Páginas

sábado, 28 de junho de 2008

SEGUNDA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2008: "FIM DA HISTÓRIA".

Longe, muito daqui, numa terra muito distante, havia um castelo e uma princesa. Não, não havia um rei. Não que ele tivesse morrido subitamente, ou coisa assim. Em verdade, muito pouco se sabia sobre o rei; era certo, apenas, que um dia, desgostoso com os seus súditos, ele resolvera partir. Ficara a princesa; não porque o monarca quisesse garantir eventual retorno, mas em razão de, à época, a filha ter sido acometida de grave enfermidade, impossibilitada de seguir com o pai.
Muitos perguntarão: "-O rei teve coragem de, por um aborrecimento qualquer, deixar a própria filha? Além do mais, ainda doente?!".
E a rainha, cadê ela? Toda história tem uma. Sim, existira uma rainha. Preferira permanecer no castelo, quando o seu amado esposo desistira de ser rei; imaginava que passado aquele momento de enorme aborrecimento ele voltaria para a família e os súditos. Pois quem governaria melhor do que governara aquele monarca?! Quanto à princesa, vocês podem perceber que a tristeza do regente não era em nada pequena, a ponto de abandonar filha, esposa, cetro e majestade. Todavia, o 'real' motivo dessa drástica atitude, eis o quê de fatos todos precisam saber. Até mesmo a rainha, pessoa bondosa, contudo, sempre muito ocupada, a fazer caridade, sem tempo para ouvir os reclamos do consorte, até ela ignorava a mágoa real. Comentava-se que o rei insistia em professar idéias libertárias, abominando a monarquia; o quê teria então provocado a indignação e a repulsa do seu séquito, que por gerações seguidas, ascendentes e descendentes, jurara fidelidade à Coroa e amor à dinastia. E que, já tomados pelo ódio, passaram todos a desprezar sua alteza, porque, afinal, queriam ter a quem obedecer, e o monarca não aceitava ser obedecido por ninguém. Ele pretendia somente o mútuo respeito entre os cidadãos. No entanto, 'cidadania' era para plebe algo tão inóspito quanto a abundante e lúgubre floresta que do castelo ao longe se avistava.
Ora, a ideologia do regente... Ah! não interessa a ninguém a ideologia do regente. Certamente, você estão muito mais interessados em conhecer os probleminhas domésticos da realeza, se a princesa ainda era virgem, se a rainha não traía o rei, se algum dos conselheiros era dado ao mau hábito de... Não é mesmo? Não é isso o quê vocês querem saber?
Por coisas dessa espécie o rei ficara tão decepcionado. E por essas coisas é que não tem mais história nenhuma. Acabou! É o fim!!(Marcus Moreira Machado)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2008: "PREGÃO".

Em ano de eleições, o leiloeiro oficial da desgraça alheia bate o martelo para quem dá menos, ou melhor, para quem se dá por menos. É leilão que se faz sob a promessa de que a peça ainda valerá muito, quando mudar o dono do pregão, quer dizer, os donos do poder. Por causa disso, 'Indigentes de todo o mundo, uní-vos!' . A palavra de ordem é "abaixo o avesso do avesso!". Tudo pela transparência auriverde nas praças da República, ao som da 'alegria-alegria' das batucadas regadas à "pitú", a aguardente para quem canta os males espanta!
Entre nós, ao ouvimos "Não vim trazer a paz à terra, mas a luta", "Quem não for por mim será contra mim", atribuímos 'a palavra' a algum cântico gregoriano de esquerda, nesta que insiste em ser a nossa vocação para imitar Victor Hugo, protagonizando "Os Miseráveis". Imitar seria muita lisonja; o mais correto será dizer "papagaiar"; o quê de fato fazemos. Mas, tudo bem. Dizem que o Brasil é um país de contrastes, de enorme extensão territorial, país continental. E isso, convenhamos, não é mentira. Afinal, num mesmo telejornal "marinho", ouve-se, por 40 minutos, o grito "Brasiiiiiillllll!!!!", enquanto não mais de 5 minutos é o quanto dura o murmúrio pelo aumento da comida, da violência, da mortalidade neonatal...
Ora, bolas! A gente devia é ouvir um tango de Piazzolla e descongestionar o nariz com receita sob prescrição médica, já que do pó viemos e ao pó retornaremos.
Quem dá mais?! Eu ouvi dez mil?! Eu ouvi cinco mil?!!(Marcus Moreira Machado)

SÁBADO, 28 DE JUNHO DE 2008: "CARA OU COROA".

