singular “universalismo” tem sido o substrato para políticas globalizantese inaptas a enxergar o elemento determinante da nossa evolução ,ou seja, a “mestiçagem” e os seus frutos ou as suas expressões aparentemente impregnadas de insensatez - as culturas várias, os múltiplos estilos, a pluralidade da “linguagens”. Pretende-se aqui e, via-de-regra no mundo todo, a uniformização como resposta aos anseios da sociedade. Ora, se nem angústias podem ser padronizadas , certo que nem as suas origens e causas nem as suas manifestações se apresentam de forma única, como crer em projetos de governo insensíveis à prolixidade de um povo como o nacional ?!!
(Marcus Moreira Machado)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

SEGUNDA-FEIRA, 19 DE JULHO DE 2010: "ROLETA RUSSA"

Longe de mim as maravilhas eletrônicas dos sistemas informatizados que invariavelmente vivem a cair, exasperando clientes que de seu só tem o escorchante salário para administrar. Clientes preferenciais, cliente “mil” estrelas a se apagarem uma a uma, sempre que os privilégios da instituição bancária estão em alta (e sempre estão). Para que desfrutar da poupança e de seus rendimentos, quando na verdade isso nada mais significa do que a rendição dos que nada possuem para os verdadeiros proprietários - financistas e especuladores! É bem assim: eu poupo para que outros especulem. Sou forçado a pensar na legalização dos cassinos. Pois, as instituições bancárias, ao que parecem, não têm outra coisa a fazer senão jogar com o dinheiro de cada um de nós. Para isso, usam e abusam das técnicas de marketing, para que o azar esteja, infelizmente, de nosso lado. Dado viciado, carta marcada, a roleta é do banqueiro que, não satisfeito, tem o displante de afirmar que nós gostamos de fila e somos viciados em inflação e recessão.
(Marcus Moreira Machado)

DOMINGO, 18 DE JULHO DE 2010: "APÊGO"

No id, no ego, no super ego, se eu pego, eu levo.
Eu, cego, nego se me apego.
(Caos Markus)

SÁBADO, 17 DE JULHO DE 2010: "PERCEPÇÃO"

A DENÚNCIA DE OUTRORA TAMBÉM FOI O PRENÚNCIO DE QUE A EXCLUSÃO, À ÉPOCA JÁ GRITANTE, AINDA MAIOR ALCANCE LOGRARIA. E -O MAIS GRAVE- DE MANEIRA TAL A EXCLUIR O INDIVÍDUO CONTEMPORÂNEO COMO SUJEITO DA HISTÓRIA, SEM A SUA PERCEPÇÃO DISSO.
(Caos Markus)

SEXTA-FEIRA, 16 DE JULHO DE 2010: "PER SI"

EDUCAÇÃO -> INTERVENÇÃO -> INTER-VIR -> INTER / PESSOAL :
(DES) EDUCAR -> CRÍTICA -> (RE) CONHECER -> (IN) CONDICIONAL :
INSTITUIR A DESCONSTITUIÇÃO, POR AFIRMAÇÃO INDIVIDUAL NA NEGATIVA
INSTITUCIONALIZANTE :
PREFIXAR O NORMAL : (A) NORMAL. EXCEÇÕES NÃO CONFIRMAM REGRA,
SÃO CONDUTAS.
DUTO -> (IN) DUZIR -> ADUZIR :
"EDUCARE" : CONDUZIR.
ABDUÇÃO - 'LEVAR PARA FORA'.
EDUCA-SE FORA DA NORMA, NA REGRA DAS EXCEÇÕES,
QUE RESTITUI "PERSONA" À IDADE, NA FORJA DA
PERSONALIDADE.
(Caos Markus)

QUINTA-FEIRA, 15 DE JULHO DE 2010: "POLUIÇÃO MATA MILHÕES DE CRIANÇAS"

Uma das questões menos debatidas pela doutrina nacional, ou talvez até não estudada, é a relação entre o direito ambiental e o direito da infância e juventude. No entanto, as crianças e os adolescentes são vítimas da degradação que assola o planeta de uma forma bastante assombrosa e peculiar.O "Atlas da Saúde Infantil" lançado pela Organização Mundial da Saúde afirma que a poluição mata mais de três milhões de crianças a cada ano. A capacidade de eliminar substâncias tóxicas da água e do ar é inferior nas crianças. A partir do sangue de cordões umbilicais, os bebês começam a se contaminar ainda no ventre da mãe. Entre as cerca de duzentos e oitenta e sete substâncias tóxicas detectadas, cento e oitenta causam câncer em seres humanos ou animais, duzentas e setenta e uma são tóxicas para o cérebro e para o sistema nervoso, e duzentos e oito causam defeitos de nascença ou desenvolvimento anormal.
(Caos Markus)