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quinta-feira, 31 de julho de 2008

SEGUNDA-FEIRA, 4 DE AGOSTO DE 2008: "LUCRO: UM MEIO".

Contrariamente à impressão que se tem (sugestão empiricamente criada pelas relações de mercado e reforçada pela economia política burguesa), o lucro não é produzido pela venda da mercadoria. Se ele surge na esfera da circulação, é, todavia, gerado no contexto da produção. O lucro, pois, é a mais-valia apropriada pelo capitalista, mais-valia que se transforma em lucro no ato da venda da mercadoria.
Contudo, é de se ver, o lucro é apenas 'meio', o condutor da economia capitalista -a acumulação de capital. Acumulação que se realiza exclusivamente mediante a efetivação da mercadoria, ou seja, se esta for comercializada, vendida. Por este motivo, o processo de acumulação combina -em único e indispensável movimento- produção e circulação. Na mercadoria, pois, o lucro é embrião sob a forma de mais-valia, surgindo, então, no ato da venda, na forma de moeda. E uma vez obtido, o lucro voltará ao ciclo da produção, quer dizer, será reinvestido. A imediata consequência será novo e ampliado lucro, em sequência indefinida. Esta, com efeito, a estrutura da acumulação de capital: o processo de reprodução permanentemente ampliada.(Marcus Moreira Machado).

DOMINGO, 3 DE AGOSTO DE 2008: "REPRODUÇÃO CAPITALISTA"

Ainda que não apropriado se falar de uma 'teoria da população' em Karl Marx, não obstante, dois elementos estão presentes em toda a sua vasta obra: 1) Não há uma "lei geral" de população, válida para todo período histórico e qualquer tipo de sociedade. Cada modo de produção tem 'leis específicas' de demografia. 2) No modo de produção capitalista, as 'leis de população' são as leis de acumulação do capital, sobretudo através dos 'termos da reprodução da força de trabalho' e por meio do 'exército industrial de reserva'.
Em consonância com a tradição clássica, Marx identifica na própria 'dinâmica da história e da sociedade' a 'dinâmica da demografia'. No entanto, dela se afasta, opondo-se ao seu 'historicismo linear e mecanicista', notando que não há senão leis concretas, peculiares a cada sociedade, ditadas pelo seu modo de produção. Por efeito, cada modo de produção possui suas leis próprias de população, que não são mais que as mesmas leis gerais desse modo de produção, expressas, porém, demograficamente. Assim, é compreensível se falar em 'leis demográficas' para o modo de produção capitalista, leis concretas a esse modo de produção e que não passam de manifestação de suas leis gerais. Por isso, contrapondo-se a Malthus, Karl Marx afirma o caráter social das 'leis demográficas'. E no modo de produção capitalista, assevera Marx, a 'reprodução dos homens' faz parte do processo de 'reprodução do capital', razão pela qual a expressão 'reprodução dos homens' significa, mesmo, 'reprodução de força de trabalho', pois que sob o capitalismo a população é 'população para o capital'.(Marcus Moreira Machado)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

SEXTA-FEIRA, 1 DE AGOSTO DE 2008: "NOITES DE BALADAS".

NOITE OMINOSA (nefasta): a denominação foi dada pelo historiador Rocha Pombo para a noite de 21 para 22de setembro de 1710, quando o Rio de Janeiro abandonado pelas autoridades que deveriam defendê-lo, ficou exposto à sanha destruidora do invasor francês Duguay-Trouin. A noitada sinistra foi marcada pelo fogo da artilharia corsária, que despejava ferro, chumbo, chamas e morte, no bombardeio mais pavoroso e covarde que até então a cidade jamais sofrera. NOITE DA COVARDIA: assim chamada aquela em que embarcou, fugindo para o Brasil, a família real de Bragança, sob chuva torrencial na entristecida Lisboa, a 2 de novembro de 1807. Entre outros acontecimentos desagradáveis, ressaltou-se o escândalo provocado pela rainha louca, Dona Maria I, acometida de aguda crise de desespero. E acompanhando os brados da soberana, o povo vaiava estrepitosamente os fujões, quer dizer, a nata da aristocracia lusitana,que, chefiada pelo Príncipe Regente, esvaziara os cofres públicos, abandonando a pátria aviltada, empobrecida e desguarnecida. Hoje, sabemos, pois, que o Banco do Brasil, criação de Dom João VI, teve seu lastro inicial com o dinheiro usurpado do erário português.(Marcus Moreira Machado)

terça-feira, 29 de julho de 2008

QUINTA-FEIRA, 31 DE JULHO DE 2008: "FORÇA DE CRENÇA".