"Todo homem tem o seu preço", dizem. Se assim é, eu penso que sou mesmo um cabra enjoado, a ponto de me supervalorizar e não me vender por preço que julgo ser o de banana, uma ninharia qualquer. E olha que ando precisando bem menos que o "bendito é o fútil"! No entanto, movido talvez pela vaidade, não sou de me contentar com pirulito na boca de criança, desses que fazem calar a boca de qualquer marmanjo chorão. Quando creio que algo deva ser meu por direito, corro atrás. Pelo jeito, muita gente anda se vendendo em baixa na cotação da auto-estima. Uma modalidade de 'inflação', é o que parece. O valor nominal da dignidade individual está defasado; o valor real, então, nem se cogita. Dessa maneira é que órgão público virou entidade filantrópica, beneficente, 'assistência social', 'caridade' a que se agradece como o faz o mendigo por um prato de comida. E por isso o péssimo hábito de se fazer de coitado, de excluído, para merecer o resto de comida. Por isso essa mania idiota de chamar de "doutor" qualquer um que esteja trajando esporte fino, na esperança de sobrar "algum".
A miséria desta república lotérica conseguiu fazer da outrora pirâmide social duas retas paralelas, com a ilusão de ótica de que 'nobreza' e 'vassalagem' caminham juntas. Afinal, afirma o 'gurulula', os pobres que antes não comiam agora comem (mesmo sem explicar onde foi que os tais pobres arrumaram dinheiro, já que começaram a comer exatamente quando dispararam os preços dos alimentos).
No caso, melhor seria olhar as múltiplas facetas do poliedro, ao invés de se observar apenas os dois lados da mesma moeda. Porque, cara ou coroa, a moeda ainda é do rei, tanto faz e tanto fez.(Marcus Moreira Machado)

terça-feira, 24 de junho de 2008

SEXTA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2008: " É A LEI".

Imaginei-me nim filme de ficção científica, onde um olho eletrônico, conectado a uma rede de computadores, todos em compartilhamento com os PCs dos supermercados, sondava os meus ganhos e a minha contabilidade. A cada vez que eu obtinha um maior rendimento financeiro, o tal olho me denunciava aos empresários e, de imediato, eles majoravam os preços, obrigando-me a um frequente maior esforço, a redobrado trabalho. E então, verdadeira bola de neve, eu envolvido em intrincada trama de especuladores, empenhados na minha transformação em consumidor biônico, programado a, por impulsos elétricos, a gerar lucros espetculares, alijado do raciocínio, só condicionado ao consumo e ao trabalho, ao labor e aos gastos.
Legião de famintos, em meu devaneio, milhares de biônicos iguais a mim iniciavam estranha mutação, metamorfoseando-se em singulares espectros, consumidos, todos, num fausto banquete, servidos aos convivas em carrinhos de 'self-service'. Os comensais atingiam, então, o ponto alto das suas carreiras de exploradores, saboreando a carne já inumana de seus fregueses. Darwin fôra mal interpretado: os negociantes decidiram selecionar a própria espécie, eliminando-a.
Em meu delírio, não era mais possível qualquer realidade, porque as gôndolas de um hiper-mega-supermercado exibiam aos mutantes peças de inteira coxas, com fêmur e restos de tíbia à mostra. Garrafas pet indicavam a validade de estranho suco -um xarope esbranquiçado cheirando a fel, que, segundo a composição no rótulo, era mistura de leucorréia com hemoglobinúria, pigmentada e aromatizada com bilirrubina. Seções de 'importados' faziam promoção de carne estrangeira enlatada com matéria-prima selecionada.
Não tive dúvidas: o consenso da ignorância triunfara. No lugar da "Lei de Gerson", vigorava norma exemplar da sobrevivência humana, também conhecida como a "Lei da Antroponarquia", projeto recém aprovado no parlamento, a fim de regular a extinção do excedente humano, que, exportado, revitalizava o câmbio -inovadora heterodoxia econômica e monetária.
O quê eu imaginei me pareceu tão verossímel que ainda agora me causa assombro.
Um novo governo proclamava a virtude de ter sido o único a resolver o angustiante problema da fome no país, através desse programa a que chamou "Fome Zerada".
O quê eu imaginei, depois de tudo isso, foi inimaginável. Mas tanto, tanto, que não ouso ir além dessa imaginação.(Marcus Moreira Machado)

QUINTA-FEIRA, 26 DE JUNHO DE 2008: "CONDICIONANTE".

Senha de acesso: 'quem ou o quê governa o Brasil? O Brasil é, de fato, governado? Ou, é administrado, como se fosse um imóvel?
Vivemos contrariamente ao senso comum, num localizado paradoxo: somos 'potência' econômica, mas sofremos o estigma da fome. Incoerente, aqui, à uma incipiente 'democracia' se sobrepõe um inequívoco 'totalitarismo' multinacional. O favorecimento a empresas estrangeiras submeteu o país a execrável dependência (como, agora, com a "crise" norte-americana), rompendo-se investimentos em desenvolvimento auto-sustentado, quando, por esforço próprio, indústrias nacionais fundamentariam a nossa prosperidade.
O escuso mundo dos interesses econômicos -privilegiando minorias dominantes- oculta as causas mais contundentes da fome não só no Brasil, mas pelo planeta afora. A produção, a distribuição e o consumo de alimentos (processando-se como meros fenômenos econômicos por tempo indefinido), respondem mais positivamente aos privilégios dessas minorias. Entretanto, diversamente, são, antes, fenômenos de alto interesse social, a merecerem especial cuidado e particular tratamento, sob o princípio do bem-estar coletivo.
A manipulaçao da economia tem sido poderosa arma na desestabilização de regimes políticos, mais eficaz que as guerras convencionais. O 'poder de fogo' dessa arma moderna está na 'utilização de níveis de preços previamente avençados', contra 'os que se opõem aos anseios do grande capital internacional, globalizado e organizado sob a forma de rígidos cartéis. Condicionar, pois, a emancipação econômica brasileira a simples boa vontade das partes envolvidas no binômio 'produção e consumo', é menosprezar a imprescindibilidade de conhecimentos científicos na explicação do 'funcionamento' da economia global, articulada através de oligopólios. Desconhecer esta realidade é exigir 'otimismo' de quem já entra no jogo para perder.(Marcus Moreira Machado).

domingo, 22 de junho de 2008

QUARTA-FEIRA,25 DE JUNHO DE 2008: "INSOLÊNCIA".