Não é amor o confinado no drama dos apaixonados. Não é amor o quê se limita à devoção de divindades ou ao vínculo de união das famílias. Nascente ininterrupta de forças marcantes em nossas experiências cotidianas, o amor é energia que transforma medo, perplexidade e desespero em compreensão e harmonia. Fluxo eloquente de palavras honestas, de inspiração simples e criatividade infinita, o amor é crença.(Marcus Moreira Machado)

QUARTA-FEIRA, 30 DE JULHO DE 2008: "GESTO".

No gesto ético, cuidar de si importa em cuidar do outro, tornando possível a cada um tríplice aliança: consigo, com o outro, com o mundo.(Marcus Moreira Machado)

segunda-feira, 28 de julho de 2008

TERÇA-FEIRA, 29 DE JULHO DE 2008: "A FOME MODERNA"

O que é ser 'moderno'? O Brasil, seguidor da cartilha neoliberal, é 'moderno'. E da mesma maneira que toda a economia mundial, o Brasil possui a fome moderna, a produzida em larga escala na miséria gerada pelo capitalismo. Decadente, esse capitalismo não se compromete com a humanidade. Antes, o seu comprometimento é com as tragédias que assolam o homem e a natureza. E do mesmo modo como cidades provincianas se contagiam pelas maravilhas próprias ao precário conhecimento de modernidade, enxergando progresso na construção de shoppings, também países como o Brasil acreditam em seu ingresso no dito "Primeiro Mundo", ao lado de países imperialistas, com efetiva participação nos "lucros e resultado", reservados apenas a quem possui, de fato, 'capital' para, propagando a miserabilidade, ainda mais acumular capitais.(Marcus Moreira Machado)

SEGUNDA-FEIRA, 28 DE JULHO DE 2008: "CONSTRUÇÃO DA DECISÃO"

Jamais o desenvolvimento de forças produtivas será atingido, no alcance do socialismo, pelo concentração de recursos econômicos de um só país, seja qual for a sua extensão e o tamanho de sua riqueza. Porque mundial é a economia, a base de onde se deve partir à construção de revolucionário modelo social. Ao contrário, o destino de um revolução estanque, limitada às fronteiras de único país, é que deve ser alterado, através de maior extensão do processo revolucionário em nível internacional. Trata-se de internacionalismo como contrução da decisão, e não simples fundamento dessa mesma construção.(Marcus Moreira Machado)

domingo, 27 de julho de 2008

DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2008:"ISOLAMENTO"

A defesa de um socialismo nacional tão-somente consegue frear o enfrentamento com as burguesias que, por seu turno, são apátridas. Não por outra razão o que se tem visto é a impossibilidade de triunfo em processos revolucionários não circunscritos a delimitações geopolíticas. Esse isolamento traduz-se, e assim deve ser interpretado, como crescente proximidade das relações de uma "esquerda" burocrática com a burguesia, única, a mesma, em qualquer país onde seu status seja o da supremacia.((Marcus Moreira Machado)

SÁBADO, 26 DE JULHO DE 2008:"COLHENDO HORRORES".

Na vã tentativa de identificar semelhança entre stalinismo e socialismo, acirrada tem sido a empreitada do imperialismo, em campanha para decretar a pretendida falência do socialismo. No entanto, se há algo inegavelmente decadente é o próprio imperialismo, que, na via do capitalismo, através do neoliberalismo, reedita a origem dos sacrifícios impostos aos trabalhadores: a exploração, com a colheita que se lhe é peculiar, na safra de horrores que a sustenta. O que de fato se denota é, de um lado, multidões que morrem de fome, e, de outro, a única alternativa no saneamento dessa catástrofe: o socialismo.(Marcus Moreira Machado)