Como se fosse num jogo de azar, o blefe na 'a-política' econômica brasileira é sinônimo da astúcia de seus apostadores. Criar expectativas é um ótimo negócio; para o parceiro, obviamente. E quem não tem cacife não pode jogar, é a regra.
Ingenuidade seria esperar comportamento diferente dos dirigentes do país. Pois, é forçoso reconhecer, o brasileiro, via de regra não está preparado para 'ser eleito'. O quê importa não é o voto do analfabeto, do 'menor'...e de quem mais quer que seja. Preocupante é a candidatura de tantos quantos tenham sido os "alfabetizados" em "idiomas" distantes da 'linguagem' nacional.
"O povo é burro" -é o que o próprio povo diz por aí. O mais irônico nisso: ninguém se achando 'povo', todo mundo culpando o tão vago quanto longínquo "outro". Os "outros" são despreparados; os "outros" são desinformados; os "outros" são alienados. Nunca, mas jamais a gente mesmo! E não pára por aqui. Tem mais: muito pelo contrário -dizem- o quê segura o Brasil é gente como a gente, ilustrada, capacitada, porém, desprezada, nessa absurda inversão de valores.
Ora, temos de admitir: santa hipocrisia!
Essa mesma hipocrisia que manda ao estrangeiro a própria pilhéria, como 'marca' de toda uma nação! E tudo para sermos forçados a ouvir a 'referência' sobre cada um e de todos nós: "É coisa de brasileiro...!".
Cada povo tem o governo que merece ou cada povo tem o governo que carece? Em nosso caso, insistimos na "necessidade" de eleger pessoas que representem a nossa confusão. Dessa maneira, um minoritário grupo de articuladores se incumbe de redefinir a nossa coletiva indefinição: ora estamos à "direita", ora estamos à "esquerda", em oblíqua visão de quem não a possui.
De que mal padecemos!? Por que esta baixa auto-estima a exaltar insinceras qualidades de elites intelectuais pretensamente ecléticas?! Qual crucial determinante nos obriga à condição de 'vítimas' deste que é o grande flagelo das civilizações, a ignorância?! Aqui, há vocação para a estupidez!?
Talvez haja explicação no reconhecimento de que existe dentro de cada um de nós, sem exceção, um insolente em latência, aguardando -no ciclo 'estímulo-resposta'- o momento para se 'realizar'. Isto "justificaria" tão evidente contradição. Afinal, de que outra maneira entender o brasileiro, aquele que protesta mas faz igual?! Certamente, o nível moral anda baixo. E nesse contexto, nenhuma economia que evite priorizar o equilíbrio na distribuição da renda nacional conseguirá outra coisa que não seja a manutenção desse 'conflito'. Só o acesso -pela melhoria do poder aquisitivo- a padrão cultural de bom nível poderá resgatar todo um povo, para colocá-lo além da fronteira da insolência, essa "pátria" do caos.(Marcus Moreira Machado)

TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2008: "A FOME ORGANIZADA".

O Estado brasileiro não tem cumprido com a sua tão propalada 'vocação democrática'. Nele, o bem-estar individual não é prioridade. Remanescente da ditadura política, sobrevive a ditadura econômica, gerando o lamentável fenômeno social da fome.
Lin Yutang, faz tempo, discernia quais as razões de um determinado 'regime' a consignar os objetivos desse ou daquele governo, no panorama mundial: "-Não se pode negar que do ponto de vista do Estado, organizado para a guerra e para a conquista, o totalitarismo tem tudo o que se pode dizer a seu favor. Mas do ponto de vista do indivíduo como a meta final visada pela civilização, e para o propósito de fruir as bençãos ordinárias da vida, nada há que se diga em sua defesa".
No caso, o Brasil nem 'Estado' tem: é subjugado, é 'satélite artificial' a orbitar na economia globalizada do máximo lucro neoliberal.
Aqui, não há sinais de transição para a 'modernidade', vez que não houve superação do tabu da fome, a ponto de então assegurar ao brasileiro a superior condição sobre os próprios instintos. Aqui, a fome é organizada em campanhas para zerá-la, através de 'programas' sob as mais variadas denominações, 'bolsa' isso, 'bolsa' aquilo, tíquete disso, tíquete daquilo. Tudo enquanto entidades assistenciais, beneficentes, declaradas de utilidade pública, pedem donativos através de uma vasta rede de operadoras de tele-marketing. Um "dízimo" da arrecadação garante comissão às donas das vozes que não pedem "uma esmola, pelo amor do nosso senhor Jesus Cristo", mas que dão a impressão que estão a anunciar embarque em aeroporto.
Não há que se falar em 'Estado' num país onde sequer foi dominado o problema mais comum a toda humanidade: a fome.
Oportunas as palavras de Josué de Castro, em grave advertência, a respeito: "-Foram fatores de natureza econômica especial que esconderam aos olhos do mundo feias tragédias como a da China, onde, durante o século XIX, cerca de cem milhões de indivíduos morreram de fome, por falta de um punhado de arroz".
Ora, que fatores na economia podem determinar a sucumbência do ser humano à barbárie da fome?
No século XX, é indispensável recordar, em nome dos princípios da boa administração empresarial, visando a maximização de seus lucros, os oligopólios -através de ampla multiplicidade de contratos particulares, dividiram o mundo em países desenvolvidos e subdesenvolvidos. E ao Brasi, particularmente, faltou disposição em recusar o jogo que lhe foi imposto pela ordem econômica mundial, ditada em conformidade com as regras restritivas dos cartéis. Com a liquidação proposital de sua própria estrutura industrial (cuidadosamente preservada por outros países), O Brasil entregou seu destino às mãos de pessoas cujos interesses em nada coincidem com os seus; e, vivendo há mais de 11.000 km de distância, essas pessoas comandam gerentes locais das corporações multinacionais, decidindo sobre a sorte e o bem-estar no nosso povo.
É de se entender porque, antes "um negócio da China", agora é qualquer negócio para a China.(Marcus Moreira Machado).

SEGUNDA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2008: "FASCÍNIO".

Não sei se é coisa da idade, da minha 'meia idade', que nem sei qual é a idade inteira. A verdade é que nunca estive assim, tão fatalista. Muito pouco eu acredito naquilo que leio nos jornais e na net, ou ouço no Rádio e na TV. A cada vez que um político -seja ele parlamentar ou ministro- declara a sua intenção de não prejudicar os trabalhadores, o povo em geral, é exatamente no contrário que eu creio. Não se trata de 'espírito prevenido' nem nada parecido. É que gato escaldado tem medo de água quente ou fria, tanto faz, sendo água.
Sempre que se fala em estabilização econômica, em espetáculo do crescimento, eu logo penso que vão estabilizar a nossa miséria e consolidar a riqueza deles, que é mesmo espetacular como eles 'crescem' a olhos vistos. E tenho motivos para raciocinar assim. Afinal, o fascínio de consumo fácil à parte, temos trocado seis por meia dúzia, há muito tempo. "Mulher de malandro", tem-se a impressão que aprendemos a gostar de apanhar e acreditar que foi a última vez que nos bateram. Rendidos a proxenetas da política nacional, somos sistematicamente seduzidos por vãs e vis promessas de dinheiro fácil, sem ao menos uma análise prévia desse 'jogo de sedução'. Habituados ao assombro por 'rótulos', qualquer nova 'marca' da economia nas prateleiras das salvacionistas estratégias cambiais nos convence de que tudo vai bem. Nem interessa a hipótese de que tudo esteja mesmo mal. Mas -insisto em meu vaticínio- como diria Seu Jorge a Ana Carolina, "só de for agora, minha Preta". O "agora" não dá mostra de existência à massa frenética dos "amanhã eu pago".
Eu, renitente, indago: não é admirável, cativante "descobrir" as engrenagens da taxa selic, da TR, do INPC, IGPM, da BTN+TR, TBF, UFM, da UPC e UFIR?!
Ora, ora! Quanto mistério, quanto sigilo no ar professoral de eminências pardas! Entende-se o porquê: é mesmo necessário o silêncio da "erudição", da "complexidade", quando a pretensão é tão-somente surpreender incautos. Enfim, governo que é governo, não governa, baderna! O quanto menos cada um de nós simples mortais compreender o incompreensível, mais fácil se torna garantir a imortalidade do poder.
É por esse motivo que eu ando em dúvida se abro uma empresa de consultoria de assuntos estratégicos para-governamentais (não seria uma Ong, não!) ou se monto um boteco. Pois, convenhamos, os grande problemas do país encontram solução frequentemente mais simples em qualquer mais ordinário botequim.
É a convergência entre o simples e o simplório. Coisa da vista fraca da meia idade. Deixa pra lá.(Marcus Moreira Machado